Teófilo Dias

Poeta Brasileiro
Por Dilva Frazão
Biblioteconomista e professora

Biografia de Teófilo Dias

Teófilo Dias (1854-1889) foi um poeta, jornalista, advogado e político brasileiro. Seu livro de poemas “Fanfarras” foi o marco inicial do Parnasianismo no Brasil. Foi Patrono da cadeira n.º 36 da Academia Brasileira de Letras.

Teófilo Dias nasceu na cidade de Caxias, no Maranhão, no dia 8 de novembro de 1854. Era filho do advogado Odorico de Mesquita e de Joana Angélica Dias de Mesquita, irmã do poeta Gonçalves Dias.

Entre os anos de 1861 e 1874, estudou no Liceu de Humanidades, em São Luís, capital da província do Maranhão.

Em 1875, Teófilo Dias mudou-se para o Rio de Janeiro, instalando-se no Convento de Santo Antônio, onde permaneceu até 1876, se preparando para o exame do curso de Direito.

No ano seguinte, Teófilo ingressou na Faculdade de Direito de São Paulo. Entrou em contato com José do Patrocínio, Machado de Assis, Benjamin Constant, Alberto de Oliveira e Artur de Oliveira. Concluiu o curso em 1881.

Nessa época, faz amizade com Assis Brasil, Lúcio de Mendonça, Valentin Magalhães e com Afonso Celso de Assis Figueiredo Júnior, filho do Visconde de Ouro Preto – o último presidente do Conselho de Ministros do Império.

Exerceu a advocacia e dedicou-se também ao jornalismo, ao ensino e à poesia. Colaborou com os jornais Província de São Paulo e A República e com a Revista Brasileira de José Veríssimo. Foi professor de Gramática Filosófica e Francês, no Colégio Aquino.

Poeta do Parnasianismo

Sua poesia inicialmente influenciada pelos líricos franceses foi aos poucos tomando novas formas, de acordo com a tendência da época. Em 1878, participou da “Batalha do Parnaso”, movimento formado por escritores do Rio de Janeiro e São Paulo, que reagiram contra o Romantismo.

Os poetas parnasianos criticavam o sentimentalismo exagerado dos românticos e propuseram uma expressão poética mais contida, valorizando a perfeição formal, buscando a palavra rara, as rimas ricas e preciosas. Inspiraram-se na Antiguidade grega e romana e exploraram temas históricos e descritivos.

Seu livro de poesias “Fanfarras” (1882) é considerado o marco inicial do Parnasianismo. O movimento firma-se, definitivamente com Raimundo Correia, Alberto de Oliveira e Olavo Bilac.

Em 1880, Teófilo Dias casa-se com Gabriela Frederica Ribeiro de Andrada, da família de José Bonifácio, com quem teve dois filhos. Ingressou na política e filiou-se ao Partido Liberal. Em 1885 foi eleito deputado provincial, permanecendo no cargo até 1886.

Entre suas obras destacam-se: “Flores e Amores” (1874), “Cantos Tropicais” (1878), “Lira dos Verdes Anos” (1878), “Fanfarras” (1882) e “A Comédia dos Deuses” (1888).

Teófilo Dias foi escolhido para a cadeira n.º 36 da Academia Brasileira de Letras, levado por sua amizade com Afonso Celso Júnior.

Teófilo Dias faleceu na cidade de São Paulo, no dia 29 de março de 1889.

Entre os poemas de Teófilo Dias, integrantes da série “Flores Funestas”, destaca-se o poema “A Estátua”, publicado no livro “Fanfarras”.

A Estátua

Fosse-me dado, em mármore de Carrara,
Num arranco de gênio e de ardimento,
As linhas do teu corpo o movimento
Suprimindo, fixar-te a forma rara,

Cheio de força vida e sentimento,
Surgira-me o ideal da pedra clara,
E em fundo, eterno arroubo, se prostrara,
Ante a estátua imortal, meu pensamento.

Do albor de brandas formas eu vestira
Teus contornos gentis; eu te cobrira
Com marmóreo cendal os moles flancos,

E a avidez dos meus desejos
Em mudo turbilhão de imóveis beijos
As curvas te enrolara em flocos brancos.

Dilva Frazão
É bacharel em Biblioteconomia pela UFPE e professora do ensino fundamental.
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