Artur Bernardes
Biografia de Artur Bernardes
Artur Bernardes (1875-1955) foi presidente do Brasil. Exerceu a presidência entre os anos de 1922 e 1926. Sucedeu Epitácio Pessoa e antecedeu Washington Luís.
Artur Bernardes nasceu em Viçosa, em Minas Gerais, no dia 8 de agosto de 1875. Filho de Antônio da Silva Bernardes e Maria da Silva Bernardes iniciou seus estudos no Colégio de Caraça, Minas Gerais.
Artur Bernardes empregou-se no comércio para continuar seus estudos. Ingressou na Faculdade Livre de Direito em Ouro Preto. Transferiu-se posteriormente para a Faculdade de Direito de São Paulo, concluindo o curso em 1900.
Carreira Política
Artur Bernardes iniciou sua carreira política como vereador e presidente da Câmara Municipal de Viçosa em 1906 e no ano seguinte elegeu-se Deputado Estadual. Em 1909 elegeu-se Deputado Federal.
Em 1910, renunciou o mandato para ocupar o cargo de Secretário de Finanças do estado de Minas Gerais. Em 1915 foi novamente eleito para a Câmara dos Deputados.
Em 1917, Artur Bernardes foi eleito para o governo de Minas Gerais, cargo que exerceu entre 1918 e 1922.
Presidente da República
Artur Bernardes se candidatou à presidência da república dentro do tradicional modelo de rodízio entre São Paulo e Minas Gerais, denominado política de café com leite, para o quadriênio 1922-1926.
O candidato dos paulistas e mineiros era também apoiado pelo presidente Epitácio Pessoa, o que o classificava como candidato da situação.
Concorrendo com Artur Bernardes, os estados de Pernambuco, Bahia, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, se articularam em torno de um movimento denominado Reação Republicana e lançaram a candidatura do ex-presidente Nilo Peçanha.
A campanha para presidente tornou-se violência a partir da publicação, pelo jornal Correio da Manhã, de cartas falsas atribuídas a Artur Bernardes que faziam referências injuriosas ao Exército e ataques à moral do marechal Hermes da Fonseca.
O marechal fez um pronunciamento em nome do exército e foi preso por determinação do presidente Epitácio Pessoa. No dia 5 de julho de 1922 explodiu a primeira revolta tenentista do Brasil, a Revolta do Forte de Copacabana, liderada pelo Capitão Euclides da Fonseca, filho de Hermes.
Artur Bernardes ganhou as eleições, no entanto, a oposição crescia. No dia 15 de novembro de 1922, sob o estado de sítio, decretado pelo congresso, Artur Bernardes assumiu a presidência e o estado de sítio durou até 23 de novembro de 1923.
Revoltas e Agitações
Artur Bernardes teve sua administração marcada por revoltas e agitações, entre elas, O Pacto de Pedras Altas (1923), A Revolta Paulista de 1924 e a Coluna Prestes.
Para conter o surto revolucionário e as agitações operárias, o presidente muniu-se de poderes especiais por meio do decreto nº. 4.743, de 31 de outubro de 1923, que mantinha os jornais sob o regime de censura. A situação social era controlada por um forte esquema policial, pois havia muitas agitações operárias.
A Economia do País
A situação econômica do Brasil era crítica: péssima situação cambial, inflação desenfreada e queda no valor das exportações. Só no final do mandato, Artur Bernardes conseguiu estabilizar a situação econômica.
Reforma Constitucional
Em 1926, Artur Bernardes impôs uma reforma constitucional que legou maiores poderes ao presidente, que podia vetar projetos do Congresso e reduzir a aplicação dos habeas corpus, que eram utilizados com fins políticos.
Sucessão
A sucessão de Artur Bernardes foi baseada na tradicional política do café com leite com o governo entregue a Washington Luís, eleito pelo Partido Republicano Paulista, que derrotou o candidato da oposição, o gaúcho Assis Brasil.
Exílio
Em 1927, Artur Bernardes foi eleito senador por Minas Gerais. Aderiu a São Paulo na Revolução constitucionalista de 1932 e foi preso em Viçosa, sendo remetido para o Rio de Janeiro e depois deportado para a Europa, onde permaneceu por quase dois anos.
Deputado
Artur Bernardes elegeu-se novamente deputado federal para a legislatura iniciada em 1935, mas o golpe de 1937 afastou-o da política.
Em 1946, Artur Bernardes foi eleito deputado à Assembleia Nacional Constituinte. Em 1947 assumiu a presidência da Comissão de Segurança Nacional da Câmara dos Deputados. Assumiu a liderança sobre o debate sobre o petróleo, em defesa do monopólio estatal e combateu a internacionalização da Amazônia.
Artur Bernardes faleceu no Rio de Janeiro, no dia 23 de março de 1955.
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