Sérgio Moro
Biografia de Sérgio Moro
Sérgio Moro (1972) é um juiz brasileiro da 13ª Vara Federal que se notabilizou por comandar a maior investigação contra a corrução no Brasil, a Operação Lava Jato.
Infância
Sérgio Fernando Moro (1972) nasceu em Maringá, no Paraná, no dia 1 de agosto de 1972. Filho do professor de Geografia, Dalton Áureo Moro e da professora de português, Odete Moro, que viveram juntos por quase quarenta anos até a morte de Dalton, em 2005.
Sérgio Moro estudou no colégio Santa Cruz e se preparou para o vestibular no colégio Gastão Vidal, onde seus pais lecionavam. Estudou inglês no Instituto de Línguas de Maringá.
Adolescência e primeiros anos da vida adulta
Sérgio Moro no vestibular e entrou no curso de Direito da Universidade Estadual de Maringá (UEM), concluindo o curso em 1995. Posteriormente, concluiu o mestrado e o doutorado na Universidade Federal do Paraná.
Seu primeiro emprego foi em um escritório de advocacia de Direito Tributário, quando foi indicado por um ex-reitor da Universidade Estadual de Maringá, Neumar Godoy, onde trabalhou durante dois anos.
A carreira de juiz
Em 1996, recém-formado, com 24 anos, foi aprovado no concurso para juiz. Seu destino foi a sede da Justiça Federal na cidade de Curitiba. Na vara previdenciária, chegou a ser conhecido como o juiz dos velhinhos, por sua tendência a julgar a favor deles e contra o INSS.
Sérgio Moro teve uma passagem rápida por Curitiba, mas já mostrava ser um juiz de linha dura. Em 1998, ele foi transferido para Cascavel e lá sua fama de juiz durão prosseguiu com o julgamento de diversos casos.
Ainda em 1998, Sérgio Moro foi selecionado em um concurso da Associação dos Juízes Federais do Brasil para fazer um curso de questões constitucionais - o Programa de Instrução para Advogados da Harvard Law School, nos Estados Unidos.
A investigação de crimes financeiros
Em 12 de junho de 2003, Sérgio Moro assumiu a Primeira Vara especializada em crimes contra o sistema financeiro e lavagem de dinheiro, em Curitiba. A criação da vara respondia a uma demanda crescente, sobretudo no Paraná, de processos de lavagem de dinheiro, entre eles o caso das contas CC5, que analisava remessas ilícitas de dinheiro para o exterior, que foi a sua primeira grande experiência com o crime de colarinho branco.
Em 2007, depois de passar em segundo lugar no concurso para professor do Departamento de Direito Penal da Universidade Federal do Paraná, o professor passou a dar aulas de Direito Processual Penal, duas vezes por semana, da disciplina que é obrigatória para o último ano do curso de Direito.
Operação Banestado
Em 2010, outro processo investigado por Sérgio Moro foi a Operação Banestado escândalo de evasão de bilhões de reais do Banco do Estado do Paraná na década de 1990. Sobre os casos investigados, Sérgio escreveu:
Quanto aos crimes de colarinho branco, o custo e o desgaste não valem o resultado. Se os culpados são presos, logo estarão soltos. Se não prende, prescreve pelo tempo entre eventual condenação e início da execução da pena.
Escândalo do Mensalão
No caso do Escândalo do Mensalão, por sua especialização em crimes financeiros e no combate à lavagem de dinheiro, Sérgio Moro foi convidado pela ministra do Supremo Tribunal Federal (STF), a juíza Rosa Weber, para ser juiz instrutor do Supremo. Sérgio Moro passou um ano assessorando a ministra.
Operação Lava Jato
Sérgio Moro, juiz da 13ª Vara Federal Criminal de Curitiba, chegou ao momento de maior destaque em sua carreira quando no dia 11 de julho de 2013, autorizou a escuta telefônica de um doleiro. Era o início de uma sucessão de denúncias e delações que levou o juiz a desbaratar o maior esquema de corrupção da história do Brasil, a Operação Lava Jato.
Em Curitiba, o juiz Sérgio Moro conduz os processos da operação Lava Jato, o mais abrangente e eficaz processo da justiça contra a corrupção no país. A Operação levou à prisão do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, acusado de corrupção passiva e branqueamento de capitais.
Em abril de 2016, Sérgio Moro foi eleito uma das cem personalidades mais influentes do mundo pela revista americana Time, onde aparece na mesma categoria de líderes internacionais. Essa seleção honra muito a magistratura brasileira, disse ele à imprensa em jantar de gala em Nova Iorque, ao qual compareceu com a esposa a advogada Rosangela Wolff Moro.
Ministro da Justiça
Apesar de em diversas entrevistas afirmar categoricamente que não se envolveria em política, Sérgio Moro foi convidado pelo presidente Jair Bolsonaro para ocupar o cargo de Ministro da Justiça.
Moro aceitou o convite em novembro de 2018 e tomou posse como Ministro da Justiça no dia 1º de janeiro de 2019.
Vazamento de áudio divulgado pelo The Intercept
Em junho de 2019, o site The Intercept Brasil divulgou um diálogo onde Sério Moro é flagrado colaborando e planejando os rumos da Operação Lava Jato com o procurador Deltan Dallagnol.
Em uma das mensagens, Moro sugere que o Ministério Público Federal altere as ordens da Operação e fornece uma série de conselhos e pistas à Dallagnol.
O vazamento acendeu rumores de possíveis anulações de condenações porque, segundo o Código de Processo Penal brasileiro, um juiz não pode aconselhar nem interferir nas partes do processo.
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