Abraham Lincoln

Político norte-americano
Por Dilva Frazão
Biblioteconomista e professora

Biografia de Abraham Lincoln

Abraham Lincoln (1809-1865) foi presidente dos Estados Unidos da América. Decretou a emancipação dos escravos. Foi considerado um dos inspiradores da moderna democracia e tornou-se uma das maiores figuras da história americana. Defendia a causa dos pobres e humildes.

Infância e Juventude

Abraham Lincoln nasceu em Hodgenville, Kentucky, Estados Unidos, no dia 12 de fevereiro de 1809. Filho dos camponeses Thomas Lincoln e Nancy Lincoln, quando pequeno viveu numa casa de madeira à beira da floresta. Frequentou a escola durante um ano, quando, em 1816, sua família mudou-se para Indiana em busca de melhor condição de trabalho.

Com sete anos, Lincoln já trabalhava no campo. Ficou órfão de mãe aos nove anos de idade. Passados alguns meses, seu pai casou-se com Sarah Bush Johnston, viúva e mãe de três filhos, que ficou responsável por sua instrução e de sua irmã.

Abraham Lincoln teve vários empregos, foi lenhador, trabalhou numa serraria, foi barqueiro e balconista em Illinois. Como barqueiro, navegava pelos rios Mississipi e Ohio transportando e comerciando produtos agrícolas.

Nas horas vagas, Lincoln se dedicava à leitura de livros que pedia aos amigos e vizinhos. Participou como Capitão voluntário na luta contra os índios no sul do Estado. Também trabalhou na demarcação de terras para o governo.

Carreira Política

Em 1831, já independente, estabeleceu-se em Nova Salem, pequena aldeia de Illinois. Ali descobriu a política. Lincoln foi candidato à Assembleia Legislativa do Estado de Illinois pelo Partido Republicano Nacional, também chamado de Whig. Em 1834, lançou sua candidatura a deputado estadual, sendo reeleito em 1836, 1838 e 1940.

Nesse período, Lincoln defendeu grandes projetos para a construção de ferrovias, rodovias e canais. Como a maioria dos cargos públicos não eram remunerados, procurou um ofício remunerado. Em 1836, foi aprovado em exame para exercer a advocacia. Foi aceito nos tribunais e tornou-se um advogado muito popular, defendendo as causas dos pobres e humildes.

Em 1842, casou-se com Mary Todd, filha de um banqueiro, que largou a rica família para unir-se ao pobre advogado. Muito ciumenta, Mary tornou a vida do marido um inferno. Apesar disso, a carreira política de Lincoln prosseguiu. Lincoln foi pai de quatro filhos, mortos na infância, e outro que posteriormente lutou na guerra civil.

Em 1846, foi eleito Deputado Federal, em Washington. Fez oposição a invasão de terras no México, mas no fim do conflito novas terras foram anexadas aos Estados Unidos. Sua posição o fez perder muitos votos. Lincoln fazia campanha para que essas novas terras ficassem livres da escravidão.

Terminado o mandato, Lincoln abandonou a política e voltou para a advocacia. Em 1850, na tentativa de reduzir os crescentes conflitos entre os Estados do Norte e do Sul, tentou regulamentar a escravidão. Seus discursos e debates em torno da escravidão os tornou conhecido e popular.

Em 1854, Lincoln voltou à política. Foi eleito deputado por Illinois. Por duas vezes candidatou-se ao senado, mas em abas fracassou. Resolveu ingressar no novo “Partido Republicano” que estava se formando, de tendência fortemente abolicionista.

Democratas e Republicanos

Naquela época, grandes transformações sociais ocorriam no país. Ao Norte, desenvolvia-se uma rica e poderosa burguesia industrial e uma classe operária organizada e numerosa, apoiada pelo Partido Republicano. Ao Sul, consolidou-se a supremacia aristocrata rural com grandes propriedades agrárias, apoiadas na monocultura e no trabalho escravo.

