Paracelso

Médico suíço
Por Dilva Frazão
Biblioteconomista e professora

Biografia de Paracelso

Paracelso (1493-1541) foi um médico, alquimista e filósofo suíço. Revolucionou a medicina de seu tempo ao anunciar alguns dos princípios que seriam resgatados no século XIX pela homeopatia.

Médico inovador e criativo, preparou e aplicou muitos novos medicamentos, formados sobretudo de substâncias tóxicas como o arsênio, o mercúrio, o enxofre e o ópio.

Philippus Aureolus Theophrastus Bombast von Hohenheim, conhecido como Paracelso, nasceu em Einseideln, na Suíça,  entre 10 e 14 de novembro de 1493. Formou-se em medicina em Viena e doutorou-se em Ferrara na Universidade de Basileia.

Adotou o nome Paracelso, que para muitos significa "superior a Celso" (Aulo Cornélio Celso, famoso médico romano do século I). Para outros, vem do equivalente ao seu sobrenome alemão "Hohenheim", "lugar alto". Porém, o prefíxo grego para ocorre com certa frequência nos escritos de Paracelso com sentido superlativo.

Após uma estada em Tirol, quando se ocupou em pesquisar a natureza dos minerais, voltou para a Basileia, quando em 1527 foi chamado para ocupar uma cadeira no curso de medicina.

Paracelso, com suas ideias inovadoras, opunha-se à medicina ensinada na época baseada nas teses de Cláudio Galeno, Avicena e Rhazés. Foi afastado do cargo e viajou pela Europa, estudando e divulgando suas teorias.

Precursor da homeopatia

Paracelso pretendia que houvesse correspondência entre o mundo exterior e as diversas partes do organismo humano, e seguindo as lições dos alquimistas, ensinava que o "mercúrio, o sal e o enxofre" eram os elementos principais do nosso corpo.

Segundo ele, a predominância de um deles causaria determinada enfermidade. De suas observações surgiram métodos inovadores. Em 1530 fez a melhor descrição até então registrada da sífilis e assegurou que a doença podia ser curada com doses de mercúrio.

Em 1536 publicou “Grande Tratado de Cirurgia”, que lhe trouxe fama e riqueza. Descobriu que a doença dos mineiros era silicose e não castigo divino, como se acreditava, e enunciou alguns dos princípios que seriam resgatados no século XIX por Hahnemann, fundador da homeopatia.

paracelso
Paracelso (Biblioteca Nacional de Paris)

Sempre perseguido, Paracelso encontrou refúgio em Salzburg onde permaneceu graças à proteção do arcebispo Ernst, até seus últimos dias.

As teorias de Paracelso

As teorias de Paracelso refletem fundamentalmente a influência do neoplatonismo.

Suas ideias sobre a identidade entre o macrocosmo e o microcosmo levaram-no a ver o organismo humano formado de três elementos: o sal, simbolizado pelas cinzas que sobrevêm ao fogo, o enxofre que desaparece e o mercúrio que se volatiliza.

Para ele, há uma analogia com a Santíssima Trindade, pois o macrocosmo e o microcosmo estariam subordinados a leis da afinidade universal.

Paracelso chamou de “arqueu” a força geradora universal, que combinaria os elementos da matéria preservando a vida. Uma falha no arqueu provocaria a desunião dos três elementos e consequentemente a doença.

Salientou a importância para a medicina do estudo das leis físicas da natureza, da compreensão dos fenômenos biológicos e da preparação química dos remédios. Nestes, introduziu substâncias minerais tais como o arsênico, o mercúrio, o enxofre, o chumbo, o ferro e também o ópio.

Trabalhou nas pesquisas do “elixir da longa vida” e formulou uma concepção da "linfa organizadora", bálsamo natural que viria a servir de cura, como panaceia, de todos os males da saúde o que chamou de “múmia”.

No inverno de 1541, Paracelso foi ataco por uma doença desconhecida que o consumia pouco a pouco. Faleceu em Salzburgo, Áustria, no dia 24 de setembro de 1541. Seu corpo foi sepultado na Igreja de Santo Estevão.

Frases de Paracelso

  • "O que Deus quer são nossos corações e não as cerimônias, já que com elas a fé nele perece. Se quisermos buscar a Deus, devemos buscá-lo dentro de nós mesmos, pois fora de nós jamais o encontraremos".
  • "Todas as substâncias são venenos, não há nenhuma que não seja um veneno. A dose certa diferencia um veneno e um remédio".
  • "A medicina se fundamenta na natureza, a natureza é a medicina, e somente naquela devem os homens buscá-la. A natureza é o mestre do médico, já que ela é mais antiga do que ele e ela existe dentro e fora do homem".
Dilva Frazão
É bacharel em Biblioteconomia pela UFPE e professora do ensino fundamental.
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