Píndaro

Píndaro (518-438 a.C.) foi um poeta lírico grego cuja obra conserva-se uma extensa parcela. Com seu estilo brilhante e fértil, foi considerado o mais notável lírico da Grécia.

Píndaro nasceu em Cinoscéfalas, perto de Tebas, Beócia, em 510 a.C. Pertencia à ilustre família dos Égidas, e seguiu a tradição da época indo estudar poesia em Atenas. Aprendeu a tocar flauta com Escopélinos e depois foi orientado pelas poetisas Mirtes e Corina da Boécia.

Píndaro viveu durante as Guerras Médicas (ocorridas entre 500 e 448 a.C., entre gregos e persas, pelo domínio do Mundo Antigo), mas apesar de Tebas apoiar a Pérsia, revelou-se entusiasta do ressurgimento grego.

As obras de Píndaro

Na obra de Píndaro, como em toda lírica grega, o acompanhamento musical era parte integrante das composições e tinha por finalidade disciplinar a poesia, ou seja, conferir-lhe significado ético.

O poeta era também responsável pela música e pela coreografia. Sua poesia revela uma natureza nobre e profundamente religiosa, que faz questão de destacar o papel dos deuses na vida dos homens e os seus deveres.

Píndaro foi o único poeta lírico grego do qual subsiste extensa obra, porém, grande parte se perdeu ao longo dos anos. Escreveu vários tipos de poesia lírica, entre elas, hinos, epinícios e odes.

As “odes” de Píndaro eram poemas requintados e rigorosamente organizados. Pela complexidade da sintaxe e a abundância de alusões mitológicas, tornaram-se, hoje, de difícil compreensão.

O poeta serviu-se do grego como era falado em toda parte, da Macedônia à Sicília. Suas obras chamaram à atenção de Alexandre, o Grande, e despertaram a admiração por vários séculos.

Os “epinícios” são Odes Triunfais compostas em homenagem aos vencedores das grandes competições esportivas. Dividem-se em quatro livros, conforme os locais onde foram realizados os jogos: 14 Olímpícas,12 Píticas, 11 Neméias e 7 Ístmicas.

Embora de estrutura livre, obedeciam certas normas quanto ao conteúdo e organização. Exigia uma referência ao vencedor e ao local da vitória. As comemorações tinham caráter religioso e nacional. Era comum acrescentar informações sobre a família do vencedor e um elogio ao treinador.

O todo era ligado pela narração de um mito, geralmente traçando um paralelo entre a vitória e algum episódio da história dos deuses. A ode dividia-se em estrofe, antiestrofe e épodo. A métrica era variável, de acordo com a música.

Píndaro teve vários imitadores, porém sua obra tornou-se inigualável, tanto pelo sentimento religioso quanto pelas convicções aristocráticas que exprimem. Estudiosos dizem que a primeira obra de Píndaro pode ter sido escrita antes de seus vinte anos. O último poema escrito foi uma ode pítica, datada de 446 a.C.

Píndaro faleceu em Argos, por volta de 438 a.C.

Frases de Píndaro

O dia precedente é o mestre do dia seguinte.

Não é bom que toda a verdade revele tranquilamente a sua essência; e muitas vezes o silêncio é para o homem a melhor decisão.

O silêncio é a maior sabedoria do homem.

Quem quer vencer um obstáculo deve armar-se da força do leão e da prudência da serpente.

Ó meu amigo, não te limites a aspirar à vida do possível, esgota antes o campo do possível.