Jean-Baptiste Racine

Dramaturgo e poeta francês
Por Dilva Frazão
Biblioteconomista e professora

Biografia de Jean-Baptiste Racine

Jean-Baptiste Racine (1639-1699) foi um dramaturgo e poeta do período áureo das letras francesas, considerado ao lado de Molière, um dos maiores representantes da dramaturgia clássica francesa.

Jean-Baptiste Racine nasceu em La Ferté-Milon, no norte da França, no dia 22 de dezembro de 1639. Órfão aos três anos de idade ficou aos cuidados dos avós.

A partir de 1649 foi educado pelas religiosas da abadia de Port-Royal, centro do movimento católico jansenista, quando os austeros princípios marcaram sua formação.

Entre 1655 e 1658 estudou na Petites Écoles de Port-Royal, onde recebeu uma educação clássica, com influência do filósofo e teólogo Blaise Pascal.

Em 1658 Racine iniciou seus estudos de Filosofia no colégio D’Harcourt de Paris. À medida que se distanciou da influência de seus antigos mestre, entrou para os círculos literários e teatrais.

Primeiras peças

A primeira tragédia de Racine “La Thébaide” ou “Les Frères Ennemis” (1664) foi encenada pela companhia do dramaturgo Molière, no Théatre du Palais-Royal, em Paris, porém não foi bem recebida pelo público.

Descontente com a montagem da sua segunda peça, “Alexandre o Grande”, pela mesma companhia, decidiu entregar à companhia do Hotel de Bourgogne, rival de Molière, o que gerou um conflito entre eles.

Em 1667 apresentou sua primeira peça de sucesso “Andrômaca”. Nesse mesmo ano começou sua rivalidade com o dramaturgo Pierre Corneille e com seus mestres jansenistas de Port-Royal. Para contestá-los escreveu a comédia “Les Pladeurs” (1668, Os Litigantes).

De forma geral, Jean-Baptiste Racine buscou inspiração na literatura grega, embora tenha competido diretamente com Corneille, ao utilizar temas romanos e políticos, associados geralmente ao seu grande rival.

Em 1669 apresentou “Britânico”, considerado um ataque direto a Corneille, que com o apoio do rei acabou por triunfar. Em 1670 escreveu “Berenice” dedicada a Jean-Baptiste Colbert, ministro do rei.

Sempre respaldado pela aristocracia alcançou a glória entre 1672 e 1675 com as tragédias “Bayaceto” (1672), “Mitridates” (1673) e “Ifigénia” (1674). Em 1672 foi admitido na Academia Francesa. Em 1675 recebeu o título de “Tesoureiro da França”.

Fedra

Em 1677 publicou “Fedra”, obra-prima que atingiu o clímax do realismo psicológico e da análise da alma feminina, considerada um marco na carreira do autor. A obra marcou sua reconciliação com os mestres da Port-Royal.

Toda a ação da peça é centrada em Fedra, personagem de perfil grego e “euripidiano”, mas atormentada por uma consciência cristã. São desses textos os versos mais citados do autor.

Ainda em 1677, Racine se casou e foi nomeado historiógrafo oficial de Luiz XIV. A partir de então, sua produção foi regredindo e abandonou o teatro por 10 anos para se dedicar à sua família e à educação de seus filhos.

Últimas peças

Suas duas últimas peças foram escritas a pedido de Madame de Maintenon, esposa de Luís XIV. A primeira, o drama bíblico “Esther” (1689), introduziu coros à maneira grega. A segunda, o drama religioso “Athalie” (1691) foi considerado uma das mais notáveis peças do teatro francês.

Últimos anos e morte

No final da vida, Racine voltou à fé e reconciliou-se com a Abadia de Port-Royal, cuja história contou em “História de Port-Royal”, que só foi publicada postumamente em 1767.

Jean-Baptiste Racine faleceu em Paris, França, no dia 21 de abril de 1699. Foi enterrado no cemitério de Port-Royal, mas em 1710 seus restos mortais foram transladados para a igreja Saint-Étienne-du-Mont em Paris.

Frases de Jean Racine

"Temo os vossos silêncios, não as vossas injúrias."

"O covarde teme a morte, e isso é tudo o que teme."

"Quanto mais gosto de quem ofende, mais sinto a ofensa."

"Entrego-me cegamente ao impulso que me arrasta."

"Não há segredos que o tempo não revele."

Dilva Frazão
É bacharel em Biblioteconomia pela UFPE e professora do ensino fundamental.
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