Wu Lien-teh

Médico malaio
Por Laura Aidar
Formada em Comunicação

Biografia de Wu Lien-teh

Dr. Wu Lien-teh foi um importante médico malaio que se destacou no início do século XX.

Ele teve um papel essencial no combate à Praga da Manchúria, epidemia que assolou a China entre 1910 e 1911.

Formação e vida pessoal

Nascido na Malásia em 10 de março de 1879, Wu Lien-teh era filho de chineses e veio de uma família grande, com quatro irmãos e seis irmãs.

Em 1896, aos 17 anos, ele recebe uma bolsa e vai estudar na Inglaterra, na Universidade de Cambridge, onde se destaca e conclui a formação como médico. Posteriormente, vai à Europa e aos EUA para complementar suas pesquisas.

Em 1903, retorna à terra natal, onde se casa com Ruth Shu-chiung Huang e se torna cunhado de Lim Boon Keng, também médico e ativista social em Cingapura.

Quatro anos depois, Wu Lien-teh se muda para a China com a família. Lá, a esposa e dois filhos acabam falecendo. Assim, se casa novamente e tem mais quatro filhos.

Atou como médico epidemiologista até o fim da vida, quando falece aos 80 anos de AVC, em 21 de janeiro de 1960.

Atuação na Praga da Manchúria

Em 1910 surgiu uma nova e desconhecida doença no nordeste da China. O governo local buscou ajuda de médicos e especialistas para controlar a epidemia que se espalhava e ficou conhecida como Praga da Manchúria.

Na época não se sabia exatamente como a enfermidade era causada. Então, o médico, que havia sido convidado a combater a doença, realizou exames no corpo de uma das vítimas, no que foi a primeira autópsia na China.

Assim, ele descobriu que a praga era consequência da infecção pela bactéria Yersinia pestis, a mesma que causa a peste bubônica.

Os especialista acreditavam até então que a contaminação se dava através de pulgas e roedores. Entretanto, Wu Lien-teh apresentou uma nova teoria de que a bactéria espalhava-se pelo ar, por meio das gotículas de saliva.

Recomendação do uso de máscaras

Dessa forma, o médico malaio propôs que se adotasse no país o uso de máscaras faciais de proteção e recomendou a higienização frequente das mãos.

Tais recomendações foram vistos com desconfiança, principalmente por Girard Mesny, médico francês que também atuava no controle da doença. Mas Mesny acabou morrendo em decorrência da contaminação pela bactéria, o que deu credibilidade para que as medidas propostas por Wu fossem finalmente adotadas.

Assim, ele conseguiu fazer com que os profissionais da saúde aderissem às máscaras, que posteriormente foram adotadas também pela população civil. Aliás, ele foi o responsável por aperfeiçoar o equipamento, colocando mais camadas de proteção e elásticos que garantiam uma melhor vedação.

O infectologista elaborou ainda um plano que estabelecia centros de controle e isolamento, assim como a cremação dos corpos das vítimas.

Foi a partir dessas medidas que a epidemia pode ser controlada, chegando ao fim depois de quatro meses e deixando mais de 60 mil mortos.

Laura Aidar
Formada em Comunicação pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) e em Fotografia pela Escola Panamericana de Arte e Design.
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