Manuel de Araújo Porto Alegre

Manuel de Araújo Porto Alegre (1806-1879) foi um escritor do movimento romântico brasileiro. Foi também jornalista, dramaturgo, pintor, caricaturista, arquiteto, político e diplomata brasileiro. Recebeu do Imperador D. Pedro II, o título de Barão de Santo Ângelo.

Formação e carreira

Manuel de Araújo nasceu em Rio Pardo, no Rio Grande do Sul, no dia 29 de novembro de 1806. Ainda na infância, mudou-se para Porto Alegre. Com 16 anos começou a trabalhar como aprendiz de relojoeiro. Iniciou seus estudos de pintura e desenho com o pintor francês François Thér e com os coreógrafos brasileiros Manuel José Gentil e João de Deus. Nessa época, adotou “Porto Alegre” como seu sobrenome;

Em janeiro de 1827, mudou-se para o Rio de Janeiro, matriculou-se na Academia Imperial de Belas Artes onde teve aulas com o pintor Jean-Baptiste Debret e o arquiteto Grandjean de Montigny. Participou das exposições da Academia, em 1829 e 1830. Em 1831 acompanhou Debret em seu retorno à Europa. Em Paris, estudou na École National Superiéure des Beaux-Art. Em Roma estudou com o arquiteto Antonio Nibby.

Em 1935, Manuel de Araújo Porto Alegre viajou para a Inglaterra e para a Bélgica com o poeta Gonçalves de Magalhães, que estava na Europa para estudar. Em 1836, em Paris, fundaram a revista “Nitheroy – Revista Brasiliense”, que criticava a literatura brasileira tentando libertá-la das influencias estrangeiras. 

Ao regressar ao Brasil, Manuel de Araújo participou intensamente da vida teatral do Rio de Janeiro, desenhou cenários e figurinos e foi nomeado professor da Academia de Belas Arte, da qual seria mais tarde diretor.

Em 1940 foi nomeado pintor da Câmara Imperial e, realizou os trabalhos de decoração para a coroação do Imperador Dom Pedro II e para seu casamento com Teresa Cristina. Deu início à pintura do monumental painel “Coroação de Dom Pedro II”, que deixou inacabado. Pintou retratos e cenas históricas, o teto do Palácio de São Cristóvão e o pano de boca do Teatro São Paulo.

Como arquiteto, urbanista e paisagista, projetou o prédio do Banco do Brasil, a Escola de Medicina, a Alfândega e o Cassino Fluminense. Foi responsável pela reforma do Campo de Santana, modernizou ruas e calçadas e instituiu a obrigatoriedade de se apresentar as plantas das casas a construir.

Em 1841, seu artigo “Memórias Sobre a Antiga Escola de Pintura Fluminense” foi publicado na Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. Fundou os periódicos “Minerva Brasiliense”, em 1843. Em 1844 terminou a tela “Coroação de Dom Pedro II”. Nesse mesmo ano lançou a revista “Lanterna Mágica”, o primeiro periódico do país ilustrado com caricaturas. Lançou o periódico “Guanabara”, em 1849, com Joaquim Manuel de Macedo e Gonçalves Dias.

Em 1850, Manuel de Araújo Porto Alegre ingressou na política. Em 1852 torna-se suplente na Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro, onde permanece por quatro anos. Em 1854 foi nomeado diretor da Academia Imperial. Promoveu ampliações e apresentou uma reforma do ensino criando várias cadeiras, entre elas a de Desenho Industrial. Em 1857, após desentendimento com o futuro Visconde de Taunay, deixou a Academia.

Em 1859, foi nomeado cônsul em Berlim. Em 1862 foi transferido para Dresden, onde permanece até 1866. Nesse período, publicou o poema épico “Colombo”, com mais de oito mil versos, e as "Brasilianas" (1863).

Foi enviado para Portugal no cargo de Cônsul-geral em Lisboa. Em 1874, recebeu do Imperador Dom Pedro II, o título de “Barão de Santo Ângelo”.

Manuel de Araújo Porto Alegre faleceu em Lisboa, Portugal, no dia 29 de dezembro de 1879.

Peças teatrais de Porto Alegre

• Prólogo Dramático (1837)
• Angélica e Firmino (1845)
• A Estátua Amazônica (1851)
• A Noite de São João (1857)
• O Prestígio da Lei (1859)  
• Os Lobisomens (1862)
• Os Voluntários da Pátria (1877).