Juan Manuel Santos

Ex-presidente da Colômbia
Por Dilva Frazão
Biblioteconomista e professora

Biografia de Juan Manuel Santos

Juan Manuel Santos (1951) ex-presidente da Colômbia, advogado e economista, foi presidente do país entre 2010 e 2018. É membro do Partido Social da Unidade Nacional. Recebeu o Prêmio Nobel da Paz, em 2016, pela difícil tarefa de acabar com a guerra civil de meio século em seu país.

Juan Manuel Santos Calderón nasceu em Bogotá, Colômbia, no dia 10 de agosto de 1951. Cresceu em meio a uma família poderosa e influente da Colômbia proprietária do jornal El Tiempo.

É sobrinho-neto de Eduardo Santos Montejo, que foi presidente da Colômbia entre 1938 e 1942, e primo de Francisco Santos Calderón, vice-presidente de Álvaro Uribe entre 2002 e 2010.

Formação

Estudou na Escola Naval de Cadetes de Cartagena, em seguida, ingressou na Universidade de Kansas, Estados Unidos, onde se graduou em Economia e Administração de Empresas. Posteriormente, cursou pós-graduação em Economia e Desenvolvimento Econômico, na London School of Economics, em Londres

Cursou Administração Pública na Universidade de Harvard, nos Estados Unidos. Entre 1972 e 1981 representou a Federação Nacional de Cafeicultores da Colômbia na Organização Internacional do Café, com sede em Londres.

De volta à Colômbia em 1981, assumiu o cargo de subdiretor do diário El Tiempo,

Carreira política

Juan Manuel Santos foi membro do Partido Liberal Colombiano e ocupou a pasta de Comércio Exterior, entre 1991 e 1993, no mandato de César Gaviria. Foi membro do triunvirato diretor do seu partido, entre 1995 e 1997. Ocupou a pasta da Fazenda e Crédito Público entre 2000 e 2002, no mandato de Andrés Pastrana.

Em 2005, foi um dos fundadores do Partido Social de Unidade Nacional, liderado pelo presidente Álvaro Uribe e se manteve a frente da organização até 2006, quando foi nomeado ministro da Defesa Nacional.

Dirigiu as Forças Armadas da Colômbia até maio de 2009. Nesse período, empreendeu duros golpes contra as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), e após a morte do comandante Raúl Reyes, a senadora Ingrid Betancourt foi libertada, depois de seis anos e meio no cativeiro.

Presidente da Colômbia

Em 2010, Juan Manuel Santos se candidatou a presidência da Colômbia e saiu vencedor depois de uma folgada vitória no segundo turno das eleições presidenciais.

Juan Manuel Santos assumiu oficialmente a presidência da Colômbia no dia 7 de agosto de 2010. Em seu governo, empreendeu políticas fortes contra as Farc, e contra a violência e o poder dos cartéis do tráfico de drogas. Em 2014 foi reeleito para o segundo mandato.

Juan Manuel Santos chegou a um histórico acordo de paz com os rebeldes das Farc no início de 2016, mas o acordo inicial foi rejeitado pelos eleitores colombianos em um referendo cujo resultado surpreendeu a todos.

Entre as principais críticas ao acordo, estava a garantia de que as Farc teriam direito a dez cadeiras no Congresso por dois mandatos, a possibilidade de criminosos e narcotraficantes terem as penas abrandadas mediante serviços voluntários e a doação de terras por meio de uma reforma agrária.

No dia 7 de outubro de 2016, Juan Manuel Santos foi condecorado com o Prêmio Nobel da Paz, por seus esforços para acabar com o conflito armado na Colômbia, mesmo diante do resultado negativo de um plebiscito.

No início de dezembro desse mesmo ano, um novo acordo foi aprovado pelo Congresso da Colômbia. Segundo cálculos do governo, o processo de paz já teria salvo cerca de 3 mil vidas.

Graças ao acordo de paz, a antiga Farc, que em 50 anos de conflito havia deixado mais de 260 mil mortos, se tornou o partido denominado Força Alternativa Revolucionária do Comum, ganhando dez cadeira no Congresso, cinco no Senado e cinco na Câmara de Representantes.

Além da paz com as Farc, durante seu governo, em 2017, a taxa de homicídios foi a mais baixa em 40 anos. Do ponto de vista econômico, o país apresentou um crescimento entre 3% e 4% ao ano. Houve uma redução da desigualdade social que era histórica na Colômbia. Foram criados 3,5 milhões de novos empregos.

Em uma entrevista em Bogotá, Juan Manuel Santos finalizou o balanço dizendo: "Em 2010, éramos considerados um país problema. Hoje, somos olhados com respeito, atraímos investidores e revitalizamos o turismo".

Também em uma entrevista, Santos disseque "politicamente se sentia frustrado porque gostaria de ter deixado o país mais unido e menos polarizado". Calcula-se que 600 ex-combatentes das Farc não tenham aderido à paz.

Santos também teve de responder à Justiça sobre as acusações de que suas campanhas de 2010 e 2014 teriam recebido caixa 2 da Odebrecht, empresa brasileira ligada à Corrução do país no governo do PT.

Apesar de todas as mudanças ocorridas em seu governo, a Colômbia continua sendo, há mais de trinta anos, o maior produtor de cocaína do mundo.

Sucessor

Em 2018, foram realizadas novas eleições e o candidato de direita Iván Duque, apoiado pelo ex-presidente Uribe, que governou o país entre 2002 e 2010, teve 54% dos votos e derrotou o esquerdista Gustavo Petro.

Dilva Frazão
É bacharel em Biblioteconomia pela UFPE e professora do ensino fundamental.
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