Washington Luís
Biografia de Washington Luís
Washington Luís (1869-1957) foi presidente do Brasil, o último presidente da República Velha. Exerceu a presidência entre 15 de novembro de 1926 e 24 de outubro de 1930, quando foi deposto, 21 dias antes do término do mandato.
Washington Luís Pereira de Sousa nasceu em Macaé, Rio de Janeiro, no dia 26 de outubro de 1869. Foi aluno interno do Colégio Pedro II. Em 1891 formou-se em Direito pela Faculdade de Direito de São Paulo. Foi nomeado promotor público em Barra Mansa, Rio de Janeiro, mas renunciou ao cargo preferindo se dedicar à advocacia em Batatais, São Paulo.
Carreira política
Em 1897, Washington Luís ingressou na carreira política como vereador em Batatais. Em 1898 foi nomeado prefeito. Em 1904 foi eleito deputado estadual para a legislatura 1904-1906 pelo Partido Republicano Paulista.
No dia 13 de março de 1906, assumiu o cargo de secretário estadual de Justiça e Segurança Pública, cargo que exerceu até 1 de maio de 1914.
À frente da Secretaria Estadual, entre outras ações, modernizou a Força Pública, atual Polícia Militar do Estado de São Paulo, instalou a Polícia Civil e nomeou apenas funcionários públicos de carreira, formados em direito, para a função de delegado de polícia.
Entre 15 de janeiro de 1914 e 15 de agosto de 1919, foi prefeito de São Paulo. No dia 1 de maio de 1920, foi nomeado governador do Estado de São Paulo, permanecendo no cargo até 1 de maio de 1924.
Em 1925, foi eleito para o Senado Federal, assumindo a vaga do senador Alfredo Ellis, que havia falecido.
Presidente da República
Em 1926, Washington Luís foi escolhido para disputar a presidência da república, com Fernando de Melo Viana para vice-presidente. O candidato da oposição, o gaúcho Assis Brasil, foi derrotado.
No dia 15 de novembro de 1926, teve início o período governamental que encerraria a "República Velha", período que vai da proclamação até a ascensão de Getúlio Vargas.
Sua eleição foi recebida com grande esperança, após um período de agitações políticas. Logo, libertou, sem processos, os presos políticos, e não prorrogou o estado de sítio que caracterizou o governo de Artur Bernardes.
Construção de estradas
O governo de Washington Luís foi marcado pela construção de estradas. O lema de sua administração era: Governar é abrir estradas. Das realizações mais importantes destacam-se a construção da rodovia Rio-São Paulo e da Rio-Petrópolis, inaugurada em 1928, que mais tarde recebeu seu nome.
Reforma financeira
Washington Luís tentou empreender uma reforma financeira com a finalidade de estabilizar a moeda nacional. O elemento fundamental dessa reforma seria a criação da Caixa de Estabilização, com a finalidade de emitir papel-moeda lastrado, pois todo o ouro que entrasse no país (inclusive o ouro resultante de empréstimos externos, e que fosse depositado em bancos estrangeiros) seria incorporado às reservas da Caixa de Estabilização.
Porém, a reforma financeira não chegou a se concretizar, pois a Caixa de Estabilização não suportou as pressões decorrentes da queda da Bolsa de Nova Iorque, ocorrida em outubro de 1929.
A política cafeeira
A política cafeeira governamental afastou do presidente o apoio de uma parte da oligarquia cafeeira, pois Washington Luís se negou a prestar auxílio ao setor cafeeiro, que sofria com os efeitos da crise mundial de 1929.
Essa crise arruinou as oligarquias cafeeiras que já sofriam pressões e contestações dos diferentes grupos sociais urbanos, bem como das oligarquias dissidentes de vários estados, que pretendiam o controle do poder político do Brasil.
A insatisfação tomava conta de todo o país, desde as camadas médias urbanas e, entre elas, muitos militares. Queixavam-se as oligarquias gaúchas produtoras de charque e de arroz, as nortistas e nordestinas produtoras de cacau, algodão e fumo e também a burguesia e o operariado.
A sucessão
A campanha de sucessão presidencial modificou o ambiente político. Os políticos e o povo se dividiam com a eleição competitiva entre Júlio Prestes e de Getúlio Vargas, esse ex-ministro da Fazenda de Washington Luís.
Prestes foi apoiado pelo governo federal e Getúlio Vargas pela Aliança Liberal, bloco político de oposição resultado da união política entre Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraíba. A vice-presidência foi oferecida a João Pessoa, representante da oligarquia dissidente da Paraíba.
Apesar da acirrada campanha eleitoral, a máquina governamental elegeu Júlio Preste, no dia 1 de março de 1930, contra o protesto da oposição, que denunciava fraude nas eleições. O assassinato de João Pessoa, no Recife, no dia 26 de julho, desencadeou a Revolução de 30, que mudou o rumo da história.
O exílio
Em 24 de outubro de 1930, 21 dias antes do término do mandato, Washington Luís foi deposto pelos ministros militares, foi preso e levado para o Forte de Copacabana. Uma junta militar assumiu a presidência, entregando-a a Getúlio Vargas no dia 3 de novembro de 1930.
Exilado, Washington Luís viveu na Europa, só retornando ao Brasil em 18 de setembro 1947, após a queda de Getúlio Vargas.
Washington Luís faleceu em São Paulo, no dia 4 de agosto de 1957.
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