Johannes Brahms
Biografia de Johannes Brahms
Johannes Brahms (1833-1897) foi um compositor e pianista alemão, um dos mais importantes representantes do romantismo musical da Europa do século XIX.
Consagrado pela crítica musical como uma das figuras exponenciais da música universal, Brahms viveu a glória da aclamação pública em Viena, onde viveu a maior parte de sua vida.
Johannes Brahms nasceu em Hamburgo, na Alemanha, no dia 07 de maio de 1833. Era o terceiro filho de Johann Jacob Brahms e de Johanna Henrika.
Seu pai era contrabaixista da Orquestra Filarmônica de Hamburgo e sua mãe trabalhava numa lojinha de miudezas, da qual era sócia. A família morava em Specksgang, bairro pobre de Hamburgo.
Infância e juventude
Johannes recebeu do pai as primeiras aulas de violino e violoncelo e logo percebeu o talento musical do filho. Com oito anos, enquanto cursava a escola primária, começou a aprender piano com o mestre Otto Franz Cossel.
Diante da rápida evolução nas aulas de piano, foi levado a estudar com Eduard Marxsen, músico erudito, que logo percebeu o potencial do aluno, e planejava ensinar-lhe não apenas piano, mas também harmonia e composição.
Nessa época, Brahms frequentava a biblioteca de um amigo do pai e se interessou pela leitura das obras dos grandes pensadores como Sófocles, Cícero, Tasso, Dante, Goethe e Schiller. A Bíblia era o livro que mais o atraia, sedimentando aos poucos sua formação de protestante.
Com 12 anos, ela já ganhava dinheiro tocando em tavernas e em festas, fazia orquestração para bandas e ainda lecionava. Com 15 anos, realizou seu primeiro recital público. Para isso, cuidou pessoalmente de tudo e divulgou o projeto. O sucesso dessa primeira apresentação foi completo.
Em 1849 exibiu-se novamente, quando apresentou peças de Beethoven, Bach e Mendelssohn, além de uma composição de sua autoria Fantasia Sobre Uma Valsa Favorita. Mais uma vez o sucesso foi absoluto.
Em 1852 o curso chegou ao fim, Brahms estava com dezenove anos e iniciou a carreira de compositor profissional. Sua Primeira Sonata para Piano, em Dó Maior, Opus 1 tinha como tema principal o amor.
O mesmo tema amor, também aparece nas obras seguintes: Amor Fiel, Opus 3, n.º 1, Amor e Primavera, Opus 3, n.º 2 e Verdadeiro Amor, Opus 7, n.º 1.
Nesse mesmo ano, conheceu o violonista Eduard Reményi, nascendo uma sólida amizade que se prolongou por muitos anos. Juntos viajaram pelo interior da Alemanha.
Em Hanôver, conheceu o famoso violonista Joseph Joachim, que se empenhou em publicar suas obras, e marcou, em Weimar, um encontro com Liszt, um incentivador de novos talentos, mas os dois não se entenderam.
Em 1853, estava em Düsseldorf, onde foi recebido pelo músico e pianista Schumann e sua esposa Clara, também pianista, que se tornou sua amiga e confidente.
Ao lado de Schumann passou uma temporada inesquecível, que só terminou com a repentina loucura do músico alemão, e sua morte em 29 de julho de 1856. Ficou mais um tempo na cidade, só para cuidar dos negócios da família, visitar o doente e reconfortar Clara.
Em 1857, Brahms foi convidado pela princesa de Lippe-Detmold para dirigir o coro da corte durante o inverno. Nessa época criou diversas obras, entre elas criou duas Serenatas para Orquestra, Opus 11 e Opus 16, o Concerto nº. 1 em Ré Menor para Piano e Orquestra, Opus 15, o Sexteto nº. 15, o Sexteto nº. 1 para Cordas, Opus 18, e diversas peças para coro.
Até 1859 trabalhou na direção do coral de Detmold e de Hamburgo. Passou longo período ocupado com a composição e edição de suas obras.
Johannes Brahms em Viena
Em 1862, transferiu-se para Viena, onde passou a maior parte de sua vida. Em 6 de janeiro de 1863 apresentou seu primeiro recital na capital austríaca. Com a excelente repercussão, foi nomeado para a direção da Academia de Canto de Viena.
Entusiasmado com as excelentes vozes do coral da instituição, organizou um extenso programa de trabalho com a finalidade de especializar o grupo na interpretação das obras de Bach. Mas, um concerto mal sucedido esfriou seu entusiasmo.
