Domingos Olímpio

Escritor brasileiro
Por Dilva Frazão
Biblioteconomista e professora

Biografia de Domingos Olímpio

Domingos Olímpio (1851-1906) foi um jornalista, advogado e romancista brasileiro. Escreveu peças de teatro, contos e estudos. Com o romance “Luzia-Homem", conquistou lugar na história da literatura. É Patrono da cadeira n.º 8 da Academia Cearense de Letras.

Domingos Olímpio Braga Cavalcanti nasceu em Sobral, Ceará, no dia 18 de setembro de 1851. Foi aluno da Faculdade de Direito do Recife, bacharelando-se em 1873. Nessa época, foi redator do jornal literário, “Movimento”.

Depois de formado foi promotor de justiça em Sobral, época em que fundou o Teatro Apolo, em 1875. Colaborou com a fundação do Teatro São João, também em Sobral.

Carreira literária

Em 1891, Domingos Olímpio mudou-se para o Rio de Janeiro, onde ocupou posição relevante na imprensa carioca como redator do “Jornal do Comércio” e da revista “Os Anais”. Colaborou com os jornais: “Correio do Povo”, “Cidade do Rio”, "Gazeta de Notícias” e “O País”. Nessa época, escreveu peças de teatro e contos.

Em 1903, Domingos Olímpio publicou Luzia-Homem, um romance despojado para os padrões da época. Por um lado, profundamente empolgado pela tópica da violência e sadismo, o escritor apresenta em seu romance, características da literatura naturalista.

Por outro lado, a obra é romântica na descrição da paisagem, na grandiosidade da natureza, e paradoxalmente contém elementos de expressionismo crítico, quando por vezes a natureza é seca e irônica.

O romance mostra o perfil realista de Domingos Olímpio ao narrar as durezas a que eram submetidos os sertanejos no convívio com a seca. A obra chega a lembrar Vidas Secas, de Graciliano Ramos.

A ação do romance transcorre durante um período de grande seca no Ceará, entre 1877 e 1878. Luzia-Homem é a protagonista do romance. Forçada pela seca, parte com a mãe em busca de um lugar melhor. No meio do caminho, Luzia encontra dois homens que encarnam o bem e o mal. No fim, Luzia tem um fim trágico.

Entre os romancista naturalistas destacam-se: Adolfo Caminha, Júlio Ribeiro e Inglês de Sousa.

Na revista "Os Anais", Domingos Olímpio publicou o romance “O Almirante” (1904-1906) e também capítulos de “O Uirapuru”, que deixou inacabado.

Domingos Olímpio foi candidato a uma cadeira na Academia Brasileira de Letras, mas foi derrotado por Mário de Alencar, filho do romancista José de Alencar.

Domingos Olímpio faleceu no Rio de Janeiro, no dia 6 de outubro de 1906.

Dilva Frazão
É bacharel em Biblioteconomia pela UFPE e professora do ensino fundamental.
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