Marquesa de Santos
Biografia de Marquesa de Santos
Marquesa de Santos (Domitila de Castro Canto e Melo) (1797-1867) foi uma aristocrata brasileira e amante de Dom Pedro I. Exerceu Grande influência no governo do primeiro reinado.
A Marquesa de Santos nasceu em São Paulo, no dia 27 de dezembro de 1797. Era filha de João de Castro Canto e Melo, coronel reformado e inspetor das repartições de estradas da cidade de São Paulo, e de Escolástica Bonifácia de Oliveira Toledo Ribas, descendente de tradicional família paulista.
Primeiro Casamento
Domitila casou-se aos 15 anos de idade com o alferes Felício Pinto Coelho de Mendonça, oficial do Segundo Esquadrão do Corpo dos Dragões da Cidade de Vila Rica. Vivendo em Minas Gerais, o casal teve três filhos, mas apenas dois sobreviveram.
Em 1816, após sofrer maus tratos do marido, Domitila retornou à casa dos pais em São Paulo, levando as duas crianças. Em 1818, tentando uma reconciliação, voltam a viver juntos. No dia 6 de março de 1819, Domitila foi esfaqueada duas vezes pelo marido, sendo atingida na coxa e na barriga.
Feliciano foi preso e Domitila ficou entre a vida e a morte durante dois meses. (Segundo os autos do processo de divórcio, o pivô da agressão foi o coronel Francisco de Assis Loreno).
Dom Pedro I e a Marquesa de Santos
Duas semanas antes de subir a colina do Ipiranga e proclamar a Independência do Brasil, em 1822, o então príncipe regente Dom Pedro, teve um encontro com aquela que viria a se tornar uma destacada figura feminina do Primeiro Reinado.
O interesse por Domitila surgiu durante a visita de Dom Pedro à cidade de São Paulo, quando foi recebido com festas pelos súditos. Mesmo casado com a austríaca Maria Leopoldina de Habsburgo, filha do imperador Francisco I da Áustria, Dom Pedro tinha fama de aventureiro e mulherengo.
No começo de 1823, Domitila já estava instalada na corte, era a cortesã preferida do monarca. O imperador fez da amante a Dama do Paço. Em muitas ocasiões oficiais, ela ocupava o lugar que deveria estar reservado a Maria Leopoldina. No dia 12 de outubro de 1825, aniversário do imperador, Domitila tornou-se oficialmente Viscondessa, pelos serviços prestados à imperatriz.
Finalmente, no dia 12 de outubro de 1826, ela foi elevada à Marquesa de Santos. Segundo alguns pesquisadores, sem nunca ter morado em Santos, o título foi dado na tentativa de ofender os irmãos Andrada, nascidos em Santos, com os quais o imperador havia se desentendido.
O imperador cobria sua amante de presentes e mimos. Em abril de 1826 comprou para ela um sobrado localizado próximo à Quinta da Boa Vista. Em uma das muitas cartas escritas para a amada, ele revela, com orgulho, que acabara de mandar fechar o teatro que havia proibido a entrada da amante.
Outro escândalo foi na Semana Santa, quando ela queria assistir a cerimônia religiosa na tribuna reservada às Damas do Paço, mas foi barrada. Por ordem do imperador, ela foi levada ao recinto e as damas se retiraram.
Com a morte de Dona Leopoldina, em 11 de dezembro de 1826, Dom Pedro vivia em um momento especial. Sua péssima reputação se propagou pela Europa. Quase dois anos da morte de Leopoldina, o monarca não conseguira ainda arranjar uma esposa entre as mulheres nobres da corte europeia.
No dia 28 de agosto de 1828, finalmente casa-se por procuração e dois meses depois conhece Amélia, a nova imperatriz. Em 1829 rompe com a amante, expulsando-a da corte, dando fim a uma história de amor que abalou o império.
A Volta para São Paulo
De volta a sua cidade natal, em companhia das duas filhas que teve com Dom Pedro, Domitila comprou um casarão na antiga Rua do Carmo, hoje Rua Roberto Simonsen. Em 1833 passa a viver com Rafael Tobias de Aguiar, brigadeiro, político e rico fazendeiro de Sorocaba.
A união durou 24 anos e juntos tiveram seis filhos, mas somente quatro sobreviveram. Em sua casa eram realizados saraus de literatura e grandes bailes de máscaras. Em 1857, ficou viúva e durante os 10 anos seguintes se dedicou a obras de caridade.
Marquesa de Santos faleceu em São Paulo, no dia 3 de novembro de 1867. O Solar da Marquesa de Santos, onde viveu em São Paulo, hoje abriga parte do Museu da Cidade de São Paulo.
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