Adolfo Lutz

Médico brasileiro
Por Dilva Frazão
Biblioteconomista e professora

Biografia de Adolfo Lutz

Adolfo Lutz (1855-1940) foi um médico brasileiro, especialista em medicina tropical, responsável por experimentos visando confirmar a transmissão e combater o principal agente transmissor da febre amarela, o mosquito aedes aegypti. Foi o criador da medicina tropical e da zoologia médica no Brasil.

Adolfo Lutz nasceu no Rio de Janeiro no dia 18 de dezembro de 1855. Era filho dos suíços Gustav Lutz e Matihild Oberteuffer, que vieram para o Brasil no início da década de 50, época em que o país passava por uma grave epidemia de febre amarela. Em 1857 a família retornou para a Suíça.

Formação

Adolfo Lutz estudou medicina na Universidade de Berna, concluindo o curso em 1879. Faz cursos de especialização em diversas universidades importantes da Europa, como de Londres, Paris e Viena.

Entre 1890 e 1893 Adolf Lutz esteve no Havaí onde trabalhou como especialista em hanseníase, até a extinção do mal. Nessa época assumiu a direção do Hospital Khalili, na ilha de Molocai.

De volta ao Brasil, instalou um consultório e trabalhou como clínico na cidade paulista de Limeira, atendendo à população carente, numa época de grande infestação de febre amarela, febre tifoide, cólera, malária e tuberculose.

Em São Paulo, dirigiu o Instituto Bacteriológico, hoje Instituto Adolfo Lutz, em sua homenagem. Permaneceu no cargo até 1908.

Convidado por Osvaldo Cruz, assumiu em 1908 a direção de um setor do Instituto Soroterápico Federal (Manguinhos), depois chamado Instituto Osvaldo Cruz, no Rio de Janeiro. Permaneceu no cargo durante 32 anos.

Pesquisas

No Instituto Osvaldo Cruz, Lutz empreendeu pesquisas sobre entomologia médica, helmintologia e zoologia aplicadas à medicina tropical.

Para estudar a malária, a hanseníase, esquistossomose, febre tifoide e leishmaniose, fez expedições pela região do rio São Francisco e ao Nordeste, e pelas florestas serranas do estado de São Paulo.

Os experimentos pioneiros realizados pelo sanitarista Emílio Ribas, junto com Adolfo Lutz, confirmaram a transmissão vetorial da febre amarela pelo mosquito “aedes aegypti”.

Várias medidas de saúde pública foram tomadas para o controle dos surtos de febre amarela que surgiam na cidade de São Paulo. Produtos químicos, como o pó de enxofre e o querosene, foram usados para combater as larvas encontradas em água paradas.

Adolfo Lutz deixou publicado diversos trabalhos sobre entomologia médica, protozoologia e micologia.

Adolfo Lutz faleceu no Rio de Janeiro, no dia 6 de outubro de 1940.

Dilva Frazão
É bacharel em Biblioteconomia pela UFPE e professora do ensino fundamental.
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