Lúcio Cardoso

Escritor brasileiro
Por Dilva Frazão
Biblioteconomista e professora

Biografia de Lúcio Cardoso

Lúcio Cardoso (1912-1968) foi romancista, poeta, dramaturgo e artista plástico brasileiro. Ao isolar sentimentos como temas de suas obras, e dirigir-se às sondagens da alma, Lúcio Cardoso concentrou-se na presença do mistério nos destinos humanos e criou atmosferas de pesadelo em suas obras mais típicas.

Joaquim Lúcio Cardoso Filho nasceu em Curvelo, Minas Gerais, no dia 14 de agosto de 1914. Tinha dois anos quando sua mãe mudou-se com os cinco filhos para Belo Horizonte, onde fez seus estudos primários.

Carreira

Em 1923, Lúcio Cardoso mudou-se para o Rio de Janeiro quando foi matriculado no Instituto Lafayette. Nessa época já começou a se interessar por literatura e escrever um folhetim "capa e espada", que divulgava em um jornal manuscrito.

Devido a seu desinteresse pelos estudos, sua família resolveu levá-lo para Belo Horizonte e interná-lo no Colégio Arnaldo. Com 15 anos, tendo concluído o ginásio, voltou para o Rio de Janeiro. Nessa época escreveu contos, poemas, romances e a peça “Reduto dos Deuses”, que foi lida e elogiada pelo escritor Aníbal Machado.

Durante sete anos, Lúcio Cardoso escreveu vários romances, que ficaram inéditos, enviou contos para revistas, fundou as publicações “A Bruxa”, com José Sans e “Sua Revista”, com Santa Rosa, trabalhou em uma companhia de seguros, época em que conheceu o poeta Augusto Frederico Schmidt, que o lançou na literatura com os romances “Maleita” (1934) e “Salgueiro” (1935).

O reconhecimento do escritor só veio com as obras, “A Luz do Subsolo” (1936) e “Mãos Vazias” (1938), quando se definiu por análises psicológicas tratadas em nível de alta densidade poética. Em seguida, publicou “História da Lagoa Grande” (1939), sua única incursão pela literatura infantil.

Depois de escrever outros romances que parecem etapas de um longo processo de aperfeiçoamento, como “O Desconhecido” (1940), “Dias Perdidos” (1943), “Inácio” (1944) e “A Professora Hilda” (1945), publicou sua obra prima: “Crônica da Casa Assassinada" (1959).

Lúcio Cardoso escreveu também as obras: "Poesias" e "Poesias Novas", e algumas peças teatrais, entre elas: “O Escravo” (Os Comediantes), (1943), “A Corda de Prata” (teatro de câmera), (1947), “O Filho Pródigo” (1947) e “Angélica” (1950), peças precursoras de um novo teatro.

O escritor fez também uma aventura pelo cinema, com o roteiro de “Almas Adversas”, e com a direção do longa-metragem “A Mulher de Longe” (1949), filme não concluído.

Em 1959, depois de longa temporada sem publicar, retornou com  a obra “Crônica da Casa Assassinada” – romance de maturidade, marco de sua ficção, e que representou o total reconhecimento do autor. Em 1961 apresentou o primeiro volume de seu "Diário", que descreve os anos de 1949 a 1951.

Em 1962 sofreu um acidente vascular cerebral (AVC) que paralisou seu lado direito do corpo, o que o levou a exercer a pintura, chegando a realizar duas exposições individuais.

Características da obra de Lúcio Costa

A obra de Lúcio Cardoso está incluída no contexto da "Ficção Regionalista", qando os romances da década de 30 centralizam sua atenção em regiões específicas do país e fazem uma crítica em relação às diferenças sociais. Fez também uma incursão pelo estudo do homem a debater-se em seus conflitos mais íntimos. Em Crônica da Casa Assassinada, sua mais importante obra, o romancista se liberta de uma série de preconceitos que vinham limitando sua literatura.

Lúcio Cardoso faleceu no Rio de Janeiro (RJ), no dia 26 de setembro de 1968.

Dilva Frazão
É bacharel em Biblioteconomia pela UFPE e professora do ensino fundamental.
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