William James

Filósofo e psicólogo norte-americano
Por Dilva Frazão
Biblioteconomista e professora

Biografia de William James

William James (1842-1910) foi um filósofo e importante psicólogo norte-americano. Um dos criadores da escola filosófica conhecida como “pragmatismo” e um dos pioneiros da “Psicologia Funcional”.

William James nasceu em Nova Iorque, Estados Unidos, no dia 11 de janeiro de 1842. Filho de Henry James, também filósofo e teólogo, era irmão do escritor Henry James Jr.

Seu pai, bem familiarizado com as elites literárias e intelectuais da época, deu aos filhos uma educação cosmopolita. William estudou francês e alemão, e ainda menino fez duas viagens à Europa.

Durante três anos percorreu a Inglaterra, França e Suíça, visitando museus, bibliotecas e teatros. De volta aos Estados Unidos, estudou pintura com William Morris Hunt.

Formação

Em 1861, James ingressou na Escola científica Lawrence da Universidade de Harvard. Em 1864 iniciou o curso de Medicina na Harvard Medical School.

Em 1865, acompanhou o naturalista Louis Agassiz na Expedição Thayer, em estudo científico no Brasil. Durante oito meses, esteve no Amazonas e no Rio de Janeiro quando registrou tudo em seu diário, onde também desenhou cenas da expedição.

Em abril de 1867, interrompeu os estudos de medicina para fazer um tratamento de saúde em uma estância na Alemanha, onde permaneceu até novembro de 1868. Nessa época dedicou-se à leitura e reflexões, e começou a pulicar seus primeiros textos.

Em junho de 1869, recebeu o grau de doutor em medicina pela Universidade de Harvard. Em 1872, depois de um longo período de busca filosófica, William James resolveu o que ele chamou de sua “doença da alma”. Descobriu que seu interesse não estava na medicina e sim na filosofia e na psicologia.

Carreira de professor

William James passou a maior parte de sua carreira acadêmica em Harvard. A diversidade de interesses o levou a ser nomeado instrutor de fisiologia no Harvard College. Em seguida foi nomeado instrutor de anatomia.

Seu interesse pela psicologia e pela filosofia começou a se cristalizar. Em 1876 foi professor assistente de psicologia. Em 1881 ocupou o cargo de professor assistente de filosofia, e de professor titular em 1885.

Psicologia Funcional

Em 1889, James assumiu a cadeira de psicologia, não a psicologia tradicional, mas no sentido fisiológico. Um de seus principais interesses era o estudo científico da mente humana, seus valores morais e espirituais, numa época em que a psicologia estava se formando como ciência.

Em 1890, após 12 anos de elaboração, publicou o livro “Princípios de Psicologia”, uma obra inovadora, com mil e duzentas páginas, em dois volumes, que pela primeira vez apresentava a Psicologia como matéria independente, e a sua relação com a fisiologia.

James compara a ciência da mente às disciplinas biológicas e considera a consciência como um estado de adaptação da espécie.

A tese fundamental de James, de que existe uma relação casual entre os fenômenos psíquicos e as sensações nervosas foi vulgarizada por meio da fórmula de que são as perturbações viscerais que originam os estados emocionais e não o inverso, como se sustentava tradicionalmente.

Sua teoria das emoções foi expressa-se na frase:

“Alguém está triste porque chora, e não chora porque está triste”

William James foi o pioneiro da Psicologia Funcional. A obra o projetou na comunidade científica da época. Em 1892 publicou “Psicologia”.

Filosofia pragmática

Mais tarde, William James se dedicou à elaboração de sua filosofia pragmática, iniciada por seu compatriota Charles Sanders Peirce e inspirada no empirismo e utilitarismo britânicos.

Foi responsável por aquela que seria considerada a maior contribuição americana à filosofia, foi um dos criadores da escola filosófica conhecida como “Pragmatismo”.

Foi desenvolvido a partir da análise do fundamento lógico das ciências, convertendo-se na base da avaliação de qualquer experiência. Em 1897 publicou “A Vontade de Crer e Outros Ensaios sobre Filosofia Popular”.

Em sua opinião, todo conceito se fundamenta na experiência, e tem um fim, uma utilidade. A verdade seria: “A conveniência de uma proposição”.

Em sua obra “As Verdades da Experiência Religiosa” (1902), afirmou que as ideias metafísicas e religiosas seriam válidas enquanto satisfizessem determinadas necessidades sociais. Denominou essa postura de “Teísmo Pragmático”. Em 1909 publicou “Um Universo Pluralístico”.

Durante décadas, William James aplicou os seus métodos empíricos à investigação de temas filosóficos e religiosos. Explorou a questão da existência de Deus, da imortalidade da alma, dos valores éticos e do livre arbítrio, como fonte da experiência religiosa e moral.

William James faleceu em New Hampshire, Estados Unidos, no dia 26 de agosto de 1910.

Dilva Frazão
É bacharel em Biblioteconomia pela UFPE e professora do ensino fundamental.
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