José Paulo Paes

Poeta e tradutor brasileiro
Por Dilva Frazão
Biblioteconomista e professora

Biografia de José Paulo Paes

José Paulo Paes (1926-1998) foi um poeta, tradutor, ensaísta, e crítico literário brasileiro.

João Paulo Paes (1926-1998) nasceu em Taquaritinga, São Paulo, no dia 22 de julho de 1926. Filho do português Paulo Artur Paes da Silva e de Diva Guimarães foi criado na casa do avô materno J. V. Guimarães, livreiro e tipógrafo, que lhe passou o interesse pela leitura.

Em 1943, com 17 anos, mudou-se para a cidade de São Paulo para tentar uma vaga no curso técnico do Colégio Mackenzie, mas não conseguiu. Durante esse período trabalhou como assistente do escritor Tito Batini, mas com a morte do avô teve que retornar para Taquaritinga.

Em 1944, José Paulo Paes foi para Curitiba onde prestou exames e ingressou no Instituto de Química. Nessa época, passou a frequentar o Café Belas Artes, ponto de encontro de diversos escritores, e também a livraria Ghignome, onde conhece o escritor Dalton Trevisan, passado então a colaborar com a revista “Joaquim”, dirigida por Trevisan.

Em 1947, participa do 2º Congresso Brasileiro de Escritores, em Belo Horizonte, onde conhece Carlos Drummond de Andrade. Nesse mesmo ano, influenciado pela poesia de Drummond, publica seu primeiro livro “O Aluno”, com projeto gráfico do artista Carlos Scliar. Em 1948 conclui o curso de Química. Em 1949 retornou para São Paulo, e durante 11 anos trabalhou em um laboratório farmacêutico.

Nos anos seguintes, paralelamente ao seu trabalho, José Paulo Paes contribuiu com poemas e artigos para o Jornal de Notícias e O Tempo. Em 1952, casa-se com Doroteia (Dora) Costa, primeira bailarina do Teatro Municipal de São Paulo. Nesse mesmo ano, entra para a Associação Brasileira de Escritores, seção paulista, da qual se torna secretário e passa a ministrar cursos de literatura.

Em 1960, deixa o laboratório e passa a dirigir a Editora Cultrix, permanecendo na função até 1982, quando passa a se dedicar exclusivamente a escrever e traduzir. Torna-se colaborador dos suplementos literários dos jornais O Estado de São Paulo e da Folha de São Paulo. Autodidata em diversas línguas dá início a um competente trabalho de tradução para o português, de diversos autores, como Charles Dickens, Joseph Conrad, Konstantinos Kaváfis, Lawrence Sterne, Lewis Carroll, entre outros. Reconhecido por seu trabalho, foi então nomeado para dirigir a oficina de tradução de poesia da Universidade Estadual de Campinas.

A partir de 1987 atuou como professor visitante do Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo. Em 1989 recebeu do presidente da Grécia a Cruz de Ouro da Ordem de Honras, pelas traduções do grego antigo e moderno. Sem parar de escrever, ainda na década de 80 surge seu interesse pela poesia infantil, com a qual alcançou grande êxito.

José Paulo Paes faleceu em São Paulo, no dia 9 de outubro de 1998.

Obras de José Paulo Paes

O Aluno (1947)
Cúmplices (1951)
Novas Cartas Chilenas (1954)
Mistério em Casa (1961)
Resíduo” (1973)
Calendário Perplexo (1983)
É Isso Ali (1984)
Gregos e Baianos (1985)
Um por Todos (1986)
A Poesia Está Morta, Mas Juro Que Não Fui Eu (1988)
Poemas para Buscar (1990)
Olha o Bicho (1991)
Prosas Seguidas de Ode Mínimas (1992) (livro que reflete um momento difícil de sua vida, quando teve que amputar uma perna, como se lê no poema “Ode a minha perna esquerda)
Uma Letra Puxa a Outra (1996)
De Ontem Para Hoje (1996)
Um Passarinho Me Contou (1996) (Prêmio Jabuti 1997)
Melhores Poemas (1998)
Ri Melhor Quem Ri Primeiro (1999) (obra póstuma)
O Lugar do Outro (1999) (obra póstuma)
Socráticas (2001) (obra póstuma)

Dilva Frazão
É bacharel em Biblioteconomia pela UFPE e professora do ensino fundamental.
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