Hilda Hilst

Escritora brasileira
Por Dilva Frazão
Biblioteconomista e professora

Biografia de Hilda Hilst

Hilda Hilst (1930-2004) foi uma poetisa, cronista, dramaturga e ficcionista brasileira. Fez parte da “Geração de 45” que buscava a reabilitação de regras mais rígidas para a composição do verso. Foi considerada uma das maiores escritoras do século XX.

Infância e Juventude

Hilda de Almeida Prado Hilst, conhecida como Hilda Hilst nasceu em Jaú, São Paulo, no dia 21 de abril de 1930. Filha de Apolônio de Almeida Prado Hilst fazendeiro de café e jornalista, e de Bedecilda Vaz Cardoso, imigrante portuguesa. Em 1932, após a separação dos pais, mudou-se com a mãe para a cidade de Santos. Em 1937 vai morar em São Paulo, capital. Cursa o primário e o ginasial no internato do Colégio Santa Marcelina. Em 1947, conclui o secundário no Instituto Presbiteriano Mackenzie. Em 1948, ingressa na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo.

Carreira Literária

Hilda Hilst estreou na literatura com a publicação do seu primeiro livro de poesias, intitulado “Presságio” (1950). Em 1951 publicou “Balada de Alzira”. Nesse mesmo ano foi nomeada curadora de seu pai. Em 1952 concluiu o curso de Direito. A partir de 1954, passou a se dedicar exclusivamente à produção literária. Entre 1955 e 1962, publicou diversas obras de poesias, entre elas, “Balada do Festival” (1955) e “Ode Fragmentária” (1961).

Em 1966 morre seu pai que, após ser diagnosticado com esquizofrenia, esteve internado em diversas clínicas. Esses episódios tornaram-se motivos recorrentes na sua obra. Em 1965 muda-se para Campinas, onde passou a morar na “Casa do Sol”, em uma chácara planejada pela escritora, próxima à fazenda de sua mãe, e que foi frequentada por diversos amigos.

Em 1968, Hilda casa-se com Dante Casarini. Nesse mesmo ano escreve as peças teatrais “O Visitante” e o “Novo Sistema”. Em 1970 se inicia na ficção, com o livro “Fluxo Floema”. Em 1982 escreve “Senhora D”, que foi posteriormente adaptada para o teatro. Em 1985 divorcia-se do marido. Em 1990, com a publicação de “O Caderno Rosa de Lori Lamby”, anuncia que vai aderir à literatura pornográfica. Em 1992 publica “Bufólicas”, poesias satíricas.

Características Literárias

Hilda Hilst era culta, de personalidade marcante e temperamento transgressor que ia de encontro aos costumes da época. Fez parte da geração da poesia brasileira que foi denominada “Geração de 45”, que reagiu contra o prosaico e o supérfluo. Entendiam os poetas que as conquistas dos modernistas de 22 deveriam ser abandonadas.

Hilda Hilst rompe com o bom tom clássico literário, uma vez que nada é passivo em seus textos. A poesia de Hilda Hilst passeia por temas como solidão, morte, amor, a loucura, o misticismo e o amor erótico. Enigmática, mística, dona de um texto, na maioria das vezes, estranho, instigante, é capaz de surpreender o leitor.

Hilda Hilst faleceu em Campinas São Paulo, no dia 4 de fevereiro de 2004.

Obras de Hilda Hilst

  • Presságios (1950)
  • Balada de Alzira (1951)
  • Balada do Festival (1955)
  • Roteiro do Silêncio (1959)
  • Trovas de Muito Amor para um Amado Senhor (1959)
  • Ode Fragmentária (1961)
  • Sete Cantos do Poeta para o Anjo (1962)
  • Fluxo – Floema (1970)
  • Júbilo, Memória, Noviciado da Paixão (1974)
  • Ficções (1977)
  • Tu Não Te Moves de Ti (1980)
  • Da Morte, Odes Mínimas (1980)
  • Cantares de Perda e Predileções (1980)
  • A Obscena Senhora D (1982)
  • Poemas Malditos, Gozos e Devotos (1984)
  • Sobre a Tua Grande Face (1986)
  • O Caderno Rosa de Lori Lamby (1990)
  • Cartas de Um Sedutor (1991)
  • Bufólicas (1992)
  • Do Desejo (1992)
  • Cacos e Carícias, crônicas reunidas (1992-1995)
  • Cantares do Sem Nome e de Partidas (1995)
  • Estar Sendo Ter Sido (1997)
  • Do Amor (1999)

Poema

“Dez Chamamentos do Amigo” é uma série de poemas do livro “Júbilo, Memória, Noviciado e Paixão”:

Ama-me. É tempo ainda. Interroga-me.
E eu te direi que o nosso tempo é agora.
Esplêndida altivez, vasta ventura
Porque é mais vasto o sonho que elabora,

Há tanto tempo sua própria tessitura.
Ama-me. Embora eu te pareça
Demasiado intensa. E de aspereza.
E transitória se tu me repensas.

Dilva Frazão
É bacharel em Biblioteconomia pela UFPE e professora do ensino fundamental.
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