Djavan

Cantor brasileiro
Por Dilva Frazão
Biblioteconomista e professora

Biografia de Djavan

Djavan (1949) é um cantor, compositor e arranjador brasileiro. Dono de uma enorme versatilidade musical, mescla inúmeros estilos que vão do jazz, ao blues, do samba à música flamenca.

Com mais de trintas discos lançados, é autor de inúmeros sucessos, entre eles, destacam-se: Flor de Lis, Oceano, Álibi, Meu bem Querer, Seduzir, Sina, Pétala, Açaí, Samurai, Lilás e Eu Te Devoro.

Djavan Caetano Viana nasceu em Maceió, Alagoas, no dia 27 de janeiro de 1949. Filho de um ambulante, teve uma infância humilde. Desde pequeno acompanhava sua mãe, Virgínia, quando ela ia lavar roupa na beira do rio.

Com cinco anos, já observava as canções entoadas por sua mãe e as outras lavadeiras durante as lavagens das roupas. Cresceu ouvindo as músicas de Ângela Maria, Dalva de Oliveira, Orlando Silva, Jackson do Pandeiro e Luiz Gonzaga.

Djavan gostava de jogar bola e com onze anos jogava em um campinho do seu bairro. Por ser um jogador destacado, chegou a jogar no time juvenil do CSA, um importante time de Alagoas.

Carreira musical

No início dos anos 60, Djavan teve a certeza que queria ser cantor e compositor. Com 23 anos foi para o Rio de Janeiro tentar a sorte na carreira musical. Com a ajuda de Edson Mauro, seu conterrâneo e radialista, trabalhou como crooner em boates famosas da cidade.

Com sua voz agradável, foi levado para conhecer João Araújo, presidente da Som Livre. Passou a gravar trilhas sonoras para as novelas da TV Globo, gravando músicas de compositores já consagrados, como “Alegre Menina” de Dorival Caymmi, com letra de Jorge Amado, tema da novela Gabriela (1975).

Em 1975, concorreu no Festival “Abertura”, da Rede Globo, com a música “Fato Consumado”, de sua autoria, que foi classificada em segundo lugar. No ano seguinte, lançou seu primeiro disco: “A Voz, o Violão” (1976), que fez grande sucesso com a música Flor de Lis.

Seu segundo disco, “Djavan”, foi lançado em 1978 e também fez grande sucesso. Várias canções foram regravadas: a canção Álibi foi regravada por Maria Bethânia e virou título de seu álbum Álibi, que vendeu mais de 1 milhão de cópias; a música Dupla Traição já havia sido gravada por Nana Caymmi, em 1976; Samba Dobrado, foi apresentada por Elis Regina no Montreux Jazz Festival.

Ainda, a música Serrado ganhou um clipe para o programa Fantástico, da TV Globo; Cara de Índio foi trilha sonora da novela Aritana, da TV Tupi. Por fim, Água foi gravada pela cantora italiana Loredana Bertè em 1985, chegando ao top 40 na Itália.

Em 1980, Djavan lançou seu terceiro álbum “Alumbramento”, no qual iniciou parcerias com grandes personalidades da música, como Aldir Blanc, em Triste Baía de Guanabara e Chico Buarque, em A Rosa.

A música Meu Bem Querer foi trilha sonora das novelas Coração Alado e A Indomada, e foi tema de abertura da novela Meu Bem Querer, da Rede Globo. A música se tornou um dos maiores sucessos de Djavan.

Em 1981 lançou o álbum “Seduzir” e iniciou uma turnê pelo país, com sua banda própria formada por Luiz Avellar no piano, Sizão Machado no baixo, Téo Lima na bateria e Zé Nogueira nos sopros.

Reconhecimento internacional

Em 1982, música Flor de Lis, lançada no disco “A Voz e o Violão” de 1976, foi o primeiro sucesso de Djavan no mercado norte-americano, na voz de Carmen McRae, com o título Upside Down. Nesse mesmo ano, Djavan conquistou o reconhecimento internacional. Foi convidado pela CBS, futura Sony Music, para gravar o álbum “Luz” nos Estados Unidos, com a participação de Stevie Wonder na música Samurai.

Djavan

Outros sucessos do álbum Luz foram: Sina, Pétala, Açaí e Capim. O álbum resultou de uma mescla da musicalidade brasileira com a influência do jazz americano.

“Lilás” (1984) foi o segundo disco gravado em Los Angeles. No dia da estreia, a faixa título bateu recorde de execuções nas rádios brasileiras. Outro grande sucesso do álbum foi a música Esquinas.

Djavan tornou-se um dos artistas brasileiros mais importantes de todos os tempos, lançando um hit atrás do outro.

Década de 1990

A década de 1990 teve início com o lançamento do álbum “Coisa de Ascender” (1992). O grande destaque foi a música Linha do Equador, uma parceria com Caetano Veloso. Outros grandes destaques foram as músicas: Se, Boa Noite, Alívio e Outono. Contou também com a parceria da filha Flávia Virginia, no vocal em várias faixas.

A década também ficou marcada pelo primeiro disco produzido, arranjado e composto inteiramente pelo cantor: “Novena”, lançado em 1994, obra que marcou seus 20 anos de carreira.

Em 1996 lançou “Malásia”, que tem três faixas de outros compositores: Coração Leviano, de Paulinho da Viola, Sorri, versão de Braguinha para Smile, de Chaplin, e Correnteza, de Tom Jobim e Luiz Bonfá. A música Correnteza fez parte da trilha sonora da novela O Rei do Gado, e Nem Um Dia, foi tema da novela Por Amor.

Anos 2000

Em 2000, Djavan lançou o álbum “Ao Vivo – vols. 1 e 2”. A música Acelerou foi escolhida a Melhor Canção Brasileira de 2000, o que lhe valeu o primeiro “Grammy Latino”. Nesse mesmo ano, recebeu os Prêmios Multishow de Melhor Cantor, Melhor Show e Melhor CD.

Em 2004, Djavan conquistou sua independência com a criação da gravadora Luanda Records, pela qual lançou os álbuns: “Vaidade” (2004), “Na Pista, etc.” (2005) e “Matizes” (2007).

Em 2010 lançou “Ária”, o primeiro disco em que interpreta cações de outros compositores. O álbum recebeu o “Grammy Latino” de 2011, com o “Melhor Álbum de Música”.

Após quatro anos sem compor, lançou “Rua dos Amores” (2012), no qual, a música Vive, em parceria com Maria Betânia, é tema da novela Salve Jorge. Em seguida vieram: “Vidas Pra Contar” (2015), que recebeu o “Grammy Latino” de “Melhor Canção Brasileira de 2016”. Os próximos lançamentos foram: “Vesúvio” (2018) e “D” (2022).

Casamentos e filhos

Djavan foi casado com Maria Aparecida entre 1972 e 1998. Juntos tiveram três filhos: Max Viana, Flávia Virgínia e João Thiago Viana.

Desde 2000, está casado com Rafaela Brunini, com quem tem dois filhos: Sofia Viana e Inácio Viana.

Dilva Frazão
É bacharel em Biblioteconomia pela UFPE e professora do ensino fundamental.
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