Tutankamon

Faraó do Egito
Por Dilva Frazão
Biblioteconomista e professora

Biografia de Tutankamon

Tutankamon (1341-1323 a C.) foi um faraó da XVIII Dinastia egípcia que reinou apenas nove anos, de 1332 a 1323 a. C., porém, tornou-se famoso após sua tumba ter sido encontrada intacta em 1922, repleta de tesouros.

Tutankamon, ou Tutancâmon, nasceu no Egito, provavelmente em (1341 a. C.). Era filho do faraó Akhenaton IV (anteriormente Amenófes) e de sua tia, uma irmã de seu pai, conforme resultados das análises genéticas realizadas nas múmias encontradas próximas à tumba do faraó.

Civilização egípcia - contexto histórico

A civilização egípcia estava instalada no extremo nordeste da África em uma região desértica, beneficiada pelo rio Nilo. As comunidades agrícolas locais eram chefiadas pelos nomos – Monarcas – que eram rei, juiz e chefe militar.

Por volta de 3500 a.C. formaram-se dois reinos: o Alto Egito, ao sul, e o do Baixo Egito, ao norte, na região do delta do Nilo. Em 3200 a. C., Menés, governante do Alto Egito, unificou os dois reinos tornando-se o primeiro faraó.

Após a unificação, a capital egípcia passou a ser Tinis, sendo mais tarde transferida para Mênfis, na região do Cairo (capital atual do Egito).

Nessa época, destacou-se a VI Dinastia, cujos Faraós empreenderam a construção de grandes obras: as pirâmides de "Quéopes, Quéfren e Niquerinos".

Após um período em que o país sofreu provavelmente a invasão de nômades dos desertos vizinhos, restabeleceu-se o poder central e a unidade do império. A cidade de Tebas foi transformada em nova capital.

Aos poucos, a autoridade do Faraó foi sendo minada pelo aumento do poder dos Monarcas, que acumularam grande quantidade de riquezas.

Em 1750 a. C., após uma grande rebelião de camponeses e escravos e a invasão dos hicsos, povo de origem asiática e a chegada dos hebreus, houve um enfraquecimento da autoridade do Faraó.

O longo domínio dos hicsos acabou por unir os egípcios, que na cidade de Tebas, sob a liderança do governador Amósis I, expulsou os invasores.

O país foi reunificado e Tebas voltou a ser a capital e o Deus local, Amon, tornou-se o deus principal de todo o Egito, inaugurando-se o Novo Império (1580-525 a. C.)

Por volta de 1250 a. C., os hebreus, sob a liderança de Moisés, conseguiram fugir do Egito, no episódio que ficou conhecido como Êxodo e está registrado no Antigo Testamento da Bíblia.

Os faraós do "Novo Império" deram início a uma política externa expansionista. Um dos faraós, Amenófis IV, pai de Tutancâmon, empreendeu uma grande reforma religiosa.

Amenófis IV pretendia substituir o politeísmo tradicional centrado principalmente no deus "Amon-Ra" por uma maior valorização ao deus "Aton" representado pelo círculo solar, aproximando-se de um culto monoteísta.

Para isso, mandou apagar o nome de Amon dos templos e seus monumentos foram danificados.

O próprio faraó mudou seu nome para Akhenaton – “servidor de Aton”, e fundou uma nova capital próxima a Tebas, Aquelaton. O culto aos demais deuses foi abolido, mas a longo prazo, a crença em Aton não conseguiu firmar-se.

O Faraó Tutancâmon

Com a morte do faraó Akhenaton e de seu filho e corregente, Smenkhkare, o caminho foi aberto para a ascensão de Tutankamon ao trono.

Sendo o herdeiro muito jovem, o alto funcionário da corte, AY, tornou-se o regente e o comandante das tropas imperiais, e Horemheb, tornou-se um de seus principais conselheiros.

Sob a tutela de Ay e Horemheb, o jovem faraó mudou seu nome de Tutankhaten para Tutankamom “imagem viva de Amon”, mudou-se de Tell al-Amarna para "Mênfis", capital administrativa próxima ao lugar em que mais tarde surgiria o Cairo.

Tutankamon decretou a restauração do culto a Amon e devolveu todos os templos e privilégios aos antigos sacerdotes de Tebas. Começou a restaurar o antigo esplendor de "Karnak" com novos monumentos dedicados a Amon.

Casamento, filhos e morte

O Faraó Tutankamon casou-se, com apenas nove anos, com sua meia-irmã Ankhesenamon, filha de Akhenaton e de Nefertiti, a grande esposa real. Essa consanguinidade poderia justificar a morte dos dois fetos mumificados encontrados no túmulo do Faraó.

Tutankamon faleceu de forma inesperada, em 1323 a. C. com apenas 18 anos, foi sepultado em Tebas em um luxuoso túmulo que escapou dos saqueadores que invadiam o "Vale dos Reis", em "Luxor", em busca de tesouros.

Tutankamon

Em novembro de 1922, durante uma exploração na necrópole, uma missão arqueológica britânica dirigida por Howard Carter encontrou o túmulo e várias câmaras intactas.

A múmia do rei Tutankamon foi encontrada protegida por uma máscara mortuária feita em ouro maciço, que estava dentro de dois outros caixões de madeira, decorados com ouro.

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No túmulo do faraó "Tut", foram encontrados mais de cinco mil objetos, um enorme tesouro em ouro, que reúne joias, estatuetas, barcos, bigas, móveis, arcos, flecha, escudos, sandálias, roupas etc.

Tutankamon

O sarcófago de Tutankamon, seu trono e suas bigas, feitos em ouro maciço, revelaram a importância e a riqueza do faraó. Foram necessários 10 anos para que todos os itens encontrados fossem catalogados.

As pinturas registradas nas paredes da tumba mostram o faraó sempre apoiado em uma bengala. Entre os itens encontrados estavam mais 130 bengalas, algumas delas decoradas com ouro, o que fez os pesquisadores pensarem que ele precisava dela para andar.

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Uma tomografia realizada na múmia de Tutankamon mostrou degeneração nos ossos e um pé torto. Os resultados das análises genéticas concluíram que o faraó sofria de osteonecrose, uma doença que privava os ossos da circulação sanguínea.

Segundo as pesquisas mais recentes, a causa da morte prematura do rei Tut teria sido a malária, uma vez que foi encontrado na múmia o parasita Plasmodium Falciparium.

Os objetos encontrados na tumba foram cuidadosamente transportados para o Grande Museu Egípcio, localizado junto às pirâmides de Gizé, que reúne um grande acervo e tem previsão para ser inaugurado em 2021.

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Maldição do faraó

Após a tumba do faraó Tutankamon ter sido aberta, ocorreram várias mortes de pessoas envolvidas no processo. A notícia que se espalhou foi que qualquer pessoa que viole a múmia de um faraó do Antigo Egito cairá em maldição e morrerá em breve.

Dilva Frazão
É bacharel em Biblioteconomia pela UFPE e professora do ensino fundamental.
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