Homero

Poeta grego
Por Dilva Frazão
Biblioteconomista e professora

Biografia de Homero

Homero (850 a. C.) foi um poeta épico da Grécia Antiga, autor das obras-primas "Ilíada" e "Odisseia", que narram as aventuras dos heróis gregos da guerra de Troia e que tiveram grande influência na literatura ocidental.

Homero nasceu em algum lugar da Jônia, antigo distrito grego da costa ocidental da Anatólia, que hoje constitui a parte asiática da Turquia, por volta de 850 a. C.

As cidades de Esmirna, Rhodes, Quio, Argos, Ítaca, Pilos e Atenas também reivindicam a honra de ter sido a pátria de Homero, dada a importância de suas obras.

Controvérsias

Entre as muitas lendas e a escassa confiabilidade dos dados biográficos sobre Homero fizeram com que, já no século XVIII, muitos estudiosos questionassem até mesmo a sua existência.

As diferenças de estilo entre a Ilíada e a Odisseia levaram alguns críticos a aventar a hipótese de se tratar da recomposição de poemas criados por outros autores.

Aos manuscritos em pergaminho originados dos trabalhos de Homero, acrescentaram-se anotações de diversos outros helenistas e de eruditos bizantinos ao longo de pelo menos um milênio.

Entre 1821 e 1960, foram encontrados no Egito centenas de papiros com descrições dos poemas.

Homero, que viveu no século IX a. C., não foi testemunha dos fatos ocorridos na guerra de Troia que se passou entre os séculos XIII e XII a. C.

Aproveitando a tradição oral do povo – que jamais esqueceu a guerra - e sem se preocupar com a verdade histórica, Homero transformou a história em um poema épico.

O ponto de maior concordância dos estudiosos é que a “Ilíada” foi uma obra da juventude de Homero e precedeu a "Odisseia”, que teria sido escrita na velhice, como complemento da primeira e ampliação de sua perspectiva.

Segundo a tradição, Homero, já cego, teria passado os últimos anos de sua vida vagando e cantando seus versos pelas ruas da ilha de Los, na Grécia, onde faleceu.

Ilíada

O grande poema épico “Ilíada”, composto de 24 contos com mais de 15 mil versos, narra um dos episódios da "Guerra de Troia", travada entre gregos e troianos.

Ilíada é uma palavra derivada de Ílion, nome grego de "Troia", cidade onde se erguia o fabuloso palácio de Príamo e um dos mais ricos centros da época, despertando a cobiça dos vizinhos.

As principais personagens do lado dos gregos são: Aquiles, Agamenon, Menelau, Ulisses, Ajax e Diomedes, e do lado dos troianos: Heitor, Príamo, Hécuba, Andrômoca e Helena.

A Ilíada narra um drama humano, o do herói Aquiles, filho da deusa Tétis e do mortal Peleu, rei da Ftia, na Tessália. A ação se situa no nono ano depois do começo da guerra.

Segundo a lenda, a guerra foi motivada pelo rapto da bela “Helena”, filha de Píndaro, rei de Esparta, que era desejada por monarcas e príncipes.

Com a morte de seu pai, Helena optou por casar com Menelau que se tornou o rei de Esparta.

Quando Páris, filho do rei Príamo e príncipe de Troia, visitou a corte espartana, apaixonou-se por Helena e resolveu raptá-la.

Agamemnon, o irmão mais velho de Menelau, chefe do exército grego, reuniu os combatentes e organizou uma poderosa expedição, na qual figuram guerreiros como Aquiles e Ulisses.

Invoca a proteção dos deuses, jura conquistar o palácio de Príamo e atravessa o mar, porque Troia estava na península hoje ocupada pela Turquia.

Vários combates foram realizados para conquistar Troia e recuperar Helena. É constante a participação de deuses olímpicos nos episódios da guerra e os heróis são verdadeiros semideuses.

Após dez anos de luta, com vitórias alternadas de gregos e troianos, os gregos compreenderam que só poderiam  invadir a cidade por meio de um estratagema.

Aconselhados por Ulisses, simulam retirar-se em seus navios, deixando perto da porta de Troia um gigantesco cavalo de madeira com grande número de soldados no seu interior.

Os troianos introduziram na cidade o estranho presente e, ao cair da noite, os soldados saíram de seu esconderijo e abriram as portas da cidade para a invasão de um grande número de soldados.

Troia foi invadida, incendiada, e Helena reconduzida a Esparta. Até hoje a expressão "presente de grego" faz referência ao episódio do Cavalo de Troia.

O poema encerra grande volume de dados e pormenores geográficos, históricos e filosóficos e descreve com perfeição os modelos de conduta e os valores morais da sociedade do tempo em que foi escrita.

Vários historiadores chegaram a duvidar da existência de Troia até que em 1870 o arqueólogo alemão Heinrich Schliemann descobriu as ruínas da cidade baseado em relatos de Homero.

Homero
Ruínas de Troia

Odisseia

A Odisseia narra a aventura do herói "Ulisses", cujo nome grego é Odisseu, em seu retorno à ilha de Ítaca. É composta de 24 cantos divididos em três partes, embora não apresente separação explícita.

A primeira parte que abrange os cantos I e IV, trata de Telêmaco, filho de Ulisses e Penélope. Nessa primeira parte Ulisses não aparece e a referência sobre ele é sua ida para a Guerra de Troia, em que lutou durante dez anos.

Telêmaco, seu filho, lutou contra as investidas dos que pretendiam conquistar sua mãe, que resistiu tenazmente. Penélope declarou que elegeria um pretendente quando terminasse de tecer a mortalha de Laertes, pai de Ulisses. Durante o dia tecia e de noite desfazia.

Na segunda parte que abrange os cantos V a XIII, as aventuras de Ulisses são relatadas. Ele mesmo enumera que vagou sem destino pelo mar, pois perdera as rotas de retorno a Ítaca.

Sete anos se passaram quando Calipso, deusa apaixonada, o reteve na ilha Ogígia. Libertado por intervenção de Atena, naufragou próximo à ilha de Feáceos.

A terceira parte relata a vingança de Ulisses que, de volta a Ítaca após vinte anos disfarçado de mendigo, mistura-se ao povo e aos poucos vai se informando das traições ocorridas na sua ausência.

Aos poucos vai se revelando, primeiro ao filho e depois a Penélope. Luta contra seus traidores, aniquila os inimigos e volta para seu palácio.

Influência dos poemas

Ao mesmo tempo que os poemas de Homero refletem a antiguidade mais remota da civilização grega, projetaram-se com tamanha originalidade e riqueza que se fazem presente nas mais diversas manifestações da arte, da literatura e da civilização do Ocidente. 

Quanto à morte de Homero, a versão mais aceita é de que teria ocorrido em uma das ilhas gregas, talvez em Los.

Dilva Frazão
É bacharel em Biblioteconomia pela UFPE e professora do ensino fundamental.
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