Evaristo da Veiga

Jornalista e político brasileiro
Por Dilva Frazão
Biblioteconomista e professora

Biografia de Evaristo da Veiga

Evaristo da Veiga (1799-1837) foi um jornalista, político e poeta brasileiro. Autor da letra do Hino da Independência. É patrono da cadeira n.º 10 da Academia Brasileira de Letras.

Evaristo Ferreira da Veiga e Barros nasceu no Rio de Janeiro, no dia 8 de outubro de 1799. Era filho do português, professor régio, Francisco Luís Saturnino Veiga e da brasileira Francisca Xavier de Barros.

Estudou no Seminário de São José, onde aprendeu retórica, filosofia, latim, inglês e francês. Deixou os estudos para trabalhar na livraria do pai. Logo cedo mostrou interesse pelo jornalismo.

Entre 1811 e 1813 criou um caderno de poemas no Rio de janeiro. Em 1822, Evaristo compôs o “Hino Constitucional Brasiliense”, que foi transformado em Hino da Independência.

Hino da Independência

Já podeis da Pátria filhos
Ver Contente a Mãe gentil
Já raiou a liberdade
No horizonte do Brasil
Já raiou a liberdade
Já raiou a liberdade
No horizonte do Brasil

Brava gente brasileira!
Longe vá, temor servil
Ou ficar a Pátria livre
ou morrer pelo Brasil,
Ou ficar a Pátria livre
ou morrer pelo Brasil (...)

Em 1823, inaugurou sua própria livraria, na Rua da Quitanda e publicou seus primeiros versos. Sua Livraria, não era apenas uma livraria, era um ponto de reunião e debate.  Para o gosto dos liberais, a constituição de 1824 deu ao imperador uma excessiva autoridade e as discussões eram frequentes.

Em dezembro de 1827 ingressou no jornal Aurora Fluminense, de oposição ao governo, difusor de ideias constitucionalistas e liberais. Logo chegou a ser o redator único escrevendo todos os artigos.

A publicação bimestral, logo se destacou pela seriedade. Seus temas principais seriam a defesa da liberdade constitucional, do sistema representativo e da liberdade de imprensa, além das críticas ao autoritarismo de d. Pedro I.

Nesse mesmo ano casa-se com Ideltrudes d'Ascensão.

Carreira política

Em 1831, Evaristo da Veiga foi eleito deputado pela província de Minas Gerais, sendo reeleito por três mandatos. Fez oposição aos Andradas e apoiou a nomeação de Diogo Feijó, como Ministro da Justiça, indicado pelo Partido Liberal.

Em 1832, no auge de suas divergências com os irmãos Andrades, foi vítima de um atentado cujo autor se disse contratado por um correligionário de José Bonifácio.

Evaristo da Veiga foi membro fundador da Sociedade Defensora da Liberdade e Independência Nacional, precursora do Partido Moderado. Foi membro do Instituto Histórico de França e da Arcádia de Roma.

No final da carreira, concentrou seus esforços na elaboração do ato adicional de 1834 e viu vitoriosa sua tese segundo a qual só a Câmara dos Deputados, e não ao Senado, cabiam atribuições constituintes.

Em 1937 voltou ao Rio de Janeiro. Fechou seu jornal, passando a se dedicar à literatura, tornando-se um dos precursores do Romantismo no Brasil. Suas poesias só foram publicadas em 1915, nos anais da Biblioteca Nacional, vol. XXXIII.

Evaristo da Veiga faleceu no Rio de Janeiro, no dia 12 de maio de 1837.

Dilva Frazão
É bacharel em Biblioteconomia pela UFPE e professora do ensino fundamental.
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