Inês de Castro

Nobre da região de Castela
Por Dilva Frazão
Biblioteconomista e professora

Biografia de Inês de Castro

Inês de Castro (1325-1355) foi uma nobre dama da região de Castela, na Espanha. Fez parte da corte de Constança quando esta foi a Portugal para casar com o infante Pedro, filho do rei Afonso IV.

A relação amorosa entre Pedro e Inês e sua morte cruel se tornou o mais famoso e trágico caso de amor da história portuguesa, foi várias vezes recontada por escritores e poetas, entre eles, Luís de Camões (Canto III dos Lusíadas) e o prosador Fernão Lopes.  

Inês de Castro nasceu provavelmente em Monforte de Lemos, na província de Lugo, na Galícia, no ano de 1325. Era filha natural de D. Pedro Fernandez de Castro, da Galícia e de Aldonza Soares, de Valadares.

D. Pedro de Castro era um dos mais importantes nobres da corte de Afonso XI de Castela. Era neto do rei D. Sancho IV de Castela, como também era o príncipe Pedro de Portugal, portanto, Pedro e Inês eram primos.

Inês de Castro e D. Pedro

Em 1340, depois de casar-se com o príncipe D. Pedro, futuro Pedro I de Portugal, por procuração, no convento de São Francisco em Évora, em 1336, D. Constança chegou a Portugal.

Em sua companhia vieram parentes, criados e pajens, entre elas, a dama de companhia Inês de Castro. De imediato, D. Pedro se apaixonou por D. Inês. Mesmo apaixonado por Inês, casou-se com Constança no dia 24 de agosto de 1339, na Sé de Lisboa.

Quando a princesa Constança teve seu primeiro filho em 1342, deu ao infante o nome de Luís. D. Inês foi convidada para madrinha. De acordo com os preceitos da Igreja Católica de então, a relação entre padrinhos era de parentesco moral e o amor entre eles era quase um incesto, porém, os encontros entre D. Pedro e D. Inês eram frequentes, iniciando-se assim um grande romance. Antes de completar um ano o filho de Constança faleceu.

Em 1344, o rei Afonso IV, pai de D. Pedro, para separar o casal, enviou a bela Inês para a cidade de Albuquerque na fronteira espanhola, entregando-a sob a proteção de D. Teresa de Albuquerque, viúva de seu meio irmão.

Mas a distância não separou os dois apaixonados, que continuaram a se comunicar por cartas levadas e trazidas secretamente. Foi assim que o amor dos dois se tornou mais sólido.

D. Constança ciente de tudo vivia a lamentar a triste sorte. Teve seu segundo filho, Fernando, em 1345. Em 1349, logo depois de dar a luz a sua filha Maria, a rainha faleceu.

Depois da morte da mulher, D. Pedro mandou buscar Inês, contrariando as ordens do pai. Instalados em Coimbra finalmente estavam juntos. No Mosteiro de Santa Clara vivia o feliz casal e foi ali que nasceram os seus filhos Afonso, João, Dinis e Beatriz.

Em 1351, D. Pedro solicitou ao papa que lhe concedesse dispensa para poder casar com Inês, já que eram primos, grau de parentesco que impedia o casamento, segundo o Direito Canônico da época, pedido este que foi negado.

Execução de Inês de Castro

O rei D. Afonso IV receoso da interferência da família Castro na política portuguesa ouvia de seus conselheiros que havia um grande perigo para a Coroa e para o futuro próximo do país se D. Inês de Castro viesse a ser rainha.

No dia 7 de janeiro de 1355, D. Afonso cedeu às pressões de seus conselheiros e juntos seguiram para o Mosteiro de Santa Clara. Aproveitando a ausência de Pedro que estava em uma caçada, os conselheiros executam D. Inês de Castro quando esta se encontrava junto a uma fonte.

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Fonte das Lágrimas, Mosteiro de Santa Clara, Coimbra, Portugal

Segundo a tradição, as pedras do leito da fonte trazem manchas avermelhadas pelo sangue de Inês de Castro. Posteriormente, a fonte foi denominada pelo poeta Camões, como “Fonte das Lágrimas”.

A morte de Inês provocou a revolta de D. Pedro contra seu pai. Aclamado rei em 1357, Pedro I começou a perseguição aos assassinos de sua amada Inês. Com requintada malvadez, a vingança foi executada nos Paços de Santarém.

Mandou amarrar as vítimas em postes e ordenou ao carrasco que tirasse de um o coração pelas costas e do outro pelo peito. Como se ainda não bastasse, teve coragem de partir os corações, terminando sua sede de vingança.

Homenagem à Rainha Morta

Em 1360, o rei D. Pedro I assumiu publicamente que o casamento com Inês de Castro teria se realizado, em segredo, antes de sua morte.

Conta a tradição que Pedro I resolveu fazer uma homenagem merecida a D. Inês de Castro, rainha de Portugal, ordenando que o corpo da amada fosse desenterrado e sentado no trono.

A rainha foi coroada, e os nobres obrigados a procederem a cerimônia do beija-mão ao cadáver sob pena de morte. Em seguida ordenou o translado dos restos mortais de Coimbra para um túmulo que mandou construir em Alcobaça.

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Túmulo de Inês de Castro, Mosteiro de Alcobaça, Alcobaça, Portugal

Inês de Castro faleceu em Coimbra, Portugal, no dia 7 de janeiro de 1355.

O túmulo é uma verdadeira obra-prima da escultura gótica e está localizado no Mosteiro de Alcobaça.  D. Pedro e D. Inês estão sepultados, um em frente ao outro, no Mosteiro de Alcobaça.

Dilva Frazão
É bacharel em Biblioteconomia pela UFPE e professora do ensino fundamental.
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