Eduardo Kobra

Eduardo Kobra (1976) é um artista plástico brasileiro. Grafiteiro e muralista, é autor de diversas obras em escala monumental espalhadas pelo Brasil e pelo mundo. Tornou-se um dos mais destacados muralistas da atualidade.

Carlos Eduardo Fernandes, conhecido com o nome artístico de Eduardo Kobra, nasceu no Jardim Martinica, na zona sul de São Paulo, no dia 1 de janeiro de 1976. Filho de um tapeceiro e de uma dona de casa, com 12 anos já espalhava rabiscos pelos muros da cidade.

Nessa época, fazia desenhos na escola pública em que estudava. Pela perfeição de seu desenho, recebeu o apelido de Cobra, que virou seu nome artístico (Kobra).

Início de Carreira

Eduardo Kobra pertenceu a uma gangue que espalhava seus rabiscos fazendo uso irregular de spray pelos muros da cidade. Chegou a ser detido três vezes por crime ambiental. O segundo passo foi virar grafiteiro – um pichador que assume pretensões artísticas, mas ainda tem a compulsão de pintar paredes sem pedir permissão.

Nos anos 90, Kobra começou a ganhar dinheiro com seu grafite. Pintou cartazes para agências de publicidade. No início, seu trabalho de grafiteiro apresentava uma forte influência dos elementos Hip-Hop. Em 1995 fundou o Studio Kobra, especializado em painéis artísticos.

Em seguida, completou sua evolução ao tornar-se muralista – um grafiteiro que, pelas dimensões do trabalho só consegue atuar com a permissão ou contratação dos donos do imóvel e das autoridades.

Muralista

Em 2005, Eduardo Kobra começou a aparecer na mídia com o projeto “Muros da Memória”, no qual pintou releituras de fotografias históricas da cidade de São Paulo dos anos de 1920.

O mural mede aproximadamente 1.000 m², pitado em preto e branco, a obra passa a impressão de uma fotografia antiga.

O artista fez curso para pintar em cima de uma grua. Passou a pintar murais ambiciosos. Cada mural pode levar de dez dias a três meses para ser realizado.

Kobra declarou que desenvolveu sua arte observando os artistas que já se destacavam com seus trabalhos, como Keith Haring, Banksy e Diego Rivera.

Em 2009, Kobra começou a realizar trabalhos tridimensionais e coloridos. Depois de diversos testes, colocou sua arte na Avenida Paulista, no centro de São Paulo. Em seguida, participou de exposições nos Estados Unidos, em Dubai e nos Emirados Árabes.

Em 2011, Kobra foi convidado para pintar um mural em Lyon, na França. Foi o seu primeiro mural fora do Brasil. O artista lançou mão de sua experiência com a obra “Muros da Memória” para ilustrar um paredão em um bairro que passava pelo processo de revitalização.

Outro projeto muito importante foi o GreenPincel, iniciado em 2011, em São Paulo, composto por uma série de murais que alertam contra as agressões aos animais e ao meio ambiente, como o mural intitulado Welcome to Amazônia.

Em 2012, Kobra pintou “O Beijo” no High Line, em Nova Iorque. A obra é uma releitura da imagem feita pelo fotojornalista norte-americano Alfred Eisenstaedt em 1945, quando o povo saiu às ruas para comemorar o fim da Segunda Guerra Mundial. A obra foi apagada quatro anos mais tarde.

Voltando-se para as questões sociais, em 2015, Kobra realizou o projeto “São Paulo, uma Realidade Aumentada”, quando pintou dez painéis em dez dias, entre eles: Desaparecida, Desemprego, Moradores de Rua, Bailarina de Paraisópolis etc.

Em novembro de 2015, Kobra fez um mural em homenagem ao piloto brasileiro Ayrton Senna, nos 80 anos de Interlagos. O mural com 41 por 17,5 metros foi pintado na Rua da Consolação, esquina com a Avenida Paulista. Intitulado “A Lenda do Brasil”, o mural demorou cerca de 20 dias para ser finalizado, consumiu dois mil litros de tinta e 500 latas de spray.

Em 7 de 12 de 2017, Kobra entregou o mural, “I Have a Dream”, com o ativista Martin Luther King, pintado em um muro da cidade da Flórida, EU. A obra faz parte o projeto “Olhares da Paz”.

Dentro desse mesmo projeto, Olhares da Paz, Kobra pintou murais com “Malala” (Inglaterra), “Anne Frank” (Amsterdã, Holanda), “Nelson Mandela” (Malaui, África), entre outros.

Em 2016, Kobra inaugurou o mural, “Etnias”, que celebra a união dos povos. O projeto, que fez parte da revitalização da Zona Portuária do Rio de Janeiro foi pintado para os “Jogos Olímpicos do Rio”. Com 2,5 mil metros quadrados, bateu o recorde de maior mural grafitado do mundo.

O mural é composto por cinco rostos indígenas, que representam os cinco continentes e, por extensão, os anéis olímpicos. Possuí 2.646,34 m², com 15 metros de altura, 170 metros de comprimento, levou 70 dias para ser realizado (sendo 45 de pintura e 25 de produção), foram utilizados 1.890 litros de tinta branca para a base e 2.800 latas de tinta spray.

Em 2017, a marca foi superada por ele mesmo, com uma obra em homenagem ao chocolate que ocupa um paredão de 5.742 metros quadrados às margens da Rodovia Castelo Branco, na Região Metropolitana de São Paulo.

Até hoje, Kobra já deixou seus murais em diversas cidades do Brasil e em outros países como Espanha, Itália, Noruega, Inglaterra, Suécia, Polônia, Malaui, Índia, Japão, Emirados Árabes Unidos, além de diversas cidades norte-americanas.