Rosalind Franklin
Biografia de Rosalind Franklin
Rosalind Franklin (1920-1958) foi uma cientista britânica responsável pela célebre "foto 51", a primeira a registrar nitidamente a estrutura do DNA. Além disso, a química também se dedicou a estudos sobre o carvão mineral, RNA e vírus.
Suas descobertas foram essenciais para se conseguir determinar a forma em dupla hélice do DNA, sigla para Ácidos Desoxirribonucleico.
Entretanto, seu nome não entrou para a história como autora desse feito, pois três cientistas pegaram seus estudos sem permissão, terminaram a pesquisa e levaram a fama, recebendo o Prêmio Nobel de Medicina.
Vida e trajetória
Rosalind nasceu em 25 de julho de 1920 em Londres. Vinda de uma família abastada, ela desde criança demonstrou facilidade e interesse por matemática.
Se formou em Ciências Naturais e fez doutorado na Universidade de Cambridge. Na década de 40 realizou estudos sobre o carvão mineral, conhecimento utilizado para a produção de máscaras a gás na Segunda Guerra Mundial.
Anos depois, dedicou-se a pesquisas em cristalografia de raio-X, ou difração do raio-X.
Assim, por conta de seus estudos avançados, foi convidada por JT Randall para trabalhar no King's College.
A descoberta do DNA
No King's College, Franklin conseguiu realizar em 6 de maio de 1952 a famosa "fotografia 51", na qual imprimiu em uma chapa a imagem da estrutura do DNA.
Para realizar a tarefa ela precisou fazer constantes ajustes no equipamento de raio-X e a exposição da foto durou 100 horas. Ela tinha 31 anos e contou com a assistência de Raymond Gosling.
Na mesma instituição também trabalhava o cientista Maurice Wilkins, que inclusive também pesquisava o DNA. Os dois não se deram bem desde o início e há suspeitas de que ela tenha sofrido assédio moral por ser mulher em um ambiente predominantemente masculino.
A injustiça contra Franklin
A importante descoberta de Rosalind foi parar nas mãos de Wilkins (especula-se que Gosling, seu assistente, a tenha entregado). Sem o consentimento dela, Wilkins mostrou a fotografia para James Watson, outro pesquisador que também estudava o tema com o colega Francis Crick na Universidade de Cambridge.
Assim, os três cientistas (Wilkins, Watson e Crick) se apropriaram da imagem e dos estudos de Franklin para determinar a estrutura do DNA.
Publicaram em 1953 um artigo sobre a descoberta do DNA na revista científica Nature. Franklin também publicou na mesma revista um artigo sobre o tema. Sem muito destaque, ficou a impressão de que suas pesquisas eram de menor relevância, quando, na verdade, foram essenciais e primordiais.
A cientista não contestou a autoria dos estudos e estava trabalhando em outro laboratório, o Birkbeck College, onde passou a estudar sobre vírus.
Em 1962, James Watson, Maurice Wilkins e Francis Crick receberam o Prêmio Nobel de Medicina pela "descoberta do DNA".
Nessa época, Rosalind Franklin já havia falecido. Ela morreu em 1958, aos 37 anos, vítima de câncer no ovário, provavelmente adquirido devido à intensa exposição de raio-X.
Os três estudiosos não citaram Rosalind em seus discursos de premiação.
Seis anos depois, em 1968, Watson lançou o livro A dupla hélice: como descobri a estrutura do DNA, onde se refere à colega de profissão como uma "mulher bélica que escondia dados". Ele confessa também que pegou os estudos de Rosalind sem sua permissão.
Legado de Franklin
Hoje, além de Rosalind Franklin ter deixado como legado descobertas revolucionárias sobre o DNA, contribuindo para importantes avanços na medicina, ela também se tornou um nome relevante na luta contra o apagamento de mulheres, tanto na ciência quanto em outras áreas.
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