Maya Angelou

Escritora e ativista afroamericana
Por Laura Aidar
Formada em Comunicação

Biografia de Maya Angelou

Maya Angelou (1928-2014) foi uma das figuras afroamericanas mais influentes do século XX. Escritora, poetisa, multiartista e ativista, realizou outras diversas atividades ao longo da vida.

Sua importância transcende os EUA, deixando um legado de luta contra o racismo e a favor dos direitos civis e das mulheres. 

Faleceu em 2014, aos 86 anos.

Infância e juventude

Batizada como Marguerite Ann Johnson, nasceu em Missouri, nos EUA, em 4 de abril de 1928. Quando tinha 3 anos seus pais se separaram e ela foi viver com a avó paterna, Annie Henderson, figura importante em sua trajetória.

Maya foi violentada sexualmente com apenas 8 anos pelo namorado da mãe. A garota contou sobre o ocorrido apenas ao irmão, que contou para outras pessoas da família. Assim, o homem foi condenado, mas ficou só um dia na prisão. Ao sair, foi assassinado alguns dias depois.

Traumatizada, Maya permaneceu 5 anos sem pronunciar uma palavra. Nesse tempo se dedicou ao amor pela literatura. Uma amiga da família, senhora Flowers, foi essencial para que a garota voltasse a falar e lhe apresentasse grandes autores literários que seriam importantes no desenvolvimento de sua escrita.

Maya e o irmão se mudam para a Califórnia quando ela tinha 14 anos, voltando a morar com a mãe.

Mais tarde, nos anos 40, estudou na Escola de Trabalho Social da Califórnia. Nessa época também foi condutora de bondes em São Francisco.

Aos 17 anos teve um filho e foi mãe solo. Por isso, precisou se submeter a vários trabalhos, recorrendo inclusive à prostituição.

Anos mais tarde se casou com o músico Tosh Angelous e o relacionamento não durou muito. Foi nos anos 50 que passou a ser conhecida como Maya Angelou, na mesma época em que se dedicou à dança e teatro.

Trajetória 

Maya se envolveu em diversos projetos artísticos, com destaque para a peça Porgy and Bess, que percorreu mais de vinte países na Europa. Ela também escreveu peças, uma delas Cabaret for Freedom, que fez parte de seu repertório.

Conheceu pessoas importantíssimas do movimento negro, como James Baldwin, Martin Luther King, Malcon X, Nelson Mandela, o sul-africano Vusumzi Make.

Maya teve a oportunidade de trabalhar no Cairo e em Acra, onde editou o jornal The Arab Observer. 

Nos anos 60 lançou a primeira autobiografia, intitulada I Know Why Caged Bird Sings’ (Eu Sei Porque o Pássaro Canta na Gaiola). Essa foi a obra que lhe renderia a indicação em um importante prêmio literário em 1974. A partir de então publicou mais seis autobiografias.

Versátil e multitalentosa, também se dedicou a outros inúmeros projetos, sendo convidada a participar de comissões de cultura e trabalhos na televisão e cinema. Na década de 70 foi indicada ao Emmy.

Se casou em 1973 com Paul du Feu e em 1979 ficou amiga de Oprah Winfrey, figura importante em sua trajetória.

Separada do marido, vai para o sul do país, onde dá aulas na Universidade de Wake Forest, Carolina do Norte.

Nos anos 90 participou da cerimônia de posse de Bill Clinton. Em 1998 dirigiu o filme Down in the Delta’ e seguiu escrevendo, participando de projetos em diversos formatos e recebendo honrarias.

Maya Angelou faleceu em 28 de maio de 2014, aos 86 anos. Era uma pessoa ativa até o fim da vida e quando morreu estava escrevendo mais um livro.

Obras importantes de Maya Angelou

Maya deixou muitos textos, performances e poemas. Suas obras mais significativas são:

  1. "I Know Why the Caged Bird Sings" (1969) - primeiro livro da escritora e considerado o mais importante de sua trajetória. É uma autobiografia e trata de temas como raça, identidade, trauma e superação. 

  2. "And Still I Rise" (1978) - Coletânea de poemas que abordam de empoderamento, resistência, dignidade e perseverança. 

  3. "The Heart of a Woman" (1981) - Quarta autobiografia de Angelou que conta sobre o envolvimento no movimento dos direitos civis e relações com figuras como Malcolm X e Martin Luther King Jr.

  4. "Phenomenal Woman: Four Poems Celebrating Women" (1995) - Coleção de poemas que celebras a força e luta das mulheres.

  5. "A Song Flung Up to Heaven" (2002) - Sexta autobiografia, que aborda a volta aos EUA depois de um período no continente africano.

Laura Aidar
Formada em Comunicação pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) e em Fotografia pela Escola Panamericana de Arte e Design.
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