Gervásio Pires Ferreira

Revolucionário brasileiro
Por Dilva Frazão
Biblioteconomista e professora

Biografia de Gervásio Pires Ferreira

Gervásio Pires Ferreira (1765-1836) foi revolucionário brasileiro. Colaborou com o governo republicano estabelecido em Pernambuco em 1817. Manteve atitude dúbia, foi eleito presidente da junta que unificou o governo provincial e foi designado pela Corte, o primeiro presidente constitucional do Brasil.

Gervásio Pires Ferreira (1765-1836) nasceu no Recife, Pernambuco, no dia 26 de junho de 1765. De família ilustre, foi enviado ainda jovem para Lisboa, onde estudou humanidades no Colégio de Mafra e em seguida ingressou na Faculdade de Matemática de Coimbra.

Estabeleceu-se como comerciante em Lisboa. Com a invasão francesa, suas atividades sofreram grandes transtornos, fazendo com que retornasse a Pernambuco e passasse a desenvolver suas atividades comerciais no Recife, numa época propícia para o comércio ligado à exportação, com a abertura dos portos às nações amigas.

Homem culto e rico, aderiu às idéias liberais, em evidência na época, em virtude da influência norte-americana e francesa. Com a Revolução Pernambucana de 6 de março de 1817, deflagrada contra a opressão da corte portuguesa e liderada pelo comerciante Domingos José Martins, com o apoio de Andrada e Silva e de Frei Caneca, foi instalado um governo provisório que tinha como objetivo a proclamação da república, a extinção de elevados impostos e a elaboração da Constituição.

Formado o governo republicano, o comerciante Cruz Cabugá foi designado para representar a Nova República nos Estados Unidos e adquirir armas e munições. Contou com a ajuda de Gervásio Pires, que pois à disposição o navio "Espada de Ferro" e doou a elevada quantia de vinte e cinco contos de réis.

Gervásio Pires foi designado presidente do Erário, em substituição a Cruz Cabugá, e eleito para o conselho de governo ao lado de Morais Silva e de Antônio Carlos de Andrada e Silva. Durante as rebeliões que sucederam, Gervásio foi preso e enviado para a Bahia, onde permaneceu durante quatro anos. Liberado pela anistia, concedida pela corte, voltou ao Recife. Decidido a não falar, só se comunicava através de bilhetes. Permaneceu cauteloso administrando os seus bens.

No dia 26 de outubro, foi eleito presidente da junta que unificou o governo provincial e foi eleito, pela Corte, o primeiro presidente constitucional do Brasil. Mantinha uma atitude dúbia, certamente para resguardar a autonomia de Pernambuco e sem condições de se opor a determinação política de José Bonifácio, que procurava conduzir o processo de independência mantendo a monarquia e a dinastia.

No dia 21 de setembro, a câmara municipal é invadida pelas tropas do capitão Pedroso e a junta é deposta. Gervásio Pires embarca em um navio inglês, rumo a Salvador, e ao aportar é preso. Acusado de traição, é enviado para Lisboa.

Normalizada a vida política do Império, Gervásio, de volta ao Brasil, participou de duas legislaturas como deputado geral e foi durante muitos anos conselheiro do governo provincial. Atuou na vida pública durante o primeiro reinado e alguns anos do período regencial.

Gervásio Pires Ferreira morreu no Recife, Pernambuco, no dia 9 de março de 1836, sendo sepultado na igreja de Nossa Senhora do Rosário da Boa Vista.

Dilva Frazão
É bacharel em Biblioteconomia pela UFPE e professora do ensino fundamental.
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