A rivalidade política entre o Partido Democrata, dos aristocratas do Sul e o Partido Republicano da burguesia industrial do Norte, gerava vários conflitos.

Em 1858, Lincoln candidato ao Senado pelo Partido Republicano, fazendo campanha contra o democrata e racista Stephen Douglas, perdeu as eleições, mas tornou-se o liberal mais popular dos Estados Unidos.

Lincoln e a Presidência da República

Em 1860, Abraham Lincoln disputou o pleito para a presidência da república e em 6 de novembro, foi eleito o 16.º presidente dos Estados Unidos. No dia 20 de dezembro, a Carolina do Sul declara-se separada da União. Em seguida, outros Estados a seguem.

Em fevereiro de 1861, os sete Estados escravistas do Sul, que não aceitavam a supremacia industrial do Norte, se reuniram em Montgomery, no Alabama e formaram os “Estados Confederados da América” sob a presidência de Jefferson Davis. Em 4 de março, Lincoln assumiu a presidência.

Guerra da Secessão

Depois que os Estados do Sul:  Carolina do Sul, Mississippi, Flórida, Alabama, Geórgia, Louisiana e Texas se declararam separados da União, o presidente foi firme e prudente: não reconheceu a secessão, ratificou a soberania nacional sobre os estados rebeldes e convidou-os à conciliação, assegurando-lhes que nunca partiria dele a iniciativa da guerra. No dia 12 de abril, os confederados tomaram o forte Sumter, na Virgínia Ocidental.

Abraham Lincoln encontrou o governo sem recursos. Só conseguiu armar sete mil soldados, com os quais começou a guerra. Em apenas um ano, duplicou o Exército, organizou a Marinha e obteve recursos. Os confederados haviam consolidado sua situação com a adesão de mais quatro estados aos sete sublevados: Carolina do Norte, Tennessee, Kentucky e Missouri.

No dia 22 de setembro de 1862, por decreto federal, são declarados libertos os escravos nos territórios dos Estados Unidos rebeldes como o Kentucky. No dia 1 de janeiro de 1863, Lincoln assinou a Lei da Abolição da Escravatura.

abraham lincoln
Lincoln lendo a Lei da Abolição da Escravatura diante do Conselho de Ministros

Em meados de 1863 chegaram à Pensilvânia e ameaçaram Washington. Foi nesse grave momento que se travou, em 3 de julho de 1863, a batalha de Gettysburg, vencida pelas forças do norte.

Meses depois, ao inaugurar o cemitério nacional de Gettysburg, Lincoln pronunciou o célebre discurso em que definiu o significado democrático do "governo do povo, pelo povo e para o povo", e que alcançou repercussão mundial.

A guerra continuou ainda por dois anos, favorável à União. Lincoln foi reeleito presidente em novembro de 1864. Em 9 de abril de 1865, os confederados renderam-se em Appomattox. A Guerra Civil americana, conhecida como a Guerra da Secessão, foi a mais sangrenta do século XIX. Nela morreram mais de 600 mil pessoas.

Último Ano e Morte

Embora considerado conservador ou reformista moderado no início da presidência, as últimas proposições de Lincoln foram avançadas. Preparava um programa de educação dos escravos libertados e chegou a sugerir que fosse concedido, de imediato, o direito de voto a uma parcela de antigos escravos.

Inclinou-se também à exigência dos radicais por uma ocupação militar provisória de alguns estados sulistas, para implantar uma política de reestruturação agrária.

Em 14 de abril de 1865, Lincoln assistia a um espetáculo no Teatro Ford, em Washington, quando foi atingido na nuca por um tiro de pistola desferido pelo ator John Wilkes Booth, que se mostrava contrário à abolição da escravidão nos Estados Unidos.

Abraham Lincoln faleceu em Washington, D.C., Estados Unidos, no dia 15 de abril de 1865. 

Dilva Frazão
É bacharel em Biblioteconomia pela UFPE e professora do ensino fundamental.
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