Carlos Lacerda

Político brasileiro
Por Dilva Frazão
Biblioteconomista e professora

Biografia de Carlos Lacerda

Carlos Lacerda (1914-1977) foi um político e jornalista brasileiro. Destacou-se pelo partido UDN fazendo oposição ao governo de Getúlio Vargas.

Comunista militante na juventude, tornou-se um dos mais combativos líderes conservadores do país e envolveu-se em importantes episódios da vida política nacional.

Carlos Frederico Werneck de Lacerda nasceu no Rio de Janeiro, mas foi registrado em Vassouras, no dia 30 de abril de 1914. Estudou Direito no Rio, mas não se formou.

Sobrinho e filho de líderes comunistas, ainda jovem, em 1935 aderiu à Aliança Nacional Libertadora, entidade ligada ao Partido Comunista do Brasil. Em 1945, ingressou na União Democrática Nacional (UDN).

Suas posições de extrema esquerda, aos poucos cediam lugar a um anticomunismo exacerbado. Passou a fazer oposição ao presidente Getúlio Vargas.

Trabalhou em vários órgãos da imprensa carioca, entre eles o Correio da Manhã. Em 1949 fundou seu próprio jornal a “Tribuna da Imprensa”.

Carreira política

Em 1946, Carlos Lacerda foi eleito para a Câmara de vereadores do Rio de Janeiro pela União Democrática Nacional (UDN), mas em 1948 renunciou ao mandato.

Em 1954 elegeu-se deputado federal, depois de realizar campanhas violentas. Era um notável orador e adversário ferrenho do presidente Getúlio Vargas.

No dia 5 de agosto de 1954, Carlos Lacerda sofreu um atentado no qual morreu o major da Aeronáutica Rubens Florentino Vaz, que o acompanhava. O atentado ficou conhecido como o “Crime da Rua Toneleros”.

As investigações descobriram que a ordem do atentado havia partido de Gregório Fortunato, o chefe de segurança do Palácio do Catete. No dia 23 de agosto de 1954, depois de muita pressão, Getúlio recebeu um ultimato do ministro da guerra exigindo seu afastamento.

Isolado politicamente, Getúlio redigiu uma carta-testamento de natureza fundamentalmente política, e se suicidou com um tiro no coração.

Em 1960, Carlos Lacerda foi eleito para o governo do Estado da Guanabara. Sua gestão foi caracterizada por um grande número de obras públicas.

Teve destacada participação nas crises políticas que resultaram no impedimento dos presidentes Carlos Luz e Café Filho, na renúncia do presidente Jânio Quadros e na Revolução de 1964.

Carlos Lacerda apoiou o golpe de 1964, mas em 1966, buscou ajuda do Partido Comunista Brasileiro (PCB) e de antigos adversários políticos, como Juscelino Kubitschek e João Goulart, para formar a Frente Ampla, movimento de oposição ao regime militar.

Em 1968 teve seus direitos políticos cassados pelo regime militar. Proibido de atuar na política passou a exercer o jornalismo.

Pouco antes de morrer, publicou um livro de memórias, “A Casa de Meu Avô” (1977), e ditou suas reminiscências, que foram publicadas no livro “Depoimento” (1978)

Carlos Lacerda morreu no Rio de Janeiro, no dia 21 de maio de 1977.

Dilva Frazão
É bacharel em Biblioteconomia pela UFPE e professora do ensino fundamental.
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