Nabucodonosor II

Rei da Babilônia
Por Dilva Frazão
Biblioteconomista e professora

Biografia de Nabucodonosor II

Nabucodonosor II (630-561 a. C.) foi rei da Babilônia entre 605 e 561 a. C. Lutou contra os egípcios pela posse da Síria e da Palestina. Por diversas vezes sitiou Jerusalém conduzindo os judeus ao cativeiro da Babilônia. Submeteu os fenícios depois de uma guerra de 13 anos.

Nabucodonosor II nasceu na Babilônia, cidade que ficava situada ao sul da região da Mesopotâmia, às margens do rio Eufrates, na região do atual Iraque. (Em meados do século XIX começaram as escavações arqueológicas nas ruínas da Babilônia).

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Ruínas da Babilônia

Nabucodonosor era filho mais velho e herdeiro de Nabopolassar, o fundador da "dinastia caldeia" do novo império babilônico. Os dados biográficos de Nabucodonosor decorrem de inscrições cuneiformes, de referências bíblicas e de textos de autores clássicos.

Em 612, auxiliado pelos medos, Nabopolassar venceu os assírios, povo que dominava grande parte da Mesopotâmia, e tomou a capital Nínive.

Império Babilônico

A partir de então, começou o capítulo mais importante da história da Mesopotâmia: nasceu o “Império Caldeu”, também chamado de “Segundo Império Babilônico”.

Entre 607 e 605 a. C., o príncipe herdeiro comandou as tropas no norte da Assíria e iniciou a expulsão do povo egípcios que ocupavam o norte da Mesopotâmia.

Porém, com a morte do rei, em 605 a. C., Nabucodonosor voltou para a Babilônia e logo se fez coroar rei do “Império Babilônico”, como Nabucodonosor II.

Sem perder tempo, com o objetivo de conquistar o que pudesse, o rei organizou o exército e partiu para sua missão. Os primeiros a cair foram os povos egípcios instalados no norte da Mesopotâmia, em pequenos Estados. Os assírios que ainda viviam na região caíram logo a seguir.

A queda de Tiro colocou a esquadra fenícia nas mãos de Nabucodonosor, que dela se serviu para atacar o Egito, que foi salvo pela intervenção de mercenários gregos.

Conquista de Jerusalém

A Bíblia conta, no Livro dos Reis, a história que se passou em 596 a. C.: “a conquista do reino de Jerusalém” pelo exército de Nabucodonosor:

“No nono ano do reinado de Sedequias, no décimo dia do décimo mês, Nabucodonosor, rei da Babilônia, avançou com toda a sua armada contra Jerusalém. A cidade ficou sitiada até o undécimo ano do Rei Sedequias. No nono dia do quarto mês, como a fome fosse grande na cidade, não havendo mais pão para o povo do país, abriram uma brecha na muralha da cidade e todos os soldados fugiram à noite pela porta entre os dois muros, junto ao jardim do rei, enquanto os caldeus ainda cercavam a cidade...”.

A Bíblia conta também sobre a destruição da cidade e do Templo e do “cativeiro da Babilônia”, para onde foi levado o povo judeu. Para o povo de Jerusalém, era o exílio e a escravidão, mas para Nabucodonosor era uma conquista a mais.

Para a História, uma ironia: conquistadores e conquistados, vencedores e oprimidos, ambos eram longínquos descendentes de um mesmo povo, o caldeu. Pois também caldeu era Abraão, o homem que segundo a Bíblia, deixou sua terra de origem, tomou o rumo oeste e se fixou na região que viria a ser a Judéia.

Ao todo, foram 30 anos de guerras contínuas, mas Nabucodonosor cumprira seu objetivo e podia então considerar-se o mais poderoso soberano do Oriente.

A reconstrução da Babilônia

Nabucodonosor fez de sua capital a cidade mais rica do Oriente. Ordenou que todas as pedras do calçamento recebessem a seguinte inscrição: “Nabucodonosor, rei da Babilônia, sou eu”.

Entrava-se na Babilônia por diversas portas, entre elas, a magnífica porta de Ishtar, nome da deusa do Amor, protetora da cidade. Inteiramente feita de tijolos pintados de azul era decorada com frisos de touros e leões.

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Porta de Ishtar - Museu de Berlim

O rei completou as duas fortificações iniciadas por seu pai, construiu um terceiro muro ao redor da cidade e cavou fossos para eles. Ergueu templos maravilhosos, com estátuas de ouro maciço, edifícios grandiosos e um palácio luxuoso.

Os jardins suspensos da Babilônia

Conta-se que Nabucodonosor casou com uma princesa da Média, região montanhosa que contrastava com as planícies mesopotâmicas e, para amenizar a saudade que a rainha Semíramis sentia da paisagem de sua terra, mandou construir jardins suspensos que simulavam colinas.

Religião

Nabucodonosor acreditava em um deus supremo chamado "Marduk" e mandou restaurar o "Esagil", templo no qual o deus Marduk reina no meio da assembleia dos deuses da Babilônia, da qual é o soberano.

Mandou construir um gigantesco zigurate, uma torre de sete andares dedicada a Marduk. No alto da torre, mandou edificar um santuário consagrado a seu deus, ali representado por uma estátua de ouro, cujo brilho permitia vê-la a quilômetros de distância.

Conta-se que Nabucodonosor II mandava atirar em um forno, aquele que não se prostrasse ante a estátua do rei.

Morte

Em linguagem figurada, conta a Bíblia que nos últimos anos de vida o rei babilônico ficou demente e comia grama. E louco morreu.

Nabucodonosor II faleceu na Babilônia em 561 a. C. e foi sucedido por seu filho Awil-Marduk.

Dilva Frazão
É bacharel em Biblioteconomia pela UFPE e professora do ensino fundamental.
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