Tom Zé

Artista brasileiro
Por Rebeca Fuks
Doutora em Estudos da Cultura

Biografia de Tom Zé

Antônio José Santana Martins, o Tom Zé, é um celebrado cantor, compositor, performer, arranjador e escritor brasileiro.

O artista nasceu no dia 11 de outubro de 1936 em Irará (Bahia).

Origem

Nascido num lar de classe média do recôncavo baiano, a vida da família mudou quando o pai de Tom Zé, que era comerciante, venceu o prêmio máximo da loteria federal.

Adolescência

Tom Zé se mudou para Salvador onde cursou o secundário e seis anos na Universidade de Música da Bahia. Uma curiosidade: o adolescente passou em primeiro lugar no vestibular.

Mais tarde veio a ser professor de Contraponto e Harmonia na faculdade onde estudou.

Início da carreira

O pontapé inicial da carreira de Tom Zé aconteceu na capital baiana, mais precisamente no Teatro Castro Alves, onde participou do espetáculo Nós, por exemplo, dirigido por Augusto Boal.

Foi na Bahia durante a juventude que conheceu os seus grandes amigos Gal Costa, Maria Bethânia e Caetano Veloso. 

Nesse período - em 1968 - também gravou com alguns amigos músicos o célebre disco Tropicália ou Panis et Circensis.

Também em 1968 vence o IV Festival de Música Popular Brasileira (TV Record) com a música São Paulo, Meu Amor. Surfando a onda de sucesso grava seu primeiro disco: Tom Zé - Grande Liquidação.

Tom Zé
Tom Zé em show realizado em São Paulo

Carreira internacional

No final dos anos 80, o disco Estudando o samba é ouvido por David Byrne, que fica impressionado com o talento do brasileiro, e apoia Tom Zé para lançar a sua obra nos Estados Unidos.

É a gravadora de Byrne que publica a coletânea The Best of Tom Zé em 1990 na América. A produção fica entre os dez melhores discos brasileiros da década nos Estados Unidos.

Tom Zé passa a fazer turnês internacionais na Europa e nos Estados Unidos.

Discografia

  • Tom Zé - Grande Liquidação (1968)
  • Tom Zé (1970) 
  • Tom Zé-Se o caso é chorar (1972)
  • Todos os olhos (1973)
  • Estudando o samba (1976)
  • Correio da estação do Brás (1978)
  • Nave Maria (1984)
  • The Best of Tom Zé (1990)
  • Cantando com a platéia (Tom Zé e Gereba) (1990)
  • The Hips of Traditions - The return of Tom Zé (1992)
  • Tom Zé (1994)
  • Com defeito de fabricação (1998)
  • No jardim da política (1998)
  • Jogos de armar (2000)
  • Santagustin (2002)
  • Jogos de armar (2003)
  • Imprensa cantada (2003)
  • Estudando o Pagode-Segrega mulher e Amor (2005)
  • Danç-Êh-Sá - Pós-Canção/Dança dos Herdeiros do Sacrifício/7 Caymianas para o Fim da Canção (2006)
  • Estudando a Bossa - Nordeste Plaza (2008)
  • O pirulito da ciência (2010)
  • Tropicália Lixo Lógico (2012)
  • Tribunal do Feicebuqui (2013)
  • Vira lata na Via Láctea (2014)
  • Canções eróticas de ninar (2016)

Frases

Na vida, quem perde o telhado, em troca recebe as estrelas.

E amando com todo ódio. Se odeiam com todo amor.

Deparei de imediato com o fato de ser um péssimo compositor, um péssimo músico e um péssimo cantor. Como não sabia fazer música convencional, tive de fazer sempre algo estranho.

Pra viver mais ou menos bem numa grande cidade, precisa inicialmente de três coisas: gravatas, documentos e neuroses.

Bossa nova

Em 1964 Tom Zé se apresentou no Teatro Vila Velha (na Bahia) com um grupo de amigos o show Nova bossa velha, velha bossa nova.

Em 2008 o artista lançou o disco Estudando a Bossa - Nordeste Plaza​​​​​​​ onde narra a história da Bossa Nova investigando a sua gênese. 

Filmes

Tom Zé inspirou a criação de três documentários premiados, são eles:

  • Tom Zé, ou Quem Irá Colocar Uma Dinamite na Cabeça do Século?, de Carla Gallo (2000)
  • Fabricando Tom Zé, de Décio Matos Júnior (2006)
  • Tom Zé – Astronauta Libertado, de Igor Iglesias (2009)

Parceria com o grupo Corpo

Em 1997 Tom Zé e José Miguel Wisnik compuseram Parabelo para o grupo Corpo.

Em 2002 compôs novamente para a companhia de dança, a criação foi nomeada Santagustin.

Prêmios

Em 2003 o artista recebeu o prêmio Shell pelo conjunto da obra. Três anos mais tarde foi eleito o Artista do Ano pela Revista Bravo.

Em 2010 recebeu do Governo do Estado de São Paulo o Prêmio Governador do Estado – Destaque em Música no ano.

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Rebeca Fuks
Formada em Letras pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (2010), mestre em Literatura pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2013) e doutora em Estudos de Cultura pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro e pela Universidade Católica Portuguesa de Lisboa (2018).
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