Santa Rita Durão

Religioso e poeta brasileiro
Por Dilva Frazão
Biblioteconomista e professora

Biografia de Santa Rita Durão

Santa Rita Durão (1722-1784) foi um religioso brasileiro. Poeta e orador foi um dos grandes representantes da poesia épica brasileira na época da colonização.

Santa Rita Durão ou Frei José de Santa Rita Durão nasceu em Cata Preta, nos arredores de Mariana, em Minas Gerais, no ano de 1722. Estudou com os jesuítas no Rio de Janeiro. Foi para um seminário na Europa e nunca mais voltou ao Brasil.

Santa Rita Durão formou-se em Filosofia e Teologia pela Universidade de Coimbra, alcançando o título de doutor. Durante a repressão do “período pombalino”, Durão foi para a Itália onde passou vinte anos. De volta a Coimbra, após a reforma realizada pelo Marquês de Pombal, passou a lecionar Teologia na Universidade de Coimbra e posteriormente foi nomeado Reitor da mesma Universidade.

Em homenagem à sua terra natal, Durão escreveu o poema épico tomando como tema central as aventuras meio lendárias meio históricas de Diogo Álvares Correia, o “Caramuru”, palavra traduzida pelo autor com "filho do trovão", apelido que segundo ele, os índios tupinambás deram ao náufrago português quando o viram usar uma arma de fogo. O poema “Caramuru” conta a história da Bahia e o retrato do descobrimento do Brasil nos primeiros momentos da chegada dos colonizadores.

O poema épico “Caramuru” (1781) foi dedicado a D. José I, a quem solicitou atenção ao Brasil e aos indígenas. Para realização de sua obra pediu inspiração a Deus. O poema épico é composto de dez cantos e cada canto é formado de estrofes de oito versos decassílabos. Do ponto de vista histórico, o poema tem importância pelo destaque que dá à natureza brasileira.

Conta a lenda que Diogo Álvares Correia, tendo naufragado nas costas da Bahia, com outros viajantes, foi recolhido pelos índios tupinambás. O cacique deu-lhe como esposa a filha Paraguaçu, mas Diogo Álvares Correia decidiu não se unir a ela antes de oficializar o casamento na Igreja Católica. Resgatado por um navio francês, Diogo embarcou para a França levando Paraguaçu que vai ser batizada para enfim, se casar com ele. 

A composição, escrita no estilo de Luís de Camões, é de caráter informativo, constituindo-se num verdadeiro registro histórico dos usos, costumes, crenças e temperamento dos índios brasileiros. A obra é preenchida com descrições sobre o Brasil, sua exótica paisagem da natureza tropical e suas riquezas. Conta-se que a obra não foi bem recebida e que Durão destruiu várias poesias líricas já terminadas.

Santa Rita Durão faleceu em Lisboa, Portugal, no dia 24 de janeiro de 1784.

Dilva Frazão
É bacharel em Biblioteconomia pela UFPE e professora do ensino fundamental.
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