Jean-Baptiste Debret

Pintor francês
Por Dilva Frazão
Biblioteconomista e professora

Biografia de Jean-Baptiste Debret

Jean-Baptiste Debret (1768-1848) foi um pintor, desenhista, decorador e professor francês. Integrou a Missão Artística Francesa que veio ao Brasil em 1816 em atendimento à solicitação do príncipe regente D. João.

Debret criou com desenhos e aquarelas, um panorama de imenso valor documental sobre a vida cotidiana no Brasil nas primeiras décadas do século XIX.

Infância e Formação

Jean-Baptiste Debret nasceu em Paris, França, no dia 18 de abril de 1768. Seu pai, Jacques Debret, era funcionário público e estudioso de História Natural e Artes. Em 1783 ingressou no ateliê de seu primo Jacques-Louis David, líder do neoclassicismo francês, e o acompanhou em sua segunda viagem à Itália onde permaneceu por um ano.

Em 1785 ingressou na Academia Real de Pintura e Escultura da França. Em 1791 foi admitido no concurso para bolsista em Roma, quando recebeu o prêmio com a tela “Régulos para Cartago”.

Participou seguidamente dos concursos da Academia até esta ser fechada em 1793. Formou-se em Engenharia e diante da conjuntura política da França, Debret passou a lecionar desenho na Escola Técnica, destinada a formar engenheiros.

Em 1798 colaborou com os arquitetos Percier e Fontaine em trabalhos decorativos para edifícios públicos e residências particulares. Em 1799 expôs no Salão de Paris, quando o quadro de grandes proporções, “Aristômenes, General dos Messênios”, lhe valeu o prêmio de segundo lugar.

Pintor da Corte de Napoleão

Em 1806, Debret iniciou suas obras dedicadas à glória de Napoleão, encomendadas por Vivant-Denon, diretor de museus. Entre seus trabalhos destacam-se: Napoleão Homenageia a Coragem Infeliz (1806), uma tela de 3,90m x 6,21m – que recebeu menção honrosa do Instituto de França, “Napoleão Condecora o Granadero Lazareff em Tilsitt” (1807) e "Napoleão discursa para as Tropas Bávaras" (1810).

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Napoleão Homenageia a Coragem Infeliz (1806)

Em 1814, com a queda de Napoleão, Debret perdeu o seu principal financiador.

Pouco depois, Debret recebeu duas propostas, uma do czar Alexandre I, que o convidou para trabalhar em São Petersburgo, e outra de Lebreton, que o chamou para integrar a missão artística francesa no Brasil, conforme solicitação do príncipe regente D. João. Decidido a participar da missão francesa, Debret embarcou para o Brasil.

Debret e a Missão Francesa

Com o objetivo de criar uma Escola de Artes e Ofícios no Brasil, o príncipe regente D. João solicitou a Lebreton, secretário da Escola de Belas Artes da França, um grupo de artistas e mestres para formar a “Missão Francesa” que iria se instalar no Brasil.

No dia 26 de janeiro de 1816, Debret embarcou no porto de Le Havre. No dia 26 de março de 1816 chegou ao Rio de Janeiro, juntamente com os outros membros da missão.

Em 1817, Debret abriu seu ateliê no Catumbi. Nesse período, pintou: Casa de Debret em Catumbi, o “Retrato de D. João” e o Desembarque da Arquiduquesa Leopoldina. Em fevereiro de 1818, em companhia de outros membros da missão, como o arquiteto Grandjean de Montigny e o escultor Auguste Taunay, Debret recebe a tarefa de projetar e preparar a ornamentação do Rio de Janeiro para os festejos da coroação de Dom João VI.

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Casa de Debret em Catumbí (1817)
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Desembarque de D. Leopoldina (1817)

Pintor da Corte de D. João VI

Posteriormente, Debret tornou-se o pintor oficial do Império. Produziu retratos da Família Real e, durante muitos anos exerceu a função de cenógrafo do Real Teatro São João. Pintou quadros históricos e gravuras que mostram costumes e tipos humanos do Rio de Janeiro da época:

Pintor da Corte de Dom Pedro I

 Em 1821, com a volta de Dom João VI para Portugal, Debret passou a servir Dom Pedro I, de quem recebeu a Comenda da Ordem de Cristo. Em 1829 e 1830, realizou-se as duas primeiras exposições de artes no Brasil.

Em 1831, com a abdicação de Dom Pedro I, Debret regressou para a França, depois de 15 anos no Brasil, levando consigo Manuel de Araújo Porto Alegre que pretendia se aperfeiçoar em Paris.

Os 350 originais das gravuras de Debret executadas no Brasil, estão conservadas na Fundação Castro Maia, no Rio de Janeiro. As telas a óleo encontram-se no Museu Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro.

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Moenda de Cana (1822)
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Carregadores de Café (1826)
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Jantar Brasileiro (1827)

Viagem Pitoresca e Histórica ao Brasil

Em 1834, 1835 e 1839, Debret publicou em três volumes a obra “Viagem Pitoresca e Histórica ao Brasil”. No primeiro volume retrata a cultura indígena, no segundo, a relação entre brancos e escravos, no terceiro e último volume, Debret dedicou-se à corte e as tradições populares, todas acompanhadas de textos explicativos.

Jean-Baptiste Debret faleceu em Paris, França, no dia 28 de junho de 1848.

Dilva Frazão
É bacharel em Biblioteconomia pela UFPE e professora do ensino fundamental.
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