Dario I

Foi rei da Pérsia
Por Dilva Frazão
Biblioteconomista e professora

Biografia de Dario I

Dario I (550-478 a.C.) foi rei da Pérsia. Venceu os caldeus e os babilônicos, lutou contra os medos e ampliou seu reino até a Jônia, Trácia, Síria e Cartago, formando um dos mais extensos impérios da Antiguidade.

Dario I nasceu na Pérsia, no ano 550 a.C. Era filho de Hutaspes, pertencente à dinastia dos Aquemênidos. Nessa época, as tribos persas estavam unidas e organizadas sob a liderança do rei Ciro II, que dominou vários povos vizinhos.

Com a morte de Ciro II em 530, durante um combate contra os nômades do Irã Oriental, a coroa é passada para seu filho Cambises II, que continuando a expansão anexou o Egito.

Durante a campanha, eclodem rebeliões nos domínios já estabelecidos. E, ao regressar à capital Pasárgada, Cambises II morre subitamente durante a viagem, em 523.

Reinado de Dario I

Com a morte de Cambises, seu irmão Bardiya usurpou o trono. Segundo inscrições gravadas pelo próprio Dario na pedra do Behistun, ele conseguiu apoio dos nobres persas para eliminar Bardiya.

Dario, príncipe de sangue real foi feito rei, mas não foi logo reconhecido por todos provocando uma revolta no império. Sua primeira medida foi vencer os rebeldes e abafar os movimentos separatistas.

Depois de restabelecer a ordem no império, Dario I empreendeu importante reforma administrativa. Sem pretender unificar e difundir civilizações tão diferentes as reuniu sob um único poder.

 Egípcios, babilônicos, hindus, armênios, lídios e inúmeros outros povos de costumes, língua, religião e atividades econômicas completamente diversas estavam sob seu domínio.

Administração

Dario I dividiu o império em 21 províncias, as “satrápias” – unidades administrativas e jurídicas com governo autônomo. Os “sátrapas”, ou governadores eram os únicos responsáveis perante o soberano e recolhiam aos cofres do estado uma contribuição fixa.

O comércio foi estimulado com a abertura de novas rotas e com o estabelecimento de uma moeda única, o “dárico”, que só podia ser cunhada pelo rei, foi instrumento de unificação. Criou-se também um eficiente sistema postal.

Religião

Por toda parte, Dario I conservava a religião e os costumes locais e não admitia que os seus funcionários desrespeitassem as crenças dos dominados. Nas inscrições reais repetia-se a invocação do deus persa:

“Grande deus é Ahuramazda, que criou o céu lá em cima, que criou a terra cá embaixo, que criou o homem, que criou a felicidade para o homem, que tornou Dario rei, que ao Rei Dario entregou este grande reino, rico em cavalos, rico em homens”.

Mas em respeito à fé de cada povo, ao lado de cada inscrição, era feita uma versão na língua da província. No Egito os êxitos do rei eram atribuídos à deusa de Sais, sua mãe, na Babilônia, a Bel-Marduc, divindade local, e, nos territórios gregos aos favores de Apolo.

Construções

Muitas eram as capitais do reino no império persa e em cada uma se erguiam ricos palácios, além de parques com árvores e animais de várias espécies. Algumas capitais foram conservadas, como Ecbátana, na Média, Babilônia e Susa na Caldeis.

Na própria Pérsia, Dario abandonou Pasárgada, fundada por Ciro II e, construiu Persépolis, no Centro-Sul do atual Irã.

dario
Ruínas de Persépolis

Entre as capitais, favorecendo o comércio e o controle real, foram abertas grandes estradas, bem conservadas, policiadas e com estalagens para cavalos. A mais importante foi a “estrada real” de Susa a Sardis (na atual Turquia).

Língua

A diversidade de língua e escrita foi um empecilho que Dario resolveu substituindo o persa pelo aramaico, já utilizado pela monarquia assíria, transformando o idioma oficial para todo o império.

Enviadas para cada região, as ordens escritas em aramaico eram traduzidas para a língua local e divulgadas.

Expansão e queda do império

Dario continuou ampliando seu império e estendeu seus domínios até o rio Indo e conquistou outros territórios ao norte, além da Trácia e da Macedônia e de algumas ilhas do Mar Egeu.

Dario I

Seu grande sonho era a Grécia, porém, em 499 a.C., as colônias gregas se uniram em rebelião, ajudadas por Atenas.

Iniciaram-se longas e penosas lutas entre persas e gregos. Dario I enviou uma expedição comandada pelo general Mardônio, no ano de 492 a.C. Os danos causados à frota por uma tempestade obrigaram os persas a abandonar a batalha.

Uma segunda expedição, comandada por Datis, também fracassou. Finalmente os atenienses vencem os persas na famosa batalha de “Maratona”, em 490 a.C.

Quando se preparava para a vingança, uma revolta no Egito obrigou o rei Dario I a se transferir para as terras do Nilo, onde morreu, no ano de 487 a.C., sendo sucedido por seu filho "Xerxes I".

Dilva Frazão
É bacharel em Biblioteconomia pela UFPE e professora do ensino fundamental.
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