Elisa Lispector

Escritora brasileira
Por Dilva Frazão
Biblioteconomista e professora

Biografia de Elisa Lispector

Elisa Lispector (1911-1989) foi uma escritora, jornalista e funcionária pública brasileira. Autora de romances e contos, dentro de uma linha introspectiva, deixou uma rica obra sobre a saga de imigrantes judeus naturalizados no Brasil.

Elisa Lispector (1911-1989) nasceu na aldeia de Sawrahn, Ucrânia, na Rússia, no dia 24 de junho de 1911. Filha de família de origem judaica, seu pai, Pinkouss e sua mãe Mania Lispector, emigraram para o Brasil, chegando a Maceió, onde morava a irmã de sua mãe, em março de 1922.

Em 1925, Elisa muda-se com a família para a cidade do Recife, capital de Pernambuco, onde cursou a escola Normal. Formada professora, chegou a lecionar para crianças durante alguns anos. Foi aluna do Conservatório de Música e naturalizou-se brasileira.

Em 1935, a família muda-se para o Rio de Janeiro e logo ingressa no Serviço Público Federal, onde exerceria importantes funções, inclusive no exterior, secretariando delegações governamentais e conferências internacionais de Trabalho, em Genebra, congressos de Previdência Social, em Buenos Aires e Madri. Representou o Brasil na Reunião Americana, no Peru, promovida pela OIT.

Elisa Lispector cursou Sociologia na Faculdade Nacional de Filosofia, e Crítica de Arte, na Faculdade Brasileira de Teatro. Dedicou-se ao jornalismo, colaborando em revistas e jornais literários.

Elisa estreou na literatura com o romance “Além da Fronteira” (1945), obra introspectiva, construída sobre a memória de sua condição de emigrante ucraniana e a vida de privações de seu povo. Em seguida publicou “No Exílio” (1948), obra de cunho autobiográfico, traz a protagonista Lizza, e sua saída de uma Rússia após a Revolução de 1917, a perseguição aos judeus e a chegada ao Brasil, instalando-se no Recife, como ocorreu com sua família. Dentro da mesma linha introspectiva, publicou “Ronda Solitária” (1954).

Em 1963 recebeu o Prêmio José Lins do Rego, com a obra “O Muro de Pedras” (1963), e o Prêmio Coelho Neto, de 1964, da Academia Brasileira de Letras. O romance é todo ele uma indagação quase trágica, monólogo sofrido e intenso da protagonista Marta, sobre o que ela é, sobre o que é a vida, e sobre a atitude a assumir diante de si e em relação ao seu semelhante.

Elisa Lispector publicou ainda o romance “O Dia Mais Longo de Tereza” (1965) e o livro de contos “Sangue no Sol” (1970), “Inventário” (1977) e “O Tigre de Bengala” (1985).

Elisa Lispector faleceu no Rio de Janeiro, (RJ), no dia 6 de janeiro de 1989.

Dilva Frazão
É bacharel em Biblioteconomia pela UFPE e professora do ensino fundamental.
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