Quintino Bocaiúva
Biografia de Quintino Bocaiúva
Quintino Bocaiúva (1836-1912) foi um político e jornalista brasileiro, um dos mais importantes propagandistas do regime republicano. Foi nomeado Ministro das Relações Exteriores do Governo Provisório.
Infância e juventude
Quintino Antônio Ferreira de Sousa nasceu em Itaguaí, Rio de Janeiro, no dia 4 de dezembro de 1836. Ficou órfão muito cedo e com apenas 14 anos foi para São Paulo, onde continuou seus estudos e conseguiu se sustentar trabalhando como tipógrafo e revisor na redação do jornal Acaiaba.
Carreira de jornalista
Logo passou a escrever poesias e artigos no jornal. Ao lado de Ferreira Viana, também redigia para o jornal A Hora. Nessa época começou a adquirir as ideias republicanas e nacionalistas que o fizeram adotar o nome Bocaiúva nome indígena de uma palmeira tipicamente brasileira.
Em 1950, Quintino Bocaiúva matriculou-se no curso de humanidades, anexo à Academia de Direito. Mesmo já tendo algum prestígio como jornalista, em 1854, abandonou os estudos por dificuldades financeiras. Em 1856 voltou para o Rio de Janeiro onde se dedicou definitivamente à carreira de jornalista..
Escreveu para o Diário do Rio de Janeiro ao lado de Saldanha Marinho e para o Correio Mercantil junto com Francisco Otaviano. Em serviço jornalístico viajou para o Uruguai e Argentina, onde cobriu a Questão Platina.
Quintino Bocaiúva dedicou-se também A produção dramática com peças como Omphalia e Família. Recebeu de D. Pedro II o título de Comendador da Ordem da Rosa, porém recusou a honraria por ser contra a monarquia.
Ideais republicanos
Em 1870, Quintino Bocaiúva fundou o Partido Republicano e suas ideias foram lançadas com a publicação do Manifesto Republicano publicado no dia 3 de dezembro no jornal A República, onde atacava o regime vigente no país.
Republicano polêmico, sua ação se desenvolveu, sobretudo, na imprensa, mas em 1874 o jornal A República foi extinto. Quintino não desistiu de suas ideias e ajudou a fundar o jornal O Globo, que trabalhava em prol da república, até ser extinto em 1883.
Em 1884 fundou o jornal O País e continuou atacando a monarquia e defendendo suas ideias republicanas, deixando claro que a luta era contra o regime, o trono e o sistema monárquico e não contra os seus eventuais detentores. Passou os anos seguintes trabalhando ativamente por seus ideais.
Em 1889 Quintino foi eleito chefe da propaganda do Partido Republicano. Nessa época o movimento republicano chegou a formar 273 clubes e 77 jornais. O grupo dos evolucionistas, liderado por Quintino Bocaiúva, estava ligado aos cafeicultores paulistas e pretendiam chegar a Republica através de reformas paulatinas.
Quintino e Deodoro
No dia 11 de novembro de 1889, em uma reunião decisiva, na casa do Marechal Deodoro e liderada por Quintino Bocaiúva e Benjamin Constant, são utilizados todos os argumentos e finalmente conseguiram a adesão do Marechal Deodoro, herói da Guerra do Paraguai e com grande destaque dentro do Exército.
Ouviram de Deodoro: Façamos a República! Benjamin e eu cuidaremos da ação militar, Quintino e seus amigos organizarão o resto. Em 15 de novembro de 1889 instalava-se o Governo Provisório, onde Quintino foi nomeado Ministro das Relações Exteriores e interinamente da Agricultura. Permaneceu no cargo até 1891, com a assinatura da Constituição.
Quintino Bocaiúva voltou ao jornalismo à frente do jornal O País. Recebeu o apelido de Príncipe dos jornalistas brasileiros e permaneceu na liderança do Partido Republicano.
Em 1899, Quintino Bocaiúva foi eleito senador e no ano seguinte tornou-se Governador do Estado do Rio de Janeiro. Reeleito para o senado, ali ficou até sua morte. Em seu testamento dizia: Não desejo nenhum tipo de cerimônia, pois pertenço à maçonaria e não tenho direito aos sufrágios da igreja.
Em 1909, apoiou a candidatura do marechal Hermes da Fonseca para presidente da República, contra a candidatura de Rui Barbosa.
Quintino Bocaiúva faleceu no Rio de Janeiro, no dia 11 de junho de 1912.
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