El Greco

Pintor espanhol
Por Dilva Frazão
Biblioteconomista e professora

Biografia de El Greco

El Greco (1541-1614) foi um pintor grego radicado na Espanha. Com suas figuras alongadas e seu estilo inconfundível, se tornou um expoente do Maneirismo espanhol. 

Objeto de muitas polêmicas, suas cenas religiosas revelam um pintor de grande espiritualidade e domínio técnico. Sua obra representou uma antecipação do Barroco.

Domenikos Theotokopoulus, conhecido como El Greco, nasceu em Cândia, posteriormente Heracléia, na ilha de Creta, Grécia, na época possessão veneziana, no dia 1 de outubro de 1541.

El Greco iniciou seus estudos artísticos na Escola Cretense, provavelmente com pintores bizantinos de imagens. Por volta de 25 anos foi para Veneza e supõe-se que tenha sido aluno de Ticiano, diante de claras evidencias observadas em sua pintura, como a técnica da cor e da composição.

Entre seus primeiros quadros destaca-se, Jesus Expulsando os Vendilhões do Templo (1560-1565), (National Gallery of Art, Washington), quando já mostrava a estética veneziana, no que se refere à luz, ao colorido e à construção espacial.

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Jesus Expulsando os Vendilhões do Templo (1565)

Em fins de 1570, El Grego seguiu para Roma, sob a proteção do cardeal Alessandro Farnese, onde estudou os afrescos de Michelangelo na Capela Sistina. Foi um homem culto, um estudioso de teologia e de filosofia grega.

Depois de sete anos em Roma, foi morar na Espanha, atraído pela afluência de artistas italianos chamados por Filipe II para decorar Mosteiro do Escorial, onde já se encontravam Tibaldi, Zuccaro e outros.

Em 1576, em Madri, conheceu Jerónima de las Cuevas, com quem teve um filho.

El Greco em Toledo

Em 1577, El Greco mudou-se para Toledo, o centro do misticismo espanhol e a cidade que até 1561 havia sido a capital de grande prestígio até a mudança da corte para Madri.

Logo surgiram as encomendas e nessa época, El Greco formou seu estilo inconfundível. Atendendo ao convite do Cônego Diego de Castilha, decorou o retábulo do altar da Igreja de Santo Domingo el Antiguo, com as obras: A Assunção (1577) e “A Trindade” (1577-1579).

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A Assunção (1570)

Sua próxima obra, uma das mais importantes encomendas, foi O Espólio (1577-1579), encomendada para a Catedral de Toledo.

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O Espólio (1579)

O Maneirismo

Após a pintura da obra O Espólio, El Greco iniciou a grande transformação de sua pintura, que aliava as cores vivas dos venezianos com o claro-escuro de Tintoretto e o "alongamento maneirista" das figuras.

Passou a acentuar a deformação longilínea das figuras, que sobem e flutuam no ar como chamas. A iluminação das cenas parece irreal, é feita de clarões, de nuvens pesadas e de cores quentes, a fim de criarem uma atmosfera sobrenatural.

Em 1580, pintou para o rei Filipe II a obra O Sonho de Filipe II (Alegoria da Santa Liga), para a Sacristia do Mosteiro de Escorial. Pintou também “O Homem Com a Mão no Peito” (1580).

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O Sonho de Filipe II (1580)

No ano seguinte, o rei Filipe II encomendou a obra O Martírio de São Maurício (1581), para decorar o altar dedicado ao santo, no Mosteiro do Escorial, porém, as deformações contrárias ao naturalismo clássico desagradaram ao soberano, que não a colocou no local destinado e nunca mais voltou a contratar o artista.

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O Martírio de São Maurício (1581)

El Greco retornou para Toledo, onde permaneceu até o fim da vida. Dedicou-se a pintura de retratos, onde buscou mostrar a vida interior dos personagens. Pintou uma série de santos e apóstolos.

Em 1586 pintou o Enterro do Conde de Orgaz, uma obra gigantesca medindo 4,80 m por 3,60 m, para a igreja de São Tomé, em Toledo, sua “obra-prima”. O quadro é dividido em duas partes que se unem pelo colorido, pelos gestos e atitudes dos personagens.

Na parte inferior da obra, o conde é levado ao sepulcro por Santo Agostinho e Santo Estevão, cercados por nobres e clérigos que revelam o tipo refinado da aristocracia espanhola.

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Enterro do Conde de Orgaz (1586)

O êxito da obra foi de tal ordem que El Greco teve que organizar um estúdio para atender às numerosas encomendas.

Em 1600, El Greco pintou Vista de Toledo. No auge de sua produção religiosa, El Grego pintou: “A Ressurreição” (1600), O Batismo de Cristo (1608), “Pentecostes” (1609), A  Adoração dos Pastore (1614), entre outras.

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Vista de Toledo (1600)

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O Batismo de Cristo (1608)

A último trabalho de El Greco foi uma obra rara em que celebra um tema profano, intitulada Laocoonte (1610-1614). Na obra, sobre uma paisagem de Toledo no fundo da tela, as figuras de Laocoonte e seus filhos se retorcem em uma luta contra as serpentes.

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Laocoonte (1614)

El Greco viveu recluso os seus últimos anos de vida, tendo por única companhia seu filho Jorge Manuel. Embora Maneirista, a pintura de El Greco tem um estilo tão pessoal que o artista não teve seguidores.

El Greco faleceu em Toledo, Espanha, no dia 7 de abril de 1614.

Dilva Frazão
É bacharel em Biblioteconomia pela UFPE e professora do ensino fundamental.
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