Carlos Magno
Biografia de Carlos Magno
Carlos Magno (742-814) foi Imperador da dinastia dos Carolíngios, um dos mais importantes imperadores da Idade Média. Dominou a maior parte da Europa central. Coroado pelo papa tornou-se senhor absoluto do Sacro Império Romano.
Carlos Magno nasceu no Reino Franco, no dia 2 de abril de 742. Era neto de Carlos Martel, o Salvador, que libertou o cristianismo da ameaça islâmica, em 732, e filho de Pepino, o Breve, rei dos francos.
Nessa época, a Europa estava dividida em vários reinos rivais, pois perdera a unidade após a queda do Império Romano, no século V. Embora dividida politicamente, a Europa estava unificada pelo catolicismo, época em que o papa exercia o poder supremo.
Pepino o Breve
Pepino, o Breve, filho de Carlos Martel se proclamou rei dos francos em 751 ao derrotar o último rei merovíngio, dando início à Dinastia Carolíngia. Ao morrer, em 768, deixou o reino dividido entre seus dois filhos: Carlos, que logo se tornou conhecido como Carlos Magno, e Carlomano.
Rei dos Francos
Com a morte de seu pai, Pepino o Breve, Carlos Magno tornou-se, em 768, rei dos francos, governando juntamente com seu irmão Carlomano, cuja morte precoce, em 771, deu fim à rivalidade existente entre os irmãos.
Durante seu longo reinado, Carlos Magno guerreou contra todos os que pudessem ameaçá-lo. Suas forças bem organizadas e seu poderio militar garantiram-lhe a dominação da maior parte da Europa.
Em 772, a operação defensiva contra os saxões transformou-se em uma prolongada e sangrenta guerra que só terminou com a total submissão daquele povo, em 804.
Em 774, o rei lombardo Desidério exigia do papa Adriano I que coroasse um de seus filhos como herdeiro do trono franco. O papa não concordou e teve seus territórios invadidos.
Carlos Magno reuniu seu exército e foi em socorro ao papa, derrotando os lombardos em Pavia. Depois desse triunfo, coroou-se rei do território conquistado. Casado com Desiderata, filha do rei lombardo, recebeu pressão do papa e abandonou a esposa.
Após ter sido confirmado à Igreja os territórios doados por seu pai, Carlos Mago concedeu ao papa, a Toscana, a Córsega e os ducados de Spoleto, Benevento e Veneza, região conhecida como Patrimônio de São Pedro. Para si próprio, reservou o poder efetivo, se fez proclamar Carlos, por Graça de Deus, Rei dos Francos e Lombardos e Patrício dos Romanos.
Carlos Magno teve menos sorte em sua expansão para o sul, em 778, ao ser derrotado no cerco a Saragoça, região ocupada pelos muçulmanos. Sete anos depois, retornou à Espanha e conquistou a região da Catalunha, o que lhe permitiu a criação da Marca Hispânica, território fronteiriço entre os domínios muçulmanos e francos.
Império Carolíngio
A expansão do estado franco, que conseguiu reunir sob sua coroa quase toda a Europa cristã e ocidental, levou Carlos Magno a conceber a ideia de tornar-se imperador.
Em 777, Carlos Magno iniciou a construção de seu palácio em Aquisgrana - que os franceses chamavam de Aix-la Chapelle e os alemães, Aachen, no atual território da Alemanha. Lá construiu uma capela e uma escola, a Academia Palatina.
Em 800, o reino franco atingiu os limites máximos de expansão. Durante uma missa de Natal, o papa Leão XIII coroou Carlos Magno "Imperador do Ocidente e senhor absoluto do Novo Sacro Império Romano". A coroação de Carlos Magno trouxe a legitimação de seu domínio sobre Roma e a aproximação entre o reino franco e o papado.
Apesar de ter sido analfabeto até a idade adulta, quando aprendeu a ler e escrever em latim, Carlos Magno acreditava no valor da educação e mandou vir à sua escola, notáveis sábios da época a fim de lecionarem para os oficiais e os paladinos cavaleiros escolhidos pela bravura demonstrada nos campos de batalha.
A criação do império foi legitimada, sobretudo, pelos esforços de Carlos Magno no sentido de elevar o nível cultural de seus domínios tão heterogêneos e de dotá-los de uma eficaz estrutura econômica, administrativa e judicial.
Foram instaladas escolas em vários outros centros do Império, em sua maioria, fundadas junto a mosteiros e bispados, onde se lecionava gramática, retórica, geometria, aritmética, latim, astronomia, música e outras matérias. Nas artes em geral, destacou-se a arquitetura. Esse período de florescimento das artes e da cultura ficou conhecido como Renascimento Carolíngio.
Divisão do Império
Em 806, Carlos Magno planejou a divisão do império entre seus três filhos, mas em 813 teve eu coroar o mais novo Luís I, o piedoso, como co-imperador e único sucessor, em virtude da morte dos dois filhos mais velhos.
A unidade do império não durou muito, após a morte de Carlos Magno, em um tratado assinado na cidade de Verdun, em 843, Luís I dividiu o império carolíngio entre seus herdeiros: Lotário I, que recebeu o Reino de Lotário, na região central, Carlos II, o Calvo, que herdou o reino Franco Ocidental, núcleo da futura França, e a Luís II, o Germânico, a quem coube o Reino Franco Oriental, no território compreendido pela Alemanha atual.
Carlos Magno faleceu em seu palácio, em Aquisgrana, Alemanha, no dia 28 de janeiro de 814.
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