Plutarco
Biografia de Plutarco
Plutarco (46 - 126) foi um historiador, filósofo e prosador grego, autor de "Vidas Paralelas", obra bastante difundida pelos humanistas do Renascimento.
Mais moralista do que filósofo e historiador, foi um dos últimos grandes representantes do helenismo quando este chegava a seu fim.
Plutarco nasceu em Queronéia, na região grega da Beócia, no norte de Atenas, no ano 46 da Era Cristã. De família rica, com 20 anos foi estudar matemática e filosofia em Atenas.
Viajou pela Grécia e Egito, além de passar temporadas em Roma, onde teve contato com os imperadores Trajano e Adriano.
Plutarco ocupou altos cargos públicos e dirigiu uma célebre escola em sua cidade natal. Viajou pela Grécia central, Esparta, Corinto e Alexandria.
Ligado à Academia Platônica de Atenas, no ano 95 foi nomeado sacerdote do Templo de Apolo, em Delfos.
A proximidade com os poderosos e o fato de se encontrar entre duas culturas a grega (helênica) e a romana levaram Plutarco a escrever obras de grandes destaques.
Obras de Plutarco
Embora grande parte da obra de Plutarco tenha se perdido, são ainda numerosos os seus trabalhos conhecidos. Compostos em um estilo de pureza clássica, podem ser classificados em dois grupos: Vidas Paralelas e Ética.
1 Vidas Paralelas: são 46 biografias de grandes homens gregos e romanos, inclusive personagens lendários, tratados aos pares, a fim de fazer-lhes a comparação.
Plutarco mostrou ter consciência de que no império coexistiam dois mundos e duas culturas, cada qual com seus mitos e suas tradições. Para ele, os heróis gregos e romanos eram iguais em valor, mas basicamente diferentes.
A intenção de Plutarco ao escrever Vidas Paralelas, era, através do confronto, estabelecer semelhanças e diferenças entre os heróis gregos e romanos. Ressaltava as virtudes pessoais e por vezes os vícios de seus biografados.
As biografias escritas por Plutarco, compõem algumas das principais fontes de estudo sobre algumas personalidades da Antiguidade.
Heróis biografados por Plutarco:
- Teseu e Rômulo
- Licurgo e Numa
- Sólon e Valério Publícola
- Temístocles e Camilo
- Péricles e Fábio Máximo
- Alcibíades e Coriolano
- Pelópidas e Marcelo
- Aristides e Catão
- Pirro e Mário
- Lisandro e Sila
- Nícias e Crasso
- Eumenes e Sertório
- Agesilau e Pompeu
- Alexandre e César
- Demóstenes e Cícero
- Demétrio Poliocete e Marco Antônio
- Díon e Bruto.
2 Ética: é uma coletânea de escritos morais (78 tratados) em que fala de praticamente todas as coisas em diferentes épocas.
Monoteísta, acreditava, como Platão, em uma dupla alma do mundo, mas entre a divindade e a natureza admitia a existência de entes intermediários.
Plutarco acreditava até na razão dos animais, pelo que pregava a abstinência de carne.
Plutarco definia a política como a arte de aplacar as massas e assim manter a paz. Aceitava o domínio romano, embora tivesse orgulho de sua nacionalidade grega.
O cerco a Siracusa
O historiador grego escreveu para a posteridade sobre o grande cerco de Siracusa, cidade natal do físico e inventor grego Arquimedes, pelo exército do general romano Marcellus Claudius.
De acordo com Plutarco, a frota de Marcellus tinha mais de sessenta navios de guerra. Quando o povo viu a frota ficou apavorado. Seus aliados cartagineses não enviaram reforços para proteger Siracusa, conforme tinham prometido.
O tirano Hipócrates, que havia tomado Siracusa, se lembrou das máquinas de guerra de Arquimedes e foi pessoalmente conversar com o inventor, que se colocou inteiramente à disposição para dirigir o funcionamento das máquinas. Começava assim a batalha por Siracusa.
Plutarco conta que grandes mastros saíam da muralha e se inclinavam sobre os navios e os afundavam com grandes pedras que deixavam cair do alto.
Plutarco fala também que por vezes, os navios eram içados a grande altura no ar e balançados violentamente de um lado para outro, jogando os marinheiros no mar. Fala também de grandes espelhos côncavos feitos de metal muito polidos que foram usados para incendiar os navios da frota romana.
Toda a história do cerco de Siracusa e a vitória do exército romano foi contada pelo historiador Plutarco, mesmo há mais de duas centenas de anos do acontecimento.
Plutarco faleceu em Queronéia, na Beócia, no ano 120 da Era Cristã.
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