Elke Maravilha

Elke Maravilha foi uma atriz, modelo e apresentadora alemã que viveu e fez carreira no Brasil, se tornando um ícone de irreverência, autenticidade e criatividade.

Infância e adolescência

Nascida em 22 de fevereiro de 1945 em Leutkirch im Allgäu, na Alemanha, foi batizada com o nome Elke Grünupp.

Seus pais, Georg Grünupp e Lieselotte König, para fugir da Segunda Guerra, vieram com os filhos da Alemanha para o Brasil quando ela tinha 4 anos.

A família se estabeleceu primeiro em Minas Gerais, depois foi viver em Atibaia e Bragança Paulista (interior de São Paulo). 

Elke trabalhou desde cedo, sendo que aos 14 anos já dava aulas de idiomas. Em 1962, aos 17 anos, morava com a família novamente em Minas Gerais. Lá recebeu em Belo Horizonte o título de Glamour Girl.

Juventude, carreira e vida pessoal

Aos 20 anos vai para a Alemanha visitar a avó e conhece Alexandros Evremidis, que viria a ser seu primeiro marido quatro anos depois.

Elke vai morar no Rio de Janeiro ainda nos anos 60. Poliglota, falava oito idiomas, o que facilitou que conseguisse emprego como secretária trilíngue nessa época.

Também ensinou francês na Aliança Francesa e inglês na União Cultural Brasil–Estados Unidos. Além disso, atuou como tradutora e intérprete e cursou disciplinas nas faculdades de filosofia, medicina e letras entre 1966 e 1969.

A carreira artística começou de fato no início dos anos 70, quando se torna modelo. Elke foi amiga pessoal da estilista Zuzu Angel, importante nome da moda e da luta contra a ditadura ao ter o filho Stuart Angel assassinado pelos militares.

Em 1971, após rasgar no aeroporto cartazes de "procurado" de Stuart Angel (que já havia sido assassinado), Elke é presa por seis dias enquadrada na Lei de Segurança Nacional, o que a faz perder a cidadania brasileira e se tornar "apátrida". Mais tarde consegue a cidadania alemã.

Foi casada oito vezes e fez três abortos, pois não tinha o desejo de ser mãe. 

Na sua vida pública, apresentava-se sempre muito extravagante, com figurinos, maquiagem e cabelos marcantes. Usava muitas perucas diferentes, joias e roupas que a destacavam. Sua marca pessoal era também um sorriso exuberante e incomum.

O nome Elke Maravilha foi dado pelo jornalista Daniel Más e ela passou a ser chamada assim durante as participações no programa do Chacrinha, onde esteve presente por 14 anos durante as década de 70 e 80.

Dona de grande inteligência, Elke é considerada uma mulher a frente do seu tempo, trazendo assuntos pouco abordados na televisão brasileira, como a questão LGBT+. Ela também esteve envolvida com o Movimento de Arte Pornô e a Associação das Prostitutas do Rio de Janeiro.

Morte

Aos 71 anos, em 16 de agosto de 2016, Elke faleceu devido a complicações de saúde após uma operação para tratar uma úlcera. 

Elke: Mulher Maravilha

Uma biografia da artista foi lançada em 2020 com o título Elke: Mulher Maravilha, escrita por Chico Felitti. O livro também foi transformado em audiobook e pode ser escutado na plataforma Storytel.