Humberto de Campos

Escritor brasileiro
Por Dilva Frazão
Biblioteconomista e professora

Biografia de Humberto de Campos

Humberto de Campos (1886-1934) foi um escritor, jornalista e político brasileiro. Escreveu crônicas, contos, ensaios, poemas e crítica literária. Foi eleito para a cadeira nº. 20 da Academia Brasileira de Letras.

Humberto de Campos Veras nasceu em Muritiba (hoje, Humberto de Campos), no Maranhão, no dia 25 de outubro de 1886. Filho de Joaquim Gomes de Farias Veras, pequeno comerciante, e de Ana de Campos Veras, ficou órfão de pai com sete anos de idade.

Mudou-se com a família para São Luís, onde se empregou no comércio. Com 17 anos passou a residir no Pará, onde conseguiu um lugar de colaborador e redator na Folha do Norte e depois na Província do Pará.

Carreira literária

Em 1910 publicou seu primeiro livro, uma coletânea de versos, intitulado “Poeira”. Em 1912 mudou-se para o Rio de Janeiro. Empregou-se no jornal “O Imparcial”, onde trabalhavam importantes redatores e escritores entre eles: Rui Barbosa, Vicente de Carvalho, José Veríssimo, entre outros. Começou a se destacar no meio literário.

Nessa época, com o pseudônimo de Conselheiro XX, assinou diversos contos e crônicas, que foram publicadas em jornais das principais capitais brasileiras, hoje reunidos em vários volumes. Assinava também com os pseudônimos de Almirante, João Caetano, Giovani Morelli, Justino Ribas, Micromegas, entre outros.

Em 1918 publicou seu primeiro livro de prosa, “Seara de Booz”, no qual reuniu pequenos artigos escritos sob o pseudônimo de Micromegas. No dia 30 de outubro de 1919 foi eleito para a Academia Brasileira de Letras.

Em 1920, Humberto de Campos ingressou na política elegendo-se Deputado Federal pelo estado do Maranhão, tendo seu mandato renovado sucessivas vezes, até que perdeu seu mandato quando o Congresso foi dissolvido durante a Revolução de 30. Foi então nomeado inspetor de ensino e Diretor interino da Fundação Casa de Rui Barbosa, pelo Governo Provisório, instalado no país.

Em 1928, Humberto foi diagnosticado com hipertrofia da hipófise. Em 1933, com a saúde já abalada, publicou o livro que se torou o mais importante de sua carreira, “Memórias”, no qual reúne suas lembranças dos tempos da infância e juventude. A obra foi bem recebida pela crítica e pelo público, sendo reeditada diversas vezes.

Humberto de Campos escreveu poesias, contos, ensaios, crônicas e anedotas. Inovou na crônica adicionando novos elementos. Tinha um estilo fácil, corrente, escrevia com naturalidade e de fácil compreensão. Ao adoecer, mudou seu estilo, de mordaz e cômico, passando a ser piedoso e compreensivo e saiu em defesa dos menos favorecidos.

Humberto de Campos faleceu no auge de sua popularidade. Boa parte de sua obra foi publicada nos anos seguintes à sua morte.

Entre suas obras destacam-se:

Poeira, poesia (2 séries 1910 e 1917) 
A Serpente de Bronze, contos (1921)
Carvalhos e Roseiras, crítica (1923) 
Alcova e Salão, contos (1927) 
O Brasil Anedótico, anedotas (1927) 
Antologia da Academia Brasileira de Letras (1928) 
Memórias (1933) 
À Sombra das Tamareiras, contos (1934) 
Memórias Inacabadas (1935) 
Últimas Crônicas (1936) 
Diário Secreto (1954)

Humberto de Campos faleceu no Rio de Janeiro, no dia 5 de dezembro de 1934. O escritor foi psicografado pelo médio Chico Xavier, através de várias obras, entre elas: "Brasil, Coração do Mundo" e "Pátria do Evangelho". Porém, conta-se quw nos anos 40, a viúva do escritor teria processado o médio por direitos autorais.

Dilva Frazão
É bacharel em Biblioteconomia pela UFPE e professora do ensino fundamental.
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