Napoleão III

Imperador francês
Por Dilva Frazão
Biblioteconomista e professora

Biografia de Napoleão III

Napoleão III (1808-1873) foi imperador da França. Aclamado presidente da República, pelo povo, para o mandato de quatro anos, com um golpe de estado restaurou o trono francês e tornou-se imperador da França sob o título de Napoleão III.

Charles-Louis-Napoléon Bonaparte, ou Luís Napoleão, nasceu em Paris, França, no dia 20 de abril de 1808. Sobrinho de Napoleão Bonaparte, era filho de Luís Bonaparte, irmão de Napoleão e de Hortênsia de Beauharnais, filha de Josefina de Beauharnis, primeira esposa de Napoleão Bonaparte.

Com a deposição de seu tio Napoleão Bonaparte, do trono francês em 1815, todos os membros da família foram banidos do território francês.

Infância e juventude

Luís Bonaparte passou parte de sua infância e a juventude exilado às margens do lago Constança, na Suíça, em companhia da mãe, enquanto seu pai morava em Florença, com o filho primogênito.

Luís Bonaparte foi aluno da escola Militar e especializou-se em artilharia e engenharia militar. Sua mãe pensava na restauração do Império e na sagração do filho, como imperador, dando prosseguimento à obra dos Bonaparte.

Tinha 22 anos quando estourou na França a revolução que levou de volta ao poder, Luís Filipe, o “rei burguês”. Como não podia entrar no território francês, decidiu participar na Itália, junto com o irmão mais velho, dos movimentos que lutavam pela independência e unidade nacional, contra a opressão austríaca.

Os liberais italianos foram massacrados pelo exército da Áustria e com eles morre o irmão de Luís. Tanto na Itália como na França, a revolução de 1830 não produzira o resultado esperado.

Luís Napoleão desejava intervir na vida política da França. Acreditava que a restauração do império seria a solução de todos os problemas. Em 1832 morria em Viena o Duque de Reichstadt, filho único de Napoleão Bonaparte.

Luís passava a ser o herdeiro legítimo do hipotético Império francês. Tomar o poder na França e transformar a monarquia dos Orléans em um novo Império Napoleônico era seu objetivo.

Em 1836 faz sua primeira tentativa de voltar à França. Penetrando na cidade de Estrasburgo procura sublevar a guarnição local contra o governo de Luís Filipe. A tentativa termina em prisão e exilo no continente americano.

Em 1840, na segunda tentativa, Luís Napoleão desembarca em Boulogne, com trezentos homens. Mais uma vez é preso e levado à Fortaleza de Ham, onde permaneceu seis anos. Em 1846, durante uma reforma no presídio, vestido de operário, foge pelo portão principal.

Queda da monarquia

A França estava passando por uma crise agrícola, que logo se transforma em crise industrial, com a elevação dos preços dos alimentos. Em 1848 os manifestantes são atingidos pelas balas do exército real. A população reage, os quartéis são saqueados e o povo segue em direção do palácio. Atemorizado o "rei burguês" renuncia, e foge para a Inglaterra. Com grande solenidade proclama-se novamente a República na França e a primeira eleição é marcada.

Instaurada a República, Luís Bonaparte apresentou sua candidatura e foi eleito deputado á Assembleia Constituinte francesa, com apoio do recém fundado Partido da Ordem, mas não pode tomar posse, pois continuava banido do território francês.

Sem o resultado esperado, os trabalhadores invadem a Assembleia, exigindo a formação de um Ministério do Trabalho, que defenda seus direitos. O governo reage e prende os líderes operários.

Em julho de 1848, os deputados preparam uma Constituição. O novo poder conservará a forma republicana e um presidente deverá ser eleito pelo período de quatro anos.

Em dezembro, cinco candidatos se apresentam, entre eles, Luís Bonaparte. Financiado por uma rica cortesã inglesa, a senhorita Howart, é distribuído em todo território francês, um distintivo, uma pequena águia, com a letra N, inicial de seu tio Napoleão. O prestígio do imperador era ainda enorme, lembrava uma França gloriosa.

