Balzac

Escritor francês
Por Dilva Frazão
Biblioteconomista e professora

Biografia de Balzac

Balzac (1799-1850) foi um escritor francês, um grande retratista da burguesia do século XIX. Entre suas obras destacam-se A Comédia Humana e A Mulher de Trinta Anos, da qual se originou o termo, "balzaquiana".

Honoré de Balzac nasceu em Tours, França, em 20 de maio de 1799. Era filho do funcionário público Bernard François Balzac e de Laure Sallambier.

Infância e formação

Entre os anos de 1807 e 1813, Balzac estudou no Colégio dos Oratorianos de Vendôme. Desde pequeno sonhava viver entre aristocratas imortalizado pela atividade literária.

Logo que aprendeu a escrever passou assinar Balzac e acrescentou um "de", marca de nobreza na França, "Honoré de Balzac".

Com 20 anos formou-se em Direito e foi estagiar no escritório de Goyonnet de Merville, que mais tarde se transformaria em Derville em uma série de romances que Balzac chamou de "A Comédia Humana".

Os anos de estágio lhe forneceram material para vários outros romances como "A Duquesa de Langlois", "César Birotteau", e "O Contrato de um Casamento".

Os sofrimentos dos réus, as artimanhas dos advogados, os tribunais, a força do dinheiro, todos os problemas na justiça francesa dessa época estão nas várias obras de Balzac.

A vida é muito dura para a família e eles se mudam para Villeparisi, lugarejo próximo a Paris, mas Balzac resolve permanecer na cidade, abandonar o estágio e viver da literatura.

Carreira Literária

Balzac recebeu só um ano de mesada e sem o apoio da família foi morar  em um quarto da Rua Lesdiguières. Estava convencido que seria um grande escritor.

Em 1820, depois de um ano, passado entre leituras, passeios e dúvidas, conclui "Cromwell", uma tragédia composta de versos alexandrinos.

Nessa época os romances sentimentais estavam na moda, eram publicados em fascículos mensais, mas Balzac sabia não ser esse o caminho da arte.

Publicou vários romances, elaboradas entre 1822 e 1825, sob os pseudônimos de "Lord R'hoone" e "Horace de Saint Aubin", foram alguns dos nomes que assinou.

Desgostoso com o que produzia, foi para Villeparisi, onde conhece seu primeiro amor, Laure de Berny, amiga da família, 22 anos mais velha que ele, casada e mãe de sete filhas.

Em 1825, com recursos da família e de Laura de Berny, montou uma editora, mas em 1827, sem sucesso, voltou a escrever.

Inspirado no escritor Walter Scott, criador de romances históricos, publicou "Os Chouans" e a "Fisiologia do Casamento", romances que lhe abriram as portas de importantes círculos literários, assinando seu nome pela primeira vez.

Colaborou com revistas e periódicos de sucesso. Em um único ano escreveu inúmeros artigos, dezenove novela e romances, entre eles, "Catarina de Médici", "A Pele de Onagro", "Beatriz" e "Pequenas Misérias da Vida Conjugal".

Em 1832, Balzac candidatou-se a deputado, mas não teve os votos esperados. Os fidalgos não aceitam em seu meio um provinciano plebeu.

Nesse mesmo ano recebe uma carta de uma mulher que assinava "A Estrangeira", mais tarde descobriu ser a condessa polonesa Eveline Hanska, casada e bem mais velha que ele. Encontram-se na Suíça e tornaram-se amantes.

Em 1834 publicou "Pai Goriot", iniciando o sistema de repetição de personagens de uma obra para outra. Sentiu que podia fazer romances sem começo nem fim, ligados uns aos outros, representando os diversos momentos da vida.

A Comédia Humana

Em 1834, Balzac publicou "A Comédia Humana", composta de 95 romances, dividido em três partes: "Estudos de Costumes", "Estudos Filosóficos" e "Estudos Analíticos".

A Comédia Humana é um fidelíssimo espelho daquela época. Escrevia baseado em fatos reais, ele não adaptava os acontecimentos para favorecer às suas convicções pessoais.

Na sátira que ele produz, conta os costumes da sociedade de seu tempo e acaba denunciando mazelas de um estilo de vida que se adotava na prática.

Publicou ainda "O Contrato de Casamento", "O Lírio do Vale", no qual celebra sua "Dileta" sob o nome de "Senhora Mortsauf", e "Memórias de Uma Jovem Esposa".

Em 1842 publicou "A Mulher de Trinta Anos", romance que deu origem a expressão "Balzaquiana", que faz referência às mulheres mais maduras.

Honoré de Balzac faleceu em Paris, França, no dia 18 de agosto de 1850, sem ter sido um aristocrata. Foi enterrado no Cemitério de Père-Lachaise. Victor Hugo pronunciou o discurso fúnebre.

Frases de Balzac

  • Nunca devemos julgar as pessoas que amamos. O amor que não é cego, não é amor.
  • O homem começa a morrer na idade em que perde o entusiasmo.
  • O coração das mães é um abismo no fundo do qual se encontra sempre um perdão.
  • Os homens estimam-vos conforme a vossa utilidade, sem terem em conta o vosso valor.
  • O ódio tem melhor memória do que o amor.
  • Seja no que for, apenas poderemos ser julgados pelos nossos pares.
  • O mal do nosso tempo é a superioridade. Há mais santos do que nichos.
Dilva Frazão
É bacharel em Biblioteconomia pela UFPE e professora do ensino fundamental.
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