André Breton

Escritor francês
Por Dilva Frazão
Biblioteconomista e professora

Biografia de André Breton

André Breton (1896-1966) foi um escritor francês, poeta e líder do Movimento Surrealista na literatura e na arte.

André Breton nasceu em Tinchebray, Orne, França, no dia 19 de fevereiro de 1896. Cursou medicina e, em 1915 foi convocado para servir no centro neuropsiquiátrico de Nantes.

Breton conheceu o escritor e desenhista francês, Jacques Vaché, que o influenciou no desprezo radical às convenções sociais e literárias. Nessa época descobriu a teoria freudiana das associações espontâneas como revelação do inconsciente.

Durante três anos participou do movimento Dadaísta, ao mesmo tempo em que se aprofundava no estudo do automatismo psíquico a partir das teorias de Jean-Martin Charcot.

Breton se aprofundou também na visão de Sigmund Freud sobre o inconsciente, que veio a influenciar na formação de sua estética surrealista.

Em 1919, junto com os poetas Louis Aragon e Philippe Soupault, lançou a revista “Littérature”, precursora do movimento surrealista.

Nesse mesmo ano, publicou seu primeiro livro “Mont-de-Pieté” (Montepio), uma coletânea de seus primeiros poemas, ainda ligado à estética pós-simbolista de Apollinaire.

Manifesto Surrealista

Em 1920 publicou “Os Campos Magnéticos”, com a colaboração de Philippe Soupault, onde revela o predomínio da nova estética surrealista.

Em 1924 rompeu com Tristan Tzara, um dos iniciadores do Dadaísmo, acusando-o de conservadorismo, e escreve o texto fundamental do novo movimento “O Manifesto do Surrealismo“.

Breton critica os valores estéticos e éticos tradicionais, em que proclama a primazia dos componentes oníricos sobre os racionais e, como meio de verbalizar a subjetividade psíquica.

Defendia a escrita automática, na qual o autor expressa o que lhe vem na mente sem pensar no seu significado.

Escreveu também a revista “Revolução Surrealista”, onde reivindicava uma nova forma de pensar que abolia a ditadura exclusiva da lógica e da moral, e pregava a liberdade total da imaginação como base para a liberdade total do ser humano.

Líder do Surrealismo

Líder do Movimento Surrealista, Breton pretendia que este girasse em torno de três ideias básicas: o amor, a liberdade e a poesia.

Em 1927 ingressa no Partido Comunista, inspirado na ideia de “mudar de vida” de Rimbaud e de “transformar o mundo” de Marx.

Em 1930 lançou o segundo manifesto surrealista, que respondia à vontade de inserir o Surrealismo em uma coordenada política e revolucionária, o que causou grandes deserções no grupo.

Entre 1930 e 1933 edita “O Surrealismo a Serviço da Revolução”, ligando a atividade criadora e a luta política do Partido Comunista. Em 1935, rompe com o Partido Comunista.

Em 1938, em uma missão cultural no México, conhece Trotski, cujas ideias o influenciaram a publicar o manifesto “A Favor de uma Arte Revolucionária Independente”.

Suas ideias visavam a criação de uma federação internacional de arte revolucionária e independente.

Em 1941, André Breton exila-se nos estados Unidos, fugindo às pressões do governo de Vichy.

Em 1946 retorna a seu país, se dedica a aumentar a influencia do Surrealismo através de exposições, publicações de revistas e realização de debates públicos, ao mesmo tempo, mostrava sua oposição ao realismo imperante na literatura e em especial na de Albert Camus.

Até a sua morte Breton permaneceu convicto do caráter revolucionário do Movimento Surrealista, contra os dogmas do gosto e da moral social, que considerava repressiva.

André Breton faleceu em Paris, França, no dia 28 de setembro de 1966.

Frases de André Breton

  • Viver e deixar de viver é que são soluções imaginárias. A existência está em outro lugar.
  • Prefiro caminhar na noite a pensar que sou aquele que caminha no dia.
  • Não é o medo da loucura que nos vai obrigar a hastear a meio-pau a bandeira da imaginação.
  • Em primeiro lugar é o universo que deve ser interrogado sobre o homem e não o homem sobre o universo.
  • Querida imaginação, o que mais me agrada em ti é nunca perdoares.

Obra poética e crítica de André Breton

  • Mont-de-Pieté (1919)
  • Os Campos Magnéticos (1920)
  • Manifesto Surrealista (1924)
  • Nadja (1928)
  • A Imaculada Concepção (1930)
  • A União Livre (1931)
  • Os Vasos Comunicantes (1932)
  • O Amor Louco (1937)
  • Antologia do Humor Negro (1940)
  • A Chave dos Campos (1953)
  • A Arte Mágica (1957)

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Dilva Frazão
É bacharel em Biblioteconomia pela UFPE e professora do ensino fundamental.
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