Joaquim Silvério dos Reis

Delator dos inconfidentes
Por Dilva Frazão
Biblioteconomista e professora

Biografia de Joaquim Silvério dos Reis

Joaquim Silvério dos Reis (1756-1819) foi o delator dos inconfidentes mineiros que planejavam libertar o Brasil do regime colonial português.

Joaquim Silvério dos Reis Montenegro Leiria Grutes (1756-1819) nasceu em Monte Real, povoação do concelho de Leiria, Portugal, no ano de 1756. Instalado no Brasil, era coronel da cavalaria das Gerais no arraial de Borda do Campo (hoje Antônio Carlos) na capitania das Minas Gerais.

Joaquim Silvério dos Reis além de coronel da cavalaria era fazendeiro e proprietário de minas de ouro, numa época em que a mineração da região das Gerais era o polo econômico da capitania. Calcula-se que em Minas Gerais, no final do século XVIII viviam cerca de 300 mil pessoas, sem considerar a população indígena.

Desde 1711, que Portugal passou a exigir altas taxas dos mineradores. Anos depois foi criada a Intendência das Minas, uma administração subordinada diretamente a Lisboa. O pagamento do “quinto” foi estabelecido pela Fazenda Real, correspondente a um quinto do total do ouro extraído. Foram criadas as Casas de Fundição, onde o ouro taxado recebia um carimbo, como a única forma de poder circular. Por fim, uma atitude mais drástica para acabar com a fuga das mãos reais de uma grande parte dos tributos, fixou-se uma cota anual mínima para assegurar o quinto: 100 arrobas, 1.500 kg de ouro. Se os tributos não atingissem essa quantia, a população teria que complementar a soma estipulada - era a “derrama”.

No período áureo da mineração, as derramas eram feitas num clima de pavor e violência. A população vivia revoltada, mas com o quase esgotamento das minas e com a situação precária de Vila Rica (atual Ouro Preto), ameaçada de uma derrama violenta, os inconfidentes, entre eles, o tenente-coronel Francisco de Paula Freire de Andrada, os poetas Cláudio Manuel da Costa, Tomás Antônio Gonzaga e Alvarenga Peixoto e José Joaquim da Silva Xavier, o Tiradentes. marcaram um levante para a ocasião da derrama de 1789.

Joaquim Silvério dos Reis, informado do levante, escreveu uma carta de delação, em 11 de abril de 1789, ao governador de Minas Gerais, Visconde de Barbacena, alertando as autoridades coloniais para a existência de um movimento em Vila Rica, que pretendia proclamar a República e libertar o Brasil de Portugal. A derrama foi suspensa e os principais líderes foram presos.

Como prêmio o delator cobrou o preço de seu serviço: pensão por toda vida, perdão para todas as dívidas, comendas e privilégios. Depois de sofrer alguns atentados fugiu para Lisboa só regressando ao Brasil em 1808, seguindo para o Maranhão, terra de sua esposa.

Joaquim Silvério dos Reis, segundo alguns historiadores, faleceu em São Luís, Maranhão, no dia 12 de fevereiro de 1819.

Dilva Frazão
É bacharel em Biblioteconomia pela UFPE e professora do ensino fundamental.
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