José Veríssimo

Escritor brasileiro
Por Dilva Frazão
Biblioteconomista e professora

Biografia de José Veríssimo

José Veríssimo (1857-1916) foi um escritor, educador, jornalista, crítico e historiador da literatura brasileira. Conservador e desconfiado de inovações, não compreendeu o simbolismo e fez restrições ao romance naturalista.

Fez oposição à crítica sociológico-filosófica de Sílvio Romero, e preferiu analisar as obras literárias por critérios estéticos, percebendo a grandeza de Machado de Assis.

José Veríssimo Dias de Matos nasceu em Óbidos, Pará, no dia 8 de abril de 1857. Era filho de José Veríssimo de Matos e de Ana Flora de Matos. Fez seus primeiros estudos em Belém e em 1869 foi para o Rio de Janeiro. Estudou na Escola Central, hoje Escola Politécnica.

Carreira 

Em 1876 regressou ao Pará e fixou-se em Belém, onde se dedicou à crítica, ao jornalismo e ao ensino. Foi colaborador do jornal “Liberal do Pará”. Em 1879 fundou a “Gazeta do Norte”. Em 1878, com 21 anos, publicou seu primeiro livro, “Primeiras Páginas”.

Em 1880 esteve na Europa. Em Lisboa, tomou parte do Congresso Literário Internacional, quando defendeu brilhantemente os escritores brasileiros, que estavam sendo censurados, vítimas de injúrias feitas pelos interessados na permanência do livro brasileiro na retaguarda da literatura no Brasil.

Em 1883 fundou e dirigiu a “Revista Amazônica” e o "Colégio Americano". Em 1889 retornou para a Europa, quando divulgou sua tese intitulada “O Homem de Marajó e a Antiga Civilização Amazônica” no X Congresso de Antropologia e Arqueologia Pré-Histórica.

Após publicar “Estudos Brasileiros” (1889), foi nomeado diretor da Instrução Pública do Estado do Pará. Em 1891 mudou-se para o Rio de Janeiro, onde foi nomeado professor da Escola Normal (atual Instituto de Educação), e depois diretor do Colégio Pedro II.

Após a Proclamação da República, Benjamin Constant passou a chefiar o Ministério de Instrução Pública, quando elaborou uma reforma do sistema geral de ensino público. Em 1892, José Veríssimo fez uma crítica magistral ás reformas, que foi publicada no Jornal do Brasil, que depois, acrescentou na introdução de seu livro “A Educação Nacional” (1906).

Em 1895 fundou a “Revista Brasileira”, a terceira com esse nome, que foi a mais influente revista literária e cultural do país. Funcionou até 1899 e publicou vinte volumes. Reunia os grandes valores da literatura como: Machado de Assis, Joaquim Nabuco, Visconde de Taunay, entre outros.

Academia Brasileira de Letras

Em 1897 compareceu a todas as reuniões preparatórias para a instalação da Academia Brasileira de Letras que ajudou a fundar. Foi eleito para a cadeira nº 18. Em 1912, a Academia aceitou a candidatura de Lauro Müller, político e não homem das letras, que foi eleito por 22 votos para a vaga do Barão do Rio Branco. Desgostoso, desentende-se com seus colegas acadêmicos e outros escritores e afastou-se da Academia.

Crítico literário

José Veríssimo escreveu vários livros sobre sua terra, destacando-se os vários estudos sociológicos, históricos e econômicos sobre a Amazônia, mas foi pela crítica, que exerceu por muitos anos em revistas e jornais cariocas, sobretudo no Correio da Manhã, que adquiriu importância. Seus artigos e ensaios foram reunidos nos seis volumes de “Estudos de Literatura Brasileira” (1901-1907), aos quais se seguiram outros de publicação póstuma.

Machado de Assis, que era seu amigo, ocupa o último capítulo da obra “História da Literatura Brasileira” (1919), principal obra de Veríssimo, que se destaca por não ficar insensível aos grandes problemas nacionais.

Ao lado de Sílvio Romero e Araripe Júnior, seus contemporâneos, foi um dos primeiros e mais importantes historiadores da literatura brasileira.

Outras Obras:

  • Quadros Paraenses (1877)
  • As Populações Indígenas e Mestiças da Amazônia (1880)
  • Cenas da Vida Amazônica (1886)
  • A Pesca na Amazônia (1895)
  • Homens e Coisas Estrangeiras (1899-1908)
Dilva Frazão
É bacharel em Biblioteconomia pela UFPE e professora do ensino fundamental.
Veja também as biografias de: