Evo Morales

Ex presidente da Bolívia
Por Rebeca Fuks
Doutora em Estudos da Cultura

Biografia de Evo Morales

Juan Evo Morales Ayma, conhecido publicamente apenas como Evo Morales, assumiu a presidência da Bolívia em 2006 e renunciou o cargo em 2019. Foram 13 anos, nove meses e 18 dias no poder.

Evo Morales nasceu na vila de Isallavi (na Bolívia) no dia 26 de outubro de 1959. 

Origem

Juan Evo Morales Ayma nasceu em uma pequena vila chamada Isallavi, na região de Oruro.

Depois de cursar o ensino médio e servir no exército bolivariano se mudou com a família para a região de Chapare onde trabalhou em uma fazenda de coca.

Carreira política

Evo deu os seus primeiros passos na política atuando no princípio dos anos 80 no sindicato regional dos produtores de coca.

Anos mais tarde, foi eleito secretário geral do grupo. Se tornando uma voz cada vez mais forte passou a representar como secretário executivo uma federação que reunia vários sindicatos de plantadores de coca.

Em 1997 conseguiu alcançar um cargo na Câmara dos Deputados e em 2002 foi candidato à presidência pela primeira vez tendo perdido para Gonzalo Sánchez de Lozada. 

Partido Movimiento al Socialismo (Movimento para o Socialismo)

Evo Morales fundou um partido político nacional de esquerda chamado Movimiento al Socialismo.

Presidência da República

Em 2005 Evo Morales se candidatou novamente tendo vencido com 54% dos votos as eleições. Evo se tornou o primeiro político com raízes indianas a presidir o país.

A posse aconteceu em 2006 e entre os seus principais objetivos estava a erradicação da pobreza (especialmente entre os índios), o combate a corrupção e uma redistribuição de renda. 

Evo Morales
Evo Morales tomou posse em janeiro de 2006 e ocupou a presidência até 2019

Entre os principais feitos de Evo Morales está a nacionalização dos campos de gás e da indústria petrolífera e a assinatura de uma lei de reforma agrária impondo um limite no tamanho de propriedade privadas.

As reeleições

Uma nova constituição foi feita e aprovada pelos eleitores através de um referendo realizado em janeiro de 2009. Essa nova constituição permitiu que um presidente tivesse um mandato consecutivo - coisa que até então era proibida. 

Em 2010 e 2014 Evo se candidatou novamente e venceu nas urnas. Em 2016 a constituição foi modificada de modo a que Evo Morales pudesse concorrer a um quarto mandato.

Em 20 de outubro de 2019 o então presidente foi eleito para cumprir um novo mandato. Muitos opositores denunciaram fraude eleitoral durante o processo.

Renúncia

Depois de ser pressionado pela polícia bolivariana e pelas forças armadas, Evo Morales renunciou ao cargo de presidente e afirmou estar sendo vítima de uma perseguição política.

Em seu twitter o ex-presidente denunciou:

Denuncio ante el mundo y pueblo boliviano que un oficial de la policía anunció públicamente que tiene instrucción de ejecutar una orden de aprehensión ilegal en contra de mi persona; asimismo, grupos violentos asaltaron mi domicilio. Los golpistas destruyen el Estado de Derecho.

Exílio no México

Evo Morales aterrissou em avião militar mexicano no dia 12 de novembro de 2019, no México, após uma longa negociação entre líderes da diplomacia dos países latino-americanos. 

O ex-presidente acabou por aceitar a oferta mexicana de asilo político usando como argumento razões humanitárias.

O governo do México alegou que havia uma preocupação em preservar a integridade física do líder boliviano.

Já em solo mexicano Evo Morales agradeceu o país que o acolheu:

"Salvou-me a vida"

Brasil-Bolívia: relação com Bolsonaro

O atual presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, comemorou a renúncia de Evo Morales e sugeriu que ele buscasse exílio em outro país:

"Tenho um bom país para ele: Cuba."

A crise no país vizinho preocupa o Brasil que pode sentir na pele a instabilidade política da região. O Brasil importa 83% do gás que o consome da Bolívia, e em meio a crise política ninguém sabe ao certo como serão as negociações de abastecimento.

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Rebeca Fuks
Formada em Letras pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (2010), mestre em Literatura pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2013) e doutora em Estudos de Cultura pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro e pela Universidade Católica Portuguesa de Lisboa (2018).
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