Em fevereiro de 1865 faleceu sua mãe. Uma profunda depressão o abateu e teve que largar tudo. A única pessoa capaz de animá-lo seria Clara Schumann, e para encontrá-la partiu para Baden-Baden, onde passou meses em companhia da amiga.
Em 1865, em Viena, Brahms escreveu um conjunto de Dezesseis Valsas, para piano a quatro mãos dedicadas a Eduard Hanslick, que foram publicadas dois anos depois. Essas valsas também foram arranjadas para piano solo em duas versões diferentes: difícil e simplificada.
Em 1866, excursionou pela Áustria, em companhia de Joseph Joachim, com quem se apresenta em vários concertos. Esteve também em Hamburgo e Budapeste. De volta a Viena, dedicou-se ao projeto desejado desde 1861: um grandioso Réquiem Alemão.
Em dezembro de 1867, estreou as três primeiras partes da obra, levantando controvérsias no ambiente musical de Viena. Tanto o público quanto a crítica recusavam-se a admitir que um réquiem apresentasse um texto em alemão, em vez do latim usual.
Mais tarde, tomou conhecimento de que seu Réquiem Alemão fora executado numa homenagem póstuma aos mortos alemães da Guerra Franco-Prussiana. Para comemorar, compôs em 1871 o Canto Triunfal, Opus 55, dedicado a Bismarck. A primeira apresentação da peça, em Viena, provocou grande aclamação.
A essa altura, Brahms sentia-se fatigado, mas já estava famoso, as solicitações e os compromissos eram muitos. A ideia de compor uma sinfonia estava lhe rondando a mente. Isolou-se na sossegada residência nos arredores de Zurique e começou a trabalhar na obra.
Em 1876, a sinfonia estava pronta. Procurou sua amiga Clara para lhe mostrar a Sinfonia nº. 1, em Dó Menor, Opus 68. Em novembro, a sinfonia estreou na principal sala de concertos de Karlsruhe, sendo delirantemente aplaudida.
Para compor a Sinfonia nº. 2, isolou-se na bucólica região de Pörtschach, às margens do lago Wörth, na Áustria. E foi concluí-la perto de Clara, instalado na cidade de Lichtental, perto de Baden-Baden.
A estreia foi em dezembro de 1877, com Hans Richter regendo a Filarmônica de Viena. Com uma aclamação estrondosa, colocou Brahmms definitivamente no pedestal da fama.
Aos 44 anos, Johannes Brahms aparentava ter mais idade. Com uma longa barba e um ar compenetrado, se tornara agressivo e intransigente, não hesitava em recusar honrarias, como o fez com a Universidade de Cambridge.
Últimos anos
Depois de fazer várias excursões artísticas pelos principais centros musicais da Europa, Brahms tirou uma temporada de férias na Itália. A seguir foi para Wiesbaden, na Alemanha, e durante o verão de 1883 concluiu a Terceira Sinfonia, em Fá Maior, Opus 90. A peça aumentou ainda mais seu prestígio, como sinfonista.
Johannes Brahms havia se transformado num homem famoso, rico e respeitado. Em 1889 era Cavaleiro da Ordem Prussiana, da Ordem Austríaca de Leopoldo, da Ordem Bávara de São Maximiliano e membro das academias de Berlim e de Paris.
Johannes Brahns morreu em Viena, na Áustria, no dia 03 de abril de 1897, em decorrência de câncer no fígado.
Obras de Johannes Brahms
- Primeira Sonata para Piano n.º 1, Op. 1 (1853)
- Concerto n.º 1 em Ré Menor para Piano e Orquestra, Op. 15 (1854)
- Concerto para Piano n.º 1, Op. 15 (1858)
- Sexteto em Si Bemol Maior (1860)
- Quinteto com Piano Op. 34 (1864)
- Dezesseis Valsas, Op. 39 (1867)
- Um Réquiem Alemão Op. 45 (1868)
- Danças Húngaras para Orquestra n.º 5 (1873)
- Quarteto com Piano n.º 3, Op. 60 (1875)
- Sinfonia n.º 1, em Dó Menor, Op. 68 (1876)
- Sinfonia n.º 2 em Ré Maior (1877)
- Concerto em Ré Maior, para Violino e Orquestra, Op. 77 (1879)
- Sinfonia n.º 3 em Fá Maior, Opus 90 (1883)
- Sinfonia n.º 4 em Mi Menor (1885)
- Duplo Concerto para Violino e Violoncelo, Op. 102 (1887)
- Quarteto com Clarinete, Op. 115 (1891)
- Seis Peças, Op. 118 (1893)
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