Os resultados são surpreendentes, o ilustre desconhecido venceu as eleições e consegue reunir em torno de seu nome os anseios de todas as classes. Era o salvador da França. O mandato de quatro anos parece pequeno para as ambições do príncipe-presidente.

O aspirante a imperador prega uma reforma da Constituição, que lhe permitiria ser reeleito, mas a Assembleia rejeita a reforma.

Napoleão III e o Segundo Império

No dia 1 de dezembro de 1851, uma recepção de gala é oferecida no Palácio de Eliseu. Enquanto isso, a Assembleia é ocupada e os líderes político que se opuseram ao projeto de reformas de Napoleão são aprisionados.

Tropas fiéis ao presidente são colocadas em pontos estratégicos da capital. Um grande plebiscito é proposto e o povo convidado a dizer sim ou não ao golpe de Estado.

Tendo nas mãos toda a máquina do poder, Luís Napoleão não encontra dificuldade em vencer. A tão sonhada restauração do Império é efetuada em dois atos.

Obtém da Assembleia um mandato de dez anos. Transfere-se do Palácio do Eliseu para o das Tulherias e substitui a faixa tricolor pela coroa imperial. Sob o título de Napoleão III, começa o segundo Império.

Em 1853 casa-se com a condessa espanhola, Eugênia de Montijo, que reproduz na corte uma atmosfera de pompa e ostentação e lhe dá o herdeiro desejado.

Napoleão III pretende agora fazer de sua capital a mais bela e suntuosa do Mundo. Abre largas avenidas, constrói novas pontes e o edifício da Ópera.

A França prospera com novas indústrias, estrada de ferro e surgem as grandes lojas de departamento. Pouco a pouco o Império francês restabelece seu poderio. Sua influência amplia-se pelo Mediterrâneo.

É lançado, por iniciativa sua, a construção do canal de Suez. Derrota a Rússia na Guerra da Criméia, obriga a Rússia a desmilitarizar o mar Negro e institui a liberdade de navegação na região. Seu Império chega ao apogeu.

A influência francesa atinge agora a Itália. Confinado em Roma o papa encontra-se ameaçado pelos nacionalistas. Napoleão III garante a integridade do papa, mas apoia a campanha pela limitação de seus poderes.

A queda do Segundo Império da França

Aos poucos vão surgindo os descontentes dos setores religiosos e sociais. Aquele que se apresentava como defensor dos humildes, nada fizera de concreto em favor deles. A crise de 1866 e 1867 levou à falência inúmeras fábricas.

Tentou fundar um império no México, mas retirou suas tropas sob a pressão exercida pelos Estados Unidos. O clima de discórdia só aumentava.

Um novo perigo vinha do exterior. Era a Prússia de Bismark, que ganhando posição privilegiada entre os Estados germânicos, transforma-se num reino unificado.

Quando a coroa da Espanha foi oferecida a um primo do rei da Prússia, Napoleão temeu um cerco. A guerra estoura por iniciativa da França. Em agosto de 1870, Estrasburgo e Metz estavam ameaçadas pelos prussianos.

Em 2 de setembro os franceses sofrem terrível derrota em Sedan. Luís Napoleão foi deposto pela Assembleia Nacional, foi preso e refugiou-se na Inglaterra.

Uma revolução  na capital francesa leva ao estabelecimento da Comuna de Paris, mas cercada pelas tropas regulares, foi vencida em dois meses. Foi então criado um governo republicado que passou a ser presidido por Adolph Thiers, em janeiro de 1871.

Luís Bonaparte faleceu em Londres, Inglaterra, no dia 9 de janeiro de 1873.

Dilva Frazão
É bacharel em Biblioteconomia pela UFPE e professora do ensino fundamental.
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