Jan van Eyck

Jan van Eyck (1390-1441) foi um pintor flamengo, um dos mais importantes mestres do estilo Gótico, considerado o fundador da escola realista flamenga.

Coube a Van Eyck aperfeiçoar a recém criada técnica da pintura a óleo. Foi um dos primeiros pintores a compreender a importância da incidência da luz sobre os objetos pintados.

Jan van Eyck nasceu em Maas Eyck, próspera região dos Países Baixos, que hoje se localiza no sudeste da Holanda, junto à fronteira com a Bélgica e a Alemanha, por volta de 1390.

Aprendeu a pintar com seu irmão mais velho, Hubert van Eyck, nascido em 1370, portanto vinte anos mais velho que Jan. Conta-se que Jan realizou vários trabalhos junto com o irmão. Como era costume de muitos artistas, adotou o nome de sua cidade natal.

Retábulo de Gante

Em 1420, os irmãos receberam a encomenda para pintar um retábulo, ou seja, uma construção de madeira colocado na parte posterior do altar e que encerra um quadro religioso, dividido em vários painéis emoldurados e dobráveis.

A obra foi encomendada por Josse Vydt, um nobre cidadão de Ghent (Gante), na atual Bélgica, e proprietário de uma capela na Catedral de Saint Bavo, na qual estabeleceu a sepultura de sua família.

Os pintores decidiram deixar Bruges, onde moravam, e se instalaram em uma casa próxima à Praça Kantre, em Ghent. A obra seria composta de vinte painéis fixos e móveis, unidos por dobradiças e que forma uma obra quando aberto e outra quando fechado.

Denominada Retábulo de Gante (também conhecido como Retábulo do Cordeiro Místico), o trabalho foi iniciado e se tornou sua obra mais célebre:

Em 24 de outubro de 1422, Jan van Eyck interrompeu o trabalho dos retábulos e viajou para Haia, a serviço de João da Baviera, Conde de Holanda. Permaneceu em Haia até a morte do duque, ocorrida em 5 de janeiro de 1425.

Alguns meses mais tarde, Felipe o Bom, o Duque de Borgonha, o nomeia pintor da corte. Além de pintor, iniciou um intenso período de viagens e realiza missões de caráter diplomático para o soberano.

É dessa época, a obra Nossa Senhora do Chanceler Rolin, uma das primeiras telas conhecidas do pintor, encomendada por Nicolas Rolin, o chanceler de Filipe. A obra encontra-se no Museu do Louvre, em Paris.

No dia 18 de setembro de 1426 morre seu irmão Hubert e Jan prossegue sozinho na execução do “Retábulo de Gante”. Nessa época, apenas a parte superior estava terminada.

Em 1428, mais uma vez, foi obrigado a interromper a obra, para atender ao pedido do Duque de Borgonha, que lhe outorga a missão de acompanhar a comitiva enviada a Portugal para pedir, em nome do Duque, a mão da Princesa Isabel, filha do Rei João I.

A tarefa de Jan van Eyck era retratar a princesa e também realizar missões diplomáticas e confidenciais. No dia 12 de fevereiro de 1429 o retrato de Isabel foi enviado ao Duque, mas posteriormente a tela foi perdida.

Em 1429, depois de um retorno acidentado em uma frota formada por 14 barcos, em que nove naufragaram, Jan van Eyck seguiu para Ghent para continuar a pintura do retábulo.

Em 1432, Jan van Eyck comprou uma casa em Bruges, na região mais progressiva dos Países-Baixos, hoje na Bélgica. Nesse mesmo ano termina sua maior e mais famosa obra, “O Retábulo de Gante“, que foi abençoada no dia 6 de maio.

Em 1433, de volta a Bruges, Van Eyck casa-se com uma jovem de vinte anos, Margarida. Nesse mesmo ano nasceu seu primeiro filho, que teve como padrinho o Duque Filipe, seu protetor.

O apogeu da obra de Jan van Eyck ocorreu com obras posteriores, entre elas: O Casal Arnolfini (1934), Nossa Senhora do Cônego van der Paele (1436), Anunciação (1436), A Virgem da Fonte (1439) e Margarida van Eyck (1439):

Atendendo ao pedido do abade do Mosteiro de Ypres, Van Eyck transfere-se para lá e começa o retábulo para a Igreja de São Martinho. Esta seria sua última obra, mas não pode termina-la, estava muito doente.

Jan van Eyck faleceu em Bruges, Bélgica, no dia 9 de julho de 1441. Seu corpo foi sepultado na Igreja de São Donato de Bruges.