René Girard

Pensador francês
Por Dilva Frazão
Biblioteconomista e professora

Biografia de René Girard

René Girard (1923-2015) foi um pensador, historiador e filólogo francês, chamado de “o novo Darwin das Ciências Humanas”.

René Girard (1923-2015) nasceu em Avignon, França, no dia 25 de dezembro de 1923. Filho de um curador do Museu da cidade e do Castelo dos Papas estudou no Liceu local. Em 1943 ingressou na École des Chartes, em Paris, com especialidade em História Medieval e Paleontologia.

Em 1947 mudou-se para os Estados Unidos e iniciou o doutorado em História na Universidade de Indiana, em Bloomington. Durante o curso, lecionou Literatura Francesa na mesma universidade. Concluiu o curso em 1950 quando apresentou a tese “American Opinion on France, 1940-1943”.

Iniciou sua carreira como teórico de literatura, mas se voltou também para a filosofia, sociologia, teologia, religião – era defensor do cristianismo, antropologia e história. Foi professor da Universidade do Estado de Nova Iorque, em Búfalo e professor emérito da Universidade de Stanford.

Em 1961 publicou seu primeiro livro “Mentira Romântica e Verdade Romanesca”, obra que iniciou e marcou o percurso intelectual do pensador francês e que o tornou conhecido por suas teorias que consideram o "mimetismo" (desejo de imitação) a origem da violência humana que desestrutura e reestrutura as sociedades.

Seu segundo livro “A Violência e o Sagrado” (1972), onde apresenta o mecanismo da vítima expiatória, visto como uma nova chave para a compreensão da gênese da cultura humana. No ano seguinte, a revista Esprit dedicou um número especial à obra de René Girad.

Em 1978, com a colaboração dos psiquiatras franceses, Jean-Michel e Guy Lefort, publicou seu terceiro livro, “Coisas Ocultas Desde a Fundação do Mundo”, uma longa e sistemática conversação, sobre sua teoria mimética onde elabora seu pensamento a respeito da violência na humanidade atribuindo total importância aos textos evangélicos do Antigo Testamento, apresentando uma leitura crítica da Bíblia.

Na obra “O Sacrifício”, o autor discorre sobre o sacrifício, sob o ponto de vista da religiosidade, utiliza o sacrifício contido na Bíblia, nas tradições cristãs e indaga a reflexão religiosa e poderosa sobre o sacrifício na Índia védica, reunida nos Brâmanas. Discorre sobre a violência coletiva e suas finalidades em diferentes tradições.
René Girard publicou mais de vinte livros. Foi membro da Academia Francesa. Seu trabalho influenciou autores como o checo Milan Kundera e o sul-africano J. M. Coetzee, Nobel de 2003.

Nos últimos anos, René Girard analisou os grandes dilemas do mundo contemporâneo, oferecendo novas perspectivas sobre diversos temas, entre eles, distúrbios alimentares, terrorismo e a crise ecológica, oferecendo um esclarecimento do potencial da teoria mimética para um entendimento dos desafios enfrentados no século XXI.

René Girard faleceu em Stanford, Califórnia, Estados Unidos, no dia 4 de novembro de 2015.

Dilva Frazão
É bacharel em Biblioteconomia pela UFPE e professora do ensino fundamental.
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