Auguste Renoir

Pintor francês
Por Dilva Frazão
Biblioteconomista e professora

Biografia de Auguste Renoir

Auguste Renoir (1841-1919) foi um dos mais importantes pintores do Impressionismo francês. Entre suas obras estão: “Lise", “Rosa e Azul”, “Retrato de Claude Renoir” e As Banhistas. Aos poucos se distanciou das cintilações da cor e luz características do movimento e adotou uma estética mais clássica.

Renoir cultuou a vida e pintou sentimentos transformados em luz, captando a alegria de seu tempo. Ainda em vida conquistou a glória sem muitas dificuldades.

Pierre-Auguste Renoir nasceu em Limoges, França, no dia 25 de fevereiro de 1841. Filho de um modesto alfaiate, mudou-se com a família para Paris, em 1845, onde permaneceu durante três anos. A situação era muito difícil e eles resolvem voltar para Limoges.

Início da carreira

Em 1848, Renoir começou a trabalhar ajudando um pintor de porcelana e o fez tão bem que o patrão o matriculou em uma escola de desenho. Durante quatro anos trabalhava de dia e estudava à noite.

Com 17 anos, começou a trabalhar em uma fábrica, onde pintava artigos religiosos, leques e tecidos, que exigiam maior habilidade manual. Seu sonho era a cidade grande, e em 1862 mudou-se para Paris. Fez sua inscrição na École des Beaux-Arts e passou no primeiro exame.

Renoir iniciou um estágio no ateliê do pintor suíço Charles Gleyre, época em que fez os primeiros contatos com Sisley, Claude Monet, Bazille e Camile Pissarro, futuros grandes pintores.

Em 1864, influenciado por Monet, o grupo de estudantes passou a pintar ao ar livre na floresta de Fontainebleau, onde se dedicavam a pintar a natureza, a luz e a cor, ao contrário da regra que confinava o artista ao estúdio. Essa foi uma fase essencial para a pintura Impressionista que iriam desenvolver.

No mesmo ano, Renoir expôs no Salão o “Retrato de Willian Sisley” (pai de seu amigo). Nessa época, sentiu-se atraído pela fotografia e pintou uma série de retratos.

Em 1866, sob a influência de Gustave Coubert, Renoir pintou Hospedaria da Mãe Anthony, na qual o cotidiano é exibido, mas a obra foi rejeitada pelo Salão Oficial de Artes.

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Hospedaria da Mãe Anthony (1866)

Em 1867, Renoir pintou a tela Lise, considerada sua primeira obra de destaque. Em 1868 a obra foi aceita pelo Salão Oficial das Artes, embora neste quadro começaram a surgir características do Impressionismo, que por muitos anos não foi aceito nem pelo Salão, nem pela crítica, que ficou chocada com a rejeição das regras seculares e clássicas e pelo desprezo da tradição.

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Lise

O “Impressionismo” já existia, não tinha nome, mas já se sabia que a arte era a "impressão do momento", sentida através de manchas coloridas que formam um todo. No verão de 1869, Renoir e Monet se instalaram no balneário de Bougival, uma pequena comunidade localizada na margem esquerda do rio Sena, onde produziram uma série de telas com o estilo que posteriormente seria denominado de “Impressionista”.

Os quadros produzidos ao ar livre retratavam a natureza, a luz do sol na água, as mudanças de luz, tudo com pinceladas largas que iam de encontro à tradição acadêmica da época. É desse período a tela La Grenoillère (1869), com os reflexos das figuras e objetos dentro da água.

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La Grenoillère (1869)

Em 1870 eclodiu a Guerra Franco-Prussiana, e Renoir foi servir em um regimento de cavalaria em Tarbes. Doente, o artista deu baixa no ano seguinte.

Após terem algumas obras rejeitadas no Salão, Renoir, Édouard Manet, Edgar Degas, Pissarro, Paul Cézanne, Sisley, Monet e Bazille, uniram-se e organizaram, em 1874, a primeira exposição para sublinhar o afastamento do Salão Oficial, no atelier do fotógrafo, Nadar. A crítica ficou chocada com a rejeição das regras seculares e clássicas.

“Os impressionistas” – assim chamados pelo crítico Louis Leroy, por captarem impressões do momento – não se perturbaram. Em 1876 inauguraram o segundo salão, em 1877 o terceiro e em 1879 o quarto.

Em 1878, Renoir expôs no Salão Oficial os retratos da atriz Jeane Samary (1877) e de Madame Georges Charpentier, que o introduziu nos meios sociais, obtendo compradores para seus quadros.

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Jeane Samary (1877)

Em 1880, Auguste Renoir casou-se com sua modelo Aline Charigot, com quem teve três filhos. A partir desse ano, foi buscar novas inspirações e visitou Madri, onde viu o trabalho de Diego Velásquez. Em 1881 viajou para a Itália, quando aprimorou seu estilo. Nesse mesmo ano pintou Rosa e Azul (1881), que retrata as duas filhas de Cahen d’Anvers (obra que faz parte do acervo do Museu de Arte de São Paulo).

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Rosa e Azul (1881)

Em 1883, Renoir realizou sua primeira exposição individual. Em 1892 veio o reconhecimento oficial da nova pintura quando o Governo francês adquiriu um de seus quadros.  Em 1897, acometido de reumatismo, passou a ter problemas de mobilidade. Na virada do século, já era um artista admirado em toda a Europa.

Em 1904 organizou uma grande retrospectiva de sua obra. Em 1905 mudou-se para Cagnes-sur-Mer, em busca de um clima mais saudável, pois sofria com o reumatismo.

A formação impressionista persistiu em algumas obras. Em 1905 pintou Mulher Com Guitarra e a rara natureza-morta Vaso de Crisântemos. Em 1908 pintou Retrato de Claude Renoir.

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Vasos de Crisântemos (1905)
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Retrato de Claude Renoir (1905)

A partir de 1910, com o agravamento da doença, o pintor era obrigado a pintar sentado e com o pincel amarrado aos dedos.

Auguste renoir

Apesar das limitações, Renoir continuou pintando e passou a esculpir, com a ajuda dos jovens artistas, Richard Gieino e Louis Morel, que trabalhavam seguindo suas instruções. Em 1915 morreu sua esposa Aline. Em 1919 suas obras foram expostas no Museu do Louvre.

Auguste Renoir faleceu em Cages-sur Mer, na França, no dia 03 de dezembro de 1919.

Obras de Auguste Renoir

  • A Hospedaria da Mãe Anthony (1866) (Museu Nacional de Estocolmo)
  • Lise (1867) (Museum, Essen, Alemanha)
  • A Jovem Cigana (1867)
  • La Grenouillère (1869) (Museu Nacional de Estocolmo)
  • Mulher com Piriquitos (1871)
  • Barcos a Vela em Argenteuil (1874) (Museu de Arte, Portland)
  • O Camarote (1874) (Courtauld Institute, Londres)
  • O Baile no Moulin de la Galantte (1876) (Museu do Louvre)
  • A Senhora Monet Lendo “Le Figaro” (1874) (Fundação Gulbenkian, Lisboa)
  • Dama Sorrindo (1875) (Museu de Arte de São Paulo)
  • A Leitora (1876) (Museu do Louvre)
  • L’altalena (1876) (Museu do Louvre)
  • As Banhistas (1877)
  • Retrato das Senhoras Henriot (1877) (Galeria Nacional de Washington)
  • Retrato de Marta Bérard (1879)
  • La Bagneuse Blonde (1881)
  • Rosa e Azul (1881) (Museu de Arte de São Paulo)
  • Duas Meninas Colhendo Flores (1890)
  • Mulher com Guitarra (1905) (Museu de Belas Artes, Lyon, França)
  • Vaso de Crisântemos (1905) (Museu de Belas Artes, Rouen, França)
  • O Julgamento de Paris (1908)
  • Bagneuse Séduite (1914) (Instituto de Artes de Chicago)
Dilva Frazão
É bacharel em Biblioteconomia pela UFPE e professora do ensino fundamental